Deixada no baile

13 4 0
                                    

DE VOLTA AO BAILE

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

DE VOLTA AO BAILE

‒ Pra onde você vai? ‒ virou-se para trás, perguntando num tom desgostoso.

A vontade de dançar uma longa valsa e estrear o vestido brilhante se esvaia conforme os minutos passavam.

Apenas resistiu até então por Ashley. O esforço que teve era digno de aplausos ‒ uma coisa que seu nome carregava além da fortuna, era a determinação.

Quem quer que fosse seu inimigo, precisaria ter cuidado redobrado. Olhos na frente, nas costas e, de preferência, sete vidas para ela arruinar.

‒ Tirando a nossa carruagem da garagem. Pensou que iríamos de tapete voador? ‒ debochou, não se virando ao falar. A porta grande abriu, dando a visão da tintura petróleo e do círculo do farol.

Cora comprimiu os olhos. Tentou ver além dos feixes luminosos que machucavam sua vista, mas foi tomada por um arrependimento em questão de instantes.

Seung puxou as mangas para cima, aconchegando o corpo na moto ‒ vulgo bebê que Cora atropelara na primeira vez que se encontraram oficialmente.

‒ Eu vou andar...Nessa... ‒ engoliu o nada, dando um passo hesitante para trás. Não conseguia botar as palavras para fora ‒ Nessa coisa?

Seung disfarçou o incomodo pela escolha de palavras. Não era de hoje que ninguém respeitava o fato da sua amada moto ter um nome.

No entanto, Cora Orsini tinha o dom de tirá-lo do eixo. Tinha a impressão que qualquer coisa que fizesse o afetaria e, inevitavelmente, acabaria o atingindo.

Decidiu aproximar-se, quebrando o momento com o ronco do motor. Dessa vez a garota não andou, permanecia com os sapatos colados contra a calçada.

‒ Essa coisa aqui tem sentimentos ‒ fingiu tampar os ouvidos da baby com a mão, pondo em cada lado da lataria ‒ Deveria ter o mínimo de respeito com quem vai te levar.

‒ Essa não é a questão...

Tentou falar, mas foi em vão. A partir do momento que Seung botava uma idéia na cabeça e essa idéia saia pela boca, nada era capaz de pará-lo.

‒ Você tem sorte por sentar numa belezinha dessas. Não é todo dia que derruba algo e ainda tem chance de subir nele depois ‒ apoiou o pé firmemente, mantendo o capacete a frente sem descruzar as sobrancelhas ‒ Quer saber? Acredito que seus pezinhos podem enfrentar algumas ruas. Se faz pouco da minha moto é porque deve se garantir na caminhada.

A veia da testa de Cora começou a tomar forma, saltando enquanto continha a fúria em seu interior.

Respirou fundo. Refletiu tempo o suficiente para decidir abrir a boca e mandá-lo se ferrar, estava bem perto de fazê-lo quando, novamente, Seung roubou a palavra para si.

Aquele sapato vermelho [✔] - ATUALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora