Após o arsenal ter se esgotado, Seung se viu sem munição.
O que seria desesperador, se não fosse pelo barulho do corpo cansado a sua frente atropelando seus sentimentos.
O choque contra o chão abalou as estruturas do cômodo, balançando as paredes. O tremor passou para dentro do rapaz.
Ao menos esse foi o efeito que sentiu. Instantes depois de se deparar com Cora caída.
O corpo amolecido deitara no chão, seminu ‒ para evitar dizer a si mesmo que ela estava totalmente despida ali, bem em sua frente.
Esforçava-se para entender como a silhueta feminina susbstituira a do invasor. Era logicamente IMPOSSÍVEL que a garota tomasse o lugar dele de maneira tão abrupta.
Seung pós um pé a frente, hesitando ao sentir seus sapatos firmarem no piso. Não era um sonho, não podia ser.
Preso no chão, a sola borrachuda do sapato pareceu grudar. Catatônico, levou os dedos ao antebraço e, ‒ mesmo coberto pela jaqueta ‒, apertou a região.
‒ Porra de técnica de filmes ‒ pressionou os lábios, segurando um grunhido. Foi uma falha tentativa de se acordar.
Cedeu com um bufar, afagando a região dolorida. Embora também tenha fechado os olhos, ‒ na esperança de surtir um efeito maior ‒, assim que as pálpebras se abriram, nada havia mudado.
A pele pálida adotou arrepios espalhados pelo corpo, enquanto o vale em seus seios tornou-se mais proeminente a medida que os fios claros caiam em cascata, tampando a região.
Sondou a região, seguindo o movimento de subir e descer constante. Perdera os sentidos em questão de segundos, hipnotizado.
Estalou a língua no céu da boca, descontente.
Talvez não tenha se beliscado forte o suficiente.
Tombou a cabeça para o lado, analisando com demasiada curiosidade. Sabia que deveria desviar, ‒ apenas fugir do que quer que esteja acontecendo o mais rápido possível.
Mas ele não era covarde. Muito menos era de virar as costas para quem precisasse e, ‒ por mais que negue ‒ Cora é sempre a que mais precisa.
E a qual ele tem o dever de ajudar. Se sente responsável pelas suas dores, seus remédios, seus sorrisos...
Percorreu as curvas da garota, cobertas pelo abraço de seus braços. Lançou-lhe um olhar impaciente.
Ousou se aproximar, no entanto se sentiu exposto demais. Viu a necessidade de pegar uma almofada, voltando um passo e a posicionando na frente do tronco.
Ela era mais rígida que as outras, tendo mais preenchimento. O formato não deixava de ser engraçado, ‒ tentativa de fazer uma flor, ‒ com linhas desiguais e abstratas.
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Aquele sapato vermelho [✔] - ATUALIZADA
Novela JuvenilCora tem grandes problemas, mas Seung Ho, definitivamente, não merece ficar entre eles. O que mais a frustra não é a atração inexplicável pelo amigo, mas sim a maneira como sua irmã desperdiça a vida correndo atrás de homens que não prestam. Ela não...