Garota espertinha

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Por um instante jurou ter escutado uma voz conhecida. Uma voz de alguém verdadeiramente agradável, no entanto...

Conrad espiou uma Ashley zangada pelo canto do olho, cessando os movimentos a contragosto. Em seguida, Monet afastou-se com um estalar de lábios.

O som soara erótico o suficiente para fazê-lo se arrepender do segundo que interrompeu o momento. Quando teria a oportunidade de beijá-la dessa forma?

Algo tão necessitado, como se precisassem disso naquela dada situação para viver. É verdade o que falam sobre garotas tímidas.

Monet beijava bem demais.

Segurou uma careta, tornando-se para Ashley. As mãos estavam firmes em sua cintura, amarrotando o vestido de alcinhas rosado ‒ por baixo do vestido escondia uma blusa de manga branca.

Precisava mesmo descobrir o nome dela, caso contrário da próxima vez que sonhar, estará beijando uma pintura.

‒ Um colírio para os olhos ‒ Conrad lançou um sorriso invisível, arquejando as sobrancelhas provocativamente ‒ A que devemos a honra dessa visita?

Monet apenas lançou uma rápida olhadela repreensiva, o que, aos olhos do rapaz, apenas a deixou mais irresistível.

Sabia que fofo era a palavra mais broxante da atualidade, mas não sabia como defini-la. No estado que se encontrava ‒, as bochechas quentes avermelhadas e um sorrir de nervoso estampado no rosto ‒ tinha quase certeza que em nenhum dicionário teria melhor palavra para descrevê-la.

‒ Ash! Precisa de alguma coisa? ‒ tornou o corpo para ela, ainda sentada. O tom subiu suspeitosamente antes que desviasse a atenção para um ponto ao longe ‒ A aula acabou mais cedo. Isso deve ser ótimo para vocês.

Tentou desconversar, no entanto, para sua triste infelicidade, Ashley era treinada em enrolação.

Até porque, seu pai tinha o hobbie de enrolar empresas de olho nos negócios, empresas que, normalmente, não tem nada para oferecer. Pelo menos nada que seja do interesse do mestre das rosquinhas e de uma nova linha de fragrâncias doces.

Tinha até de açúcar mascavo. Que, por sinal, era a que sua ex-melhor amiga e atual inimiga mortal estava usando.

‒ Eu que devia te perguntar. Precisa de um retoque no batom? Ou prefere um paninho nesses borrões? ‒ bateu os produtos de beleza em cima da mesa, quase atingindo o pobre livro ‒ E você...

Ashley disparou seu olhar para Conrad, atirando navalhas cegas e rasgando o rostinho lindo dele com a força da mente.

Monet aproveitou a oportunidade para ajeitar-se como podia, abaixando as pernas rapidamente e passando os dedos pelos cantos da boca.

Embora Conrad esteja sendo bombardeado por um olhar escuro que prometia dor e desespero, não segurou uma risada satisfeita ao ver o estado da garota beijada.

Quem diria que se entregaria assim?

‒ Está achando isso engraçado? O que deu em você? ‒ indagou, enrugando o nariz conforme a testa é preenchida por linhas de indignação.

‒ Eu posso explicar...

Não é com você, é com ele! ‒ interrompeu. Segurou as bordas da mesa, apoiando-se ao inclinar o corpo para frente intimidadoramente Qual o seu problema?

Conrad conteve um longo revirar de olhos. O movimento podia dedurar a Cora dentro de si.

De novo essa pergunta. Não cansavam de lhe perguntar a mesma coisa inúmeras vezes? Esse roteiro precisa de mais criatividade.

Aquele sapato vermelho [✔] - ATUALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora