Aquele sem um terno pt2

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NA CERIMÔNIA DE JUNNI

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NA CERIMÔNIA DE JUNNI

Percorria cada prédio que passara, acompanhando os feixes de luz e a forma quase mágica que o Sol da tarde refletia no vidro de cada um deles.

A sensação de conforto acalmou o redemoinho em seu estômago.

Não sabia explicar o mal estar, somente sabia que, assim que saíram, foi atingida por um súbito enjôo. Era fundo e não do tipo que saia quando parasse para respirar.

Era persistente o suficiente e apenas sairia acompanhado do vomito.

‒ O que tanto pensa? ‒ a voz serena de Christa a acordou de seus pensamentos. A irmã levantara, ficando ao seu lado sem esperar a próxima parada ‒ Parece que viu um famoso na rua e está decidindo se vai pular do carro ou não.

Cora tornou o rosto para a mais velha, esquecendo a paisagem por um momento. A frase de Christa a obrigou a rir, leve e com uma pontada de alívio por tê-la ao seu lado.

Além de ser a pessoa com a aura mais positiva e contagiante que conhece, perdera o enjôo há ruas atrás.

Vomitar na frente do seu irmão é dar motivo para ser zoado. Cora estava arrumada com um vestido que não daria nem para o seu pior inimigo experimentar ‒ fora a maquiagem de meia hora, mais ou menos, que Christa parou a Deus e o mundo para fazer.

Sujar com o molho pesto do almoço não era uma opção viável. Os restos vermelhos manchariam o tecido.

‒ Para sua sorte, nenhum famoso me tiraria de você ‒ esbarrou o ombro contra o dela, adotando o ar da menininha implicante que Christa conviveu na infância ‒ Pular de um carro em movimento por alguém é muito. Até para mim.

Christa assentiu, parecendo pensar um pouco.

‒ Tem razão, nenhum cara dos filmes românticos antigos que assisti teve esse tipo de atitude ‒ bateu as unhas brilhantes contra o lábio, tão brilhante quanto devido ao gloss.

‒ Embora estejam cegos pelo amor, ninguém deve ter dinheiro suficiente para cobrir os custos hospitalares ‒ disse, pensando que, se fosse um plano de saúde nessa situação, mandaria o cara pastar e procurar outro lugar.

Nenhuma garota gostaria que alguém quase morresse em seu nome.

Além da idéia, soar um tanto suicida conseguia ser pior do que as disputas medievais ‒ o típico quem ganha fica com a mocinha.

‒ Mas você não errou quando cogitou que eu pularia. Só errou no quem ‒ pontuou, balançando a cabeça e deixando as mechas sedosas escorrerem pelos seus ombros.

‒ Quem? Quem pularia? ‒ comprimiu o olhar, buscava desvendar o que queria dizer com aquilo.

Por quem. Pularia por mim ‒ corrigiu, deixando as costas sentirem o conforto de um bom banco de couro ‒ Nenhum riquinho, proletariado, cantor, dançarino, palhaço ou qualquer outro que seja, merece uma prova de amor dessas.

Aquele sapato vermelho [✔] - ATUALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora