Pov'Meredith.
Eu sabia que Andrew ficaria feliz, mas sua reação foi além, levou alguns minutos para ele finalmente ser capaz de me soltar, o próximo abraço foi de Ellis que também estava chorando, ela entendia o que aquilo significava para mim, Thacther se ajoelhou ao lado dela e me abraçou também, eu era extremamente grata por ter meus pais ao meu lado em todos os momentos, essa alegria seria quase incompleta sem eles, depois de toda dor que senti quando perdi meu primeiro bebê, a fragilidade que àquilo me deixou, perder o amor da minha vida e logo depois nosso filho, demorei para entender que essas coisas me levaram a não esperar mais muitas coisas, eu congelei e só deixei o vento me levar como uma folha seca que cai da árvore e não tem rumo.
Hoje eu vejo que não tinha maturidade para tantas decisões difíceis e nem emocional para tantas perdas, eu não estava pronta, apesar de achar que sim, levou tempo para perceber que eu recebi exatamente o que me permiti ter, e eu não me permiti ter o melhor, acho que eu só deixei de me amar o suficiente.
Levantei o olhar e vi os de Andrew ainda cheios de lágrimas, meus pais me libertaram do abraço e eu tentei levantar, Sam estava paradinha ao lado do amigo, ela sorriu e me abraçou.
- estou tão feliz por vocês - ela sussurrou.
- obrigada.
Aos poucos o choro acalmou e começou as perguntas "quando descobriu?".... "está de quanto tempo?" ... "tá tudo bem?", Todas vindas de Andrew.
- amor, respira - pedi - eu só descobri ontem, ou confirmei, já estava desconfiando desde antes da viagem.
- antes? - ele me olhou surpreso.
- você tinha razão, eu estando, ou ficando em algum momento grávida, precisava desse tempo... Como achava que estava decidi vir antes, evitar todas aquelas coisas que falamos.
- acha que está de quanto tempo?
- não muito... Se estiver certo no máximo quatro semanas, ou menos... Eu só fiz o teste ontem.
- vamos procurar uma médica para começar logo o acompanhamento.
- vamos, mas vai com calma... Sem alarde, tá tudo bem.
- no dia que saímos para patinar falou que estava com cólica - Andrew tinha um olhar preocupado, era errado rir dele? Deveria ser, acho que era muito errado por que ele só acreditou em mim.
- não era verdade... Eu só não queria patinar e acabar caindo e me machucando - justifiquei.
- ahhh... - ele abriu a boca, mas não saiu mais nada, Andrew era um ser maravilhoso, apesar de tudo que viveu tinha algo bom e ouro nele, esse algo fazia ele confiar em mim cegamente - me enganou.
- não foi exatamente isso, se falasse a verdade estragaria a surpresa - sorri largo, sua expressão mudou.
- tudo bem.
- tudo bem - Sam zombou - é capaz da Mer falar que matou alguém e você só falar "tudo bem amor, precisa de ajuda pra esconder o corpo"
Minha risada foi acompanha por meus pais, Andrew olhou a amiga e bufou, nas não negou o comentário.
- da um tempo - Andrew fez uma careta.
****
Sabe o termo "não dá pra ficar pior"? Eu achei que Andrew não poderia ficar pior, ou no caso mais cuidadoso, mais preocupado, mais dedicado, mais tudo, porém, todavia, entretanto! Ele conseguiu, chegava a ser cômico, se não fosse trágico, Andrew super protetor era algo totalmente novo, as vezes eu olhava para ele e custava a acreditar que estávamos realmente vivendo isso, que foi tão fácil, bom, não foi nada fácil, anos separados, um casamento de merda, tantos conflitos e mágoas, a dor dele, a minha dor, mas no segundo que nos vimos foi impossível não sentir, impossível fugir, só de pensar em todas as coisas que senti aí ver ele atravessando a rua, senti raiva, mas todos os outros sentimentos que estavam guardados, anos reprimidos e só bastou ver ele para reviver, mas no final acho que nunca o esqueci ou deixei de querer ele, e Angelo me dava todo dia um lembrete que por mais que eu tentasse seguir em frente não era capaz, e por mais que eu tivesse o rosto, a fisionomia e os traços de Andrew, eu não o tinha de verdade, por que Angelo nunca exerceu 1% do poder que o irmão exercia, só de me olhar Andrew me tinha, um simples sorriso e meu coração se tornava algo irracional.
Andrew sempre me teve desde o primeiro olhar, o primeiro beijo, sempre foi e sempre seria ele, e mesmo tentando me enganar por anos, nenhum outro homem, nem seu gêmeo seria capaz de mudar isso, mesmo que Angelo não tivesse cometido os erros que cometeu, uma parte minha sempre seria de Andrew e era uma parte grande demais par ignorar.
- esta pensativa - meu pai me trouxe para a realidade - eu sei que o anel é lindo, mas está muito além dele.
- estou! estou na fazenda.. lembrando de tudo o que vivi, de todos os anos longe de Andrew...
- e que nem eles foram suficientes para te fazer esquecer ele - Thacther entendeu.
- era isso - concordei rindo - é assustador sabe? perceber que se ama tanto alguém que nem anos separados foram capazes de fazer o amor diminuir.
- eu sei, conheço particularmente essa sensação... ela te assusta e ao mesmo tempo te enche de coragem - olhei para meu pai, ele entendia, entendia perfeitamente a sensação, me ajeitei no sofá e abracei seu corpo, meu braço passando por cima da sua barriga estufada, eu sabia que um dia todos morreríamos, mas eu não queria ver eles partido tão cedo.
- é isso - concordei - ta tudo tão bem... tudo feliz, depois de todo drama estou feliz, estou gravida, e com o homem que amo... eu só fico esperando algo dar errado.
- nada vai dar errado, você só se acostumou a receber o minimo, a achar que merece aquilo... mas está errada.
- você sabia? sabia que eu não seria feliz com ele?
- não e assim Mer! não é sobre saber ou não, ou desejar que quebre a cara - ele sorriu - mas somos seus pais, como seus pais... e principalmente pais que sempre te ouviram e entenderam, era facil saber que você não amava Angelo - Thacther me deu aquele seu olhar firme, paternal.
- eu o amei.
- não você amou uma imagem que construi dele... um idealismo de merecimento, e você não errou por fazer isso, mas amar alguém, e amar um ideal é diferente.
- obrigado por ser o pai legal que não fala "eu te avisei" - falei rindo.
- nunca... por que essas coisa não tem como ser julgado, você tentou o seu melhor com o que tinha, e siceramente tenho orgulho de você filha.
- tem? - isso era um pouco surpreendente.
- tenho por que você não tem medo de arriscar, de viver, de admitir que errou... você sabe que pode recomeçar.. e te ver recomeçano, lutando pela vida que deseja me enche de orgulho.
- obrigada pai.... Obrigada mesmo por sempre estar comigo.
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Olha quem apareceu. E nem demorei.
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paradise of dreams.
FanfictionMeredith é uma domadora de cavalos, tem orgulho de ter domado o primeiro aos 16 anos, também aos 16 anos conheceu os gêmeos Andrew e Angelo, ela não sabia ainda mas sua vida estava preste a mudar. Paradise of dreams é um romance contado em dois mome...