paradise of dreams.

107. Amor em forma de família.

Pov'Andrew.

Não sei se estou certo, mas poder vivenciar a grandeza de uma mulher gerar um filho é algo único, saber que dentro dela cresce uma parte sua. uma parte minha estava surtando com medo de que algo acontecesse, outra estava eufórico por saber que Meredith estava grávida outra vez, vivi anos me sentindo sozinho no mundo, anos tendo apenas Samantha como família, e agora eu tinha uma casa grande, uma esposa, duas filhas e um a caminho, estava aproveitando cada momento, fazendo cada vontade de Meredith, por mais boba que fosse.

Eu levei muito tempo para me amar e ser feliz apenas comigo, e quando consegui isso também recebi a chance de viver momentos como esse, me senti merecedor deles, minhas filhas brincando juntas, Meredith andando de um lado para o outro na cozinha, sua barriga começava a dar sinais sobre seu vestido que ficava modelado ao seu corpo, ela parou um segundo e olhou em nossa direção, seu sorriso surgiu, então ela voltou a cantar e virou para o armário, se esticou em busca de algo dentro dele, levantei e fui ajudar.

- pode pedir ajuda - falei parando ao seu lado.

- só preciso da tigela, decidi fazer um bolo.

- posso ajudar - sem dificuldade peguei a tigela que ela sempre usava para fazer bolo e coloquei sobre o balcão.

- o que acha de preparar as meninas para dormir?

- posso fazer sim, mas antes gostaria de ganhar um beijo - abri um meio sorriso.

- quantos quiser - seus braços envolveram meus pescoço e ela se esticou para me beijar, ganhei vários pequenos beijos, depois um mais demorado - eu te amo.

- eu te amo mais - beijei sua testa - vou ajeitar elas.

- obrigada.

****

- temos um bebê saudável, forte, não apresenta nenhuma imperfeição - a médica fala com um leve sorriso no rosto, aquela era a terceira ultrassom que Meredith fazia, nos estávamos com medo de ver tudo se repetir, mesmo as chances sendo quase zero, o medo nos ganhou.

- e já dá pra ver o sexo? - minha linda esposa perguntou.

- sim... vamos tentar, o que acha que é? - a médica perguntou enquanto procurava.

- Andrew acha que é outra menina, eu acho que é um menino.

- vamos ver... aqui - ela indicou na tela - parabéns, um menino.

- menino? - perguntei.

- sério? - Meredith soltou ao mesmo tempo.

- sim, um menino forte e saudável... parabéns.

- um menino - falei antes de beijar Meredith - nosso Matteo.

****

- um menino? - Thacther vibrou levantando os braços acima da cabeça - um menino - literalmente ele comemorou, parecia até que o time dele havia ganhado o jogo.

Ele abraçou Ellis e a beijou, depois abraçou a filha. Quando chegou em mim ele chorava.

- parabéns filho.

- obrigado.

Nos últimos anos eu me descobri como alguém que ama família grande, ver eles reunidos, minhas filhas brincando com os primos, ver Meredith sendo feliz, meus irmãos, aqueles que escolhi para serem família, nos últimos anos eu aprendi a ser feliz com quem sou, como sou, aceitar meu passado, meus erros e sorrir porque apesar deles cheguei onde sempre sonhei.

- três filhos - Sam comentou sentando ao meu lado - qual a sensação?

- pavor, e uma alegria inexplicável - falei.

- sem medo de estar errada, mas ninguém merece tanto essa alegria quanto você - minha amiga mostrou um sorriso afetuoso.

- obrigado.

- sabe que será o padrinho do meu filho hipotético né?

- eu sei... - dei uma risadinha boba.

- você é meu melhor amigo, meu irmão, minha família, agora eu tenho Alex, mas antes era apenas você.

- posso usar as mesmas palavras?

- pode - sua risada era baixa e contida.

- minha melhor amiga, minha família, minha irmãzinha.

- vou ficar com ciúmes - Carina se jogou ao meu lado.

- não precisa - Sam murmurou.

- eu sei... na verdade eu acho que nunca agradeci por te amado meu irmão, cuidado dele e sindo o que não fomos.

- acho que só posso falar de nada - minha amiga sorriu de lado.

- eu falhei como irmã, não o protegi... e você o amou assim, e o defendeu de todos, até de si mesmo.

Carina estava chorando, Sam tentava não chorar, e eu me sentia encurralado, nunca tinha ouvido carina ser tão sincera.

- faria tudo de novo.

- eu sei, também sei que se hoje estamos aqui juntos com família é graças a você que nunca desistiu de Andrew.

- cah, quer me fazer chorar? - perguntei.

- não, mas eu quero tentar ser melhor,  e para isso preciso começar com Sam, que foi quem te amou quando todos te deixamos.

Carina pegou a mão de Sam e sorriu.

- obrigada por cuidar dele.

- de nada - ela sorriu de volta, minha amiga me olhou e riu abertamente - ele tá chorando.

- culpa de vocês - fungei, separei as mãos delas e levantei - vou pegar mas vinho.

- ele vai chorar na cozinha - Carina cuxixou.

- ele vai - Sam concordou.

Ignorei as duas e segui até a cozinha, abri a garrafa de vinho e me servi.

- queria tanto uma.

- posso beber por você - olhei para Meredith e sorri, mas ela fazia careta - ou não beber nada.

- pode beber - ela sorriu - por que está chorando?

- Carina estava agradecendo Sam por ter estado comigo - contei.

- ela falou comigo, me pediu desculpas.

- Matteo nem nasceu e já está revolucionando - escondi minha careta atrás da taça.

- acho que sim.

*****

- chutou.

- tuto - Anelise repetiu, mantive a mãozinha dela embaixo da minha, Adeline olhou a mãe com os olhos arregalados, para ela aquilo era muito novo.

- chutou - Meredith estava rindo.

O que mais eu poderia querer da vida? Observei minha filha ir mais para perto da mãe e deitar a cabeça sobre a barriga onde estava o irmão, Adeline não falava muito, mas dava pra ver que ela sentia, sabia o que estava acontecendo, observamos ela ficar muito quieta, Matteo não chutou mais nenhuma vez enquanto a irmãzinha estava ali.

Será que era possível? Será que ele sentia o amor dela? Será que ela entendia o que estava fazendo? Não sei, mas eu gostava de acreditar que sim. Anelise imitou a irmã e as duas ficaram ali, me afastei um pouco quando Meredith fechou os olhos, peguei meu celular e registrei aquele momento, o amor em forma de família.

Minha família!

*****

EU sempre choro com os povs do Andrew.