Estava saindo do táxi quando meu celular começou a tocar, olhei o número desconhecido, paguei a corrida e peguei minha mala, atendi a ligação parada na calçada do prédio onde Andrew morava, havia passado a noite e parte do dia em um avião, estava cansada com fome e pouca para ver a cara de Andrew, possivelmente ele não entenderia nada.
Ligação on.
- alô? Quem fala? - perguntei.
- sou eu! - duas palavras foi o que precisei para saber que era ele, a voz de Andrew saiu pelo aparelho.
- Andrew? Oi - sorri para o celular, parecia uma boa coincidência.
- oi! Como você está? - sua pergunta saiu nervosa.
- bem! Eu acho que bem, mas não me ligou pra saber se estou bem - questionei divertida, Andrew parecia sem jeito.
- não! Cheguei em casa ontem umas dez da noite, dormi a noite toda e só acordei agora.
- e me ligou pra contar isso? - não conseguia parar de rir.
- não, é que estou nervoso - adimiti - eu preciso... - ele respirou fundo.
- pode falar Andrew, nos sempre falamos de tudo... Isso mudou?
- tô escovando os dentes.
- sério? O que mais? - eu estava quase gargalhando, amava ouvir Andrew nervoso, olhei para cima vendo as sacadas dos prédios contando 26 andares, ele deveria estar em algumas daquelas sacadas.
- tô com fome... Acho que faz umas 26 horas que não como, minhas costas doem da viagem, meu cabelo tá bagunçado.
- o que mais?
- lembrei agora que não tem comida em casa, então vou ter que sair pra comer, e tá frio aqui, tô me sentindo solitário, uma pessoa me falou que deveria te ligar e falar que te amo! - e ele soltou a última coisa que esperava ouvir.
- Andrew?
- desculpa por isso.
Ligação off.
- Andrew? Oi? - olhei a tela do celular - ele desligou?
Olhei para o celular que estava tocando outra vez, quando ia atender ouvi alguém chamar meu nome.
- Meredith?
- Sam? É... - que grande merda, olhos a tela do aparelho e para ela, eu não poderia encontrar outra pessoa agora?
- oi! O que faz aqui?
- bom! ... Eu não sei como falar isso pra você - que coisa mais constrangedora, como falaria para ela que vim atrás de Andrew? Do namorado dela?
- quer falar com Andrew! - ela sacou.
- desculpa, eu sei que estão juntos - queria me enterrar bem agora.
- ah, isso? - ela começou a rir - não, eu tenho namorado, mas não é Andrew - sua palavras me pegaram de surpresa.
- o que? Espera... Ele mentiu?
- nos tivemos um lance, muito tempo atrás... Mas agora somos só amigos, então sim, só a parte que era eu a tal garota... Tinha mesmo uma namorada, mas eles terminaram, ela era chata demais tenho que falar.
- calma, isso tá muito confuso.
- ele só falou por que não queria que o achasse um trouxa - Sam explicou.
- eu nuca pensaria isso dele.
- eu falei, mas ele não me ouve... Vem, vamos subir?
- vai falar com ele também?
- não, eu moro aqui, na verdade foi eu que o forcei a alugar o apartamento, ele morava em um apartamento de merda com mais dois caras, era ridículo - o modo afetuoso que Sam falou de Andrew me deu uma pitada de ciúmes.
- você parece gostar muito dele.
- gosto, quase como um irmão, eu não tenho mãe, só pai, e ele não é muito presente... Andrew é um bom amigo.
- tudo bem.
Sam me guiou para de dentro do prédio e até o vigésimo terceiro andar, apartamento 203. Agora eu estava muito nervosa, só havia uma porta que me deparava de Andrew, olhei para ela.
- não vai desistir agora!
- não.
- meu apartamento é aquele - ela indicou - boa sorte.
- valeu.
Esperei Sam entrar no apartamento dela então bati, ouvi passos na casa e a voz abafada de Andrew falando "tô indo".
*****
Pov'Andrew.
Havia acabado de fazer uma merda, ligar para Meredith e desligar na sua cara, agora ela não atendia, sentei no sofá e fiquei pensando em todos os acontecimentos das últimas semanas, uma verdeira loucura, parecia que tudo o que evitei sentir nos últimos anos voltou a tona como se o fogo que estava brando tivesse sido eriçado e agora queimava forte.
Depois de pensar um pouco percebi que por hora eu só poderia resolver uma coisa: comer, ela poderia não ter atendido por vários motivos, incluindo o marido dela, levantei do sofá para poder me arrumar quando ouvi a batida na porta, só poderia ser Sam, ninguém subia sem ser anunciado.
- tô indo - falei alto e segui até a porta abri preparado para fazer uma piada, mas perdi a fala ao ver a loira parada na minha porta, linda como sempre, usando botas calça de couro, uma camisa preta por baixo de um casaco pesado, só lhe faltou o chapéu.
- sabia que é falta de educação desligar na cara dos outros? - seu tom era divertido.
- você aqui? Você está aqui mesmo? Pera! Por que?
Olhei para fora em busca de uma segunda pessoa, mas não havia, era só ela e uma mala, e eu sem saber o que fazer.
- preciso te contar uma coisa - Meredith parou de sorrir.
- entra - peguei a mala dela e a deixei entrar - estava indo me arrumar estou com fome.
- você falou na ligação - Meredith falava tranquilamente - se quiser pode se arrumar, também estou com fome.
- ok... Fica aqui, já volto.
Mesmo tendo a sensação de que possivelmente eu estaria alucinando deixei Meredith na sala e fui me arrumar, tentei não demorar, tirei a calça de um pijama e vesti calça moleton, uma camisa de algodão e por cima um casaco moletom, hoje não estava tão frio, calcei meus sapatos, tinha certeza que voltaria para sala e ela não estaria lá, nem a maconha me causou alucinações tão reais quanto aquela.
Peguei minha carteira, as chaves do carro e meu celular, entrei na sala na dúvida que veria Meredith, ok! Eu não ia precisar de terapia e sim de psiquiatra, Meredith não estava ali.
- eu pirei, fiquei doido de vez.
- pior do que era? - Meredith saiu da varanda.
- você está aqui!
- claro que sim! Tá achando que sou uma alucinação? - ela estava rindo animada.
- sim.
- você nunca foi criativo Andrew - Meredith chegou nem perto e pegou minha mão - sou de verdade.
- é, você é... Eu só não consigo entender por que está aqui!
Sai ontem de casa, e parecia que estava tudo bem, pelo menos no que se pode, tirando os detalhes sobre minha conversa com Angelo! Estava tudo ótimo.
- vamos comer, a conversa vai ser longa.
******
Ela foi atrás dele mesmo!
Ansiosa por essa conversa.
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paradise of dreams.
أدب الهواةMeredith é uma domadora de cavalos, tem orgulho de ter domado o primeiro aos 16 anos, também aos 16 anos conheceu os gêmeos Andrew e Angelo, ela não sabia ainda mas sua vida estava preste a mudar. Paradise of dreams é um romance contado em dois mome...