Pov'Andrew.
Fiquei uns segundos parado em frente a floricultura, Meredith estava ainda mais linda agora do que a última vez que a vi, e isso foi a bastante tempo, claro que vi fotos, e os vídeos do casamento, do último natal e essas coisas, Carina sempre postava algo e Meredith aparecia, mas eu não voltei pra casa desde o dia que fui, e depois que soube que Angelo e ela estavam namorando senti menos vontade ainda de voltar, não queria estar aqui e saber que eu fracassei em tudo até no que me levou a partir.
Peguei minha mala e procurei um táxi, era hora de encarar meus pais, eu sabia que minha mãe ficaria feliz, mas não tinha tanta certeza em relação ao meu pai, talvez nos primeiros minutos, mais depois começaria as piadas e indiretas sobre "meus erros", essa era a parte que me manteve longe, foi um único erro que me condenou a ser o filho problemático, o desgosto da família, era quase hipocrisia ser taxado como alguém que não presta por alguém que não tem moral, eu fugi muito dessa minha realidade, de encarar meu pai e sentir tudo do que fugi voltar.
Olhei a casa grande onde meus pais, minha irmã, meu cunhado e meus sobrinhos moravam, uma família perfeita, paguei o taxista e peguei minha mala, passei pelo portão de ferro vazado e caminhei até a porta, bati uma vez e esperei, não demorou para a porta abrir, minha irmã foi quem abriu, um sorriso caloroso surgiu em seu rosto, ela me abraçou no mesmo momento.
- Andy - Carina cantou meu apelido - que saudades.
- também senti Cah, bastante.
- mãe, o Andrew chegou - ela anunciou me puxando para dentro da casa - você está lindo, sério...
- tô exatamente igual Angelo...
- ele é lindo, e vocês continuar exatamente idênticos... Nunca me acostumei com isso.
- valeu - bufei, não que eu odiasse meu irmão, eu o adoro, mas queria que não fossemos gêmeos, pelo menos não idênticos, sempre foi sempre cópias exatas, e sempre fomos tratados como se até nossos pensamentos e personalidades fossem iguais, e nunca foi.
- meu bebê - minha mãe desceu as escadas animada - meu filho - fui esmagado em seu abraço.
- oi mamãe, te trouxe suas flores favoritas - entreguei o buquê de jacinto.
- obrigada filho... Como foi a viagem? Deve estar cansado, voltei a ser esmagado em uma abraço.
- um pouco, 18 horas de vôo não é moleza - falei rindo - cadê o papai?
- saiu com Marcelo - Carina falou - os meninos estão não escola.
- então eu tenho um tempo para descansar? - perguntei.
- até a hora do jantar, seu irmão vem também - Liliana murmurou - ele estava feliz a última vez que vieram, tenho certeza que dessa vez Meredith está grávida - minha mãe tinha o dom de ignorar a realidade, eu sei que seu comentei não foi para me atingir, mas ela desde de que eu lembro foi assim, prefere vendar os olhos para as coisas dolorosas e assim seguir a vida.
- que bom... Vou subir, preciso de um banho e descansar um pouco.
Peguei minha mala e subi para meu antigo quarto, me incomodou a velha cama de solteiro, a decoração um tanto "juvenil", a parede cheia de medalhas e troféus do basebol ainda estavam ali, foi de outra vida, antes de ter estragado parte da minha adolescência bebedo e me drogando, Carina nunca entendeu, ela surtou no dia que descobriu, Angelo passou semanas sem falar comigo, nossa mãe ignorou todas as evidências, mas meu pai não, no dia que ele soube me deu uma surra, que fiquei por semanas com hematomas, só não me expulsou de casa por que Liliana pediu, ele me bateu mesmo sendo o culpado por eu ter me afundando, me tratou como um viciado, um merda, mas nunca assumiu seu erro.
Depois disso nossa relação desmoronou meu respeito por ele deixou de existir 100%, o caro que eu mais admirava no mundo foi o que mais me decepcionou, por isso fui embora, eu jurei que assim que completasse 18 anos sairia de casa, estudei, tirei boas notas e com os meus prêmios como jogador de baseball consegui uma bolsa em uma faculdade longe dele, não era nenhuma super faculdade, mas era boa, e longe dele.
A parte que me fez sofrer foi ter que deixar Meredith, eu sei que ela entendeu quando eu parti, mas não entendeu quando decidi não voltar, pedi para ela ir me encontrar, mas ela também não me respondeu, eu não estava pronto para voltar, então realmente tudo acabou, todas as chances, e quando eu soube que ela estava namorando meu irmão, me senti de certa forma traído, mas por ele, eu preferi me manter longe, não fui capaz de ficar por ela, e saber que Meredith não foi, e nunca me respondeu me fez entender que talvez ela nunca iria, seu lugar era aqui, Angelo deu a ela tudo o que sonhou.
Desfiz a mala grande guardado minhas roupas no armário, depois fui para o banho, quando me senti finalmente relaxado deitei na cama para tentar dormir, olhei para o teto com forro de madeira, subi na cama e afastei uma das tábuas, enfiei a mão no espaço e procurai pela caixa que um dia guardei ali, estava coberta de poeira, devolvi a tábua ao lugar e desci da cama, procurei algo para limpar a caixa.
Abri e olhei tudo o que tinha ali, lembranças, fotos minhas com Meredith na noite do baile da escola, dos dois bailes, as duas pulseiras com flor que lhe dei, a pulseira que ela me deu no nosso primo natal juntos, a gravata do primeiro baile, só o que não estava ali era o anel, esse estava comigo, passei a mão sobre meu peito sentindo ele preso na correntinha, as melhores lembranças dos momentos mais lindos da minha vida, peguei a caixa pequena e vi um presente que nunca lhe dei, guardei a caixa e peguei a foto dela usando o chapéu que lhe dei, estava sentado em cima de Prometheus.
- você conseguiu ficar ainda mais linda usando um chapéu - passei os dedos na foto - você deve estar feliz com o gêmeo certo, que te deu o que você sonhava.... Casou, cuida da fazenda, e agora vai ter um filho... Lembro quando me falou sobre isso, por um tempo eu achei que seria eu a te dar isso...
Ouvi a batida na porta, guardei a foto na caixa e a coloquei embaixo da cama, depois fui abrir a porta.
- pai - tentei sorrir - oi.
- filho - Vicenzo me abraçou - meu filho, que saudades.
- também senti pai - falei sem jeito, me incomodava o modo que ele agia tão calmo, como se fosse inocente.q
- veja só você - ele deu um passo para trás segurando meus ombros - está mais forte, e bonito.
- Obrigada pai...
- só queria dar oi, sua mãe falou que ia descansar - ele finalmente largou meus ombros - durma, teremos muito tempo para conversar.
- teremos - concordei.
***
Primeiro pov do Andrew!!! Eu não tava pronta.
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paradise of dreams.
FanficMeredith é uma domadora de cavalos, tem orgulho de ter domado o primeiro aos 16 anos, também aos 16 anos conheceu os gêmeos Andrew e Angelo, ela não sabia ainda mas sua vida estava preste a mudar. Paradise of dreams é um romance contado em dois mome...