Capitulo 8

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- Que tal ali? - Luise aponta para um espaço entre dois carros.
Olho e calculo o espaço.
- Vamos tentar. - eu digo.
O estacionamento estava lotado, muitas pessoas queriam ver as apresentações de um dos circos mais famosos do mundo. Eu tinha ido a uma apresentação deles com a Cloe em seu aniversário de 15 anos, todos eram profissionais, e minha irmã tinha adorado. A vaga sugerida pela Luise era perfeita, seria muito mais fácil usar sua influência para achar um local melhor, mas nosso objetivo era ser discreto, apenas duas pessoas que foram assistir.
Saímos do carro e entramos no espaço do circo, já haviam algumas barracas de comida ao redor, e como sempre muitas pessoas, o barulho de conversas era alto, e os gritos de crianças correndo e brincando combinava com o ambiente. Ponho a mão nas costas da Luise, para não correr o risco da gente se perder no meio da multidão. Olho cuidadosamente para todos os lados, tudo parecia normal, mas continuei analisando.
- Hmmm! Algodão doce!
Ela sorria e parecia animada, a seu próprio jeito. Nós aproximamos da barraca de compro um lilás para ela, ela começa a comer e a conduzo até a barraca de pipoca.
- Você também quer?
Ela balança a cabeça, afirmando.
- Salgada? - ela nega com a cabeça - Doce? - ela afirma.
Compro dois baldes de pipoca doce, um para mim e outro para ela. Mas como sua mão estava ocupada com o algodão doce, seguro ambos os baldes. Ficamos andando e olhando cada movimento. Luise resolveu usar os brincos que também tinham câmera, o que era ótimo, quantos mais câmeras, mais informações. Também peguei um relógio que estava no carro, assim tínhamos ao total sete câmeras, elas eram pequenas e não podiam ser escaneadas.
Chegando perto do horário das apresentações, as pessoas começam a entrar, somos os últimos a entrar, esperando para ver se algo se passava despercebido, aparentemente, tudo normal. Então entramos e escolhemos cadeiras perto da saída, e sentamos. Como algumas pipocas.
- Me dá! - Luise tem um sorriso divertido no rosto, ela estende as mãos para pegar.
- Qual a palavra mágica?
- Me dá logo?
- Vamos lá! - franzo a sobrancelha prendendo um sorriso.
- "Por favor?"
A cara que ela faz é tão engraçada que valeu o ' por favor ', entrego pra ela e ela faz um biquinho franzindo a sobrancelha, como se estivesse zangada.
O apresentador chega e o show começa,uma música engraçada inicia e um palhaço surge andando de monociclo e fazendo malabarismo , bolas coloridas são jogadas no ar. Ele aperta o nariz, fazendo barulho de buzina, a plateia toda ri. Ele pega todas a bolas e gira cada uma delas, depois joga todas para cima e puxa a calça para cima fazendo com que todas as bolas caiam dentro de sua calça. A plateia aplaude.
- Isso foi estranho... - Luise franze as sobrancelhas.
- Concordo. - batemos palmas junto com a plateia.
O palhaço para, um bambolê é jogado para ele, ele começa a girar nos braços, outros bambolês são jogados, ele equilibra todos e lança os bambolês para cima.
- O palhaço leva mais jeito que eu! - Luise ri.
Acabo rindo com a Luise, mas pelo canto do olho, vejo o palhaço apertar uma flor no seu paletó colorido e água é esguichada.
- Ah!
A água caiu na Luise, molhando algumas pessoas no caminho, a pipoca em seu balde foi molhada também, ela olha pra frente e sussurra:
- Palhaço filho da...
- Luise! - sussurro pra ela.
Ela ri da situação, mas todos estão focados no palhaço, ainda bem. Ela enxuga seu rosto com a manga da blusa.
- Cara! Olha pra minha pipoca!
- Toma a minha. - pego seu balde e coloco embaixo da minha cadeira, faço uma nota mental para tirar de lá.
- Tem certeza?
- Claro pode pegar.
Entrego o balde para ela, que começa a comer. Voltamos nossa atenção ao show.
Uma música animada é colocada e em seguida, o domador de leões aparece e o leão chega depois, ele rugi e plateia se espanta, maravilhados com a beleza do animal, seu pelo parecia ter sido cuidadosamente penteado , o animal se senta perto do domador. Um aro de fogo é colocado, e seguindo ordens, o leão salta passando pelo aro. Eles são aplaudidos e saem.
- Coitadinho do leão.
- Esse cara é corajoso. Eu não chegaria perto de um bicho desses.
Um cenário preto e branco é montado, uma música de suspense começa e o mágico entra com suas assistentes. Uma delas é amarrada a um disco gigante e o disco é girado rapidamente enquanto o mágico lança dezenas de facas. A multidão fica atenta e assustada. O mágico para de lançar facas e o disco para de girar, revelando que nenhuma das facas acertou a garota. A sua companheira a solta e a ajuda a levantar. Todos aplaudem.
As assistentes pegam uma camisa de força e vestem no mágico, deixando ele totalmente preso. Em seguida uma das meninas traz uma caixa de madeira com correntes, elas mostram que a caixa está vazia e ajudam o mágico a entrar, a caixa é fechada e as correntes presas com cadeados. A caixa é girada e logo depois, aberta. Elas mostram que a caixa está vazia. O mágico surge de cima e todos aplaudem novamente. Então eles se retiram.
Uma nova música começa, junto com uma nova apresentação. Equilibristas fantasiados de fadas do ar, caminhavam sobre uma corda acima de nós, segurando uma vara, eles andavam sem medo.
- Não sabia que o Hak ia se apresentar. - brinco e a Luise ri.
Todos olhavam para cima. Eles se penduravam e pulava de volta na corda. Era um grande espetáculo.
- E ali está o Kieran. - aponto para acrobatas vestidos como fadas do fogo, entre eles reconheci a Melissa.
Os acrobatas chegam dando mortais, conforme eles avançam, chamas se acendem no palco. Luise se anima e segura forte minha mão.
- Cara...!
- Luise! - falo antes que ela xingue novamente, dou risada, ela olha pra mim com olhos sorridentes.
Os equilibristas se moviam e faziam gestos com as mãos, simultaneamente as chamas se abaixam e se levantam. Havia uma pequena 'luta' entre o fogo e o ar.
A música faz uma pequena pausa e todos param, a plateia parece prender a respiração, Luise e eu, também. Contorcionistas vão entrando no cenário, eles estão com roupas cheias de folhas, e outros com aspecto de água. A música recomeça, plantas e flores surgem por onde os contorcionistas passam. Uma cachoeira de plástico cai e o cenário vai sendo modificado.
- Acho que já podemos respirar agora. - sussurro pra ela. Ela aperta minha mão e respira.
Não consigo evitar um sorriso.
Por fim uma mini terra desce sobre eles como um lustre, a parte azul que simboliza a água, brilha, lançando uma luz azul por toda a plateia, instintivamente, tiro uma foto da Luise, seu rosto estava banhado pela luz azul que fazia uma bela combinação com suqs íris roxas era simplesmente lindo demais para deixar passar.
Todos se reúnem no palco, a plateia aplaude mais uma vez, eu também bato palmas, tinha sido incrível.
O show termina e começamos a sair, pego o balde de pipocas molhadas e saímos.
- E aí? Gostou? - pergunto para a Luise, mas a julgar pela sua expressão, a resposta estava óbvia.
- Eu amei! Foi muito legal na verdade. - ela tem um sorriso largo, e seus olhos parecem brilhar.
- Que bom que gostou.
Ficamos mais um tempo olhando e gravando tudo, tudo parecia certo, mas eu estava desconfiado, não podíamos ficar a noite toda ali, mas eu precisava ficar um pouco mais para ter certeza. Andamos por ali enquanto falamos das atrações.
- Cara eu amei a apresentação final!
- Foi incrível mesmo! - concordo - A melhor da noite com certeza.
- Menos o palhaço que me molhou!
As pessoas começavam a ir embora, e nós precisávamos ir também. Até porque, estava ficando tarde. Voltamos para o carro e dirijo até a casa da Luise. Paro o carro e olho pra ela.
- Tenho que mostrar uma coisa. - lembro da foto.
Abro a foto que tirei dela no celular e mostro para ela, ela ergue as sobrancelhas.
- Uau! Ficou... linda! - ela ergue as sobrancelhas - Manda pra mim?
- Claro, mas vai ter um preço. - brinco com ela, com a voz rouca.
- O quê? Você tirou uma foto minha e eu que tenho que pagar?
- Exatamente. - sorrio.
- Eu não concordo com isso.
Olho nos olhos dela e me aproximo, sussurrando.
- Tirar uma foto não é uma tarefa fácil.
Me aproximo mais. Ela engole em seco.
- Vou te enviar a foto e você fica me devendo. Ok?
Estou tão perto que sinto sua respiração nos meus lábios, eu sentia um forte impulso de beijá-la. Mas talvez não fosse uma decisão sabia visto que estávamos na frente da casa dela. Inspiro profundamente e sorrio. Pego o celular e com alguns cliques a foto é enviada. Estico a mão e abro a porta do lado dela.
- Até amanhã. - sorrio de novo.
- Até. - ela rapidamente sai e fecha a porta do carro. Aceno e ela passa pelos portões, dirijo de volta pra casa e vou direto pra cama. Sinto um arrependimento por não ter beijado ela. De onde surgiu isso?


Muito bom, amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora