Capítulo 34

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Cloe.

      Fico feliz que a Luise e meu irmão tenham aprovado minha pintura. Sempre fui muito fã das obras do Vicent Van Gogh, e o camaleão é um animal que sempre me intrigou. Então juntei as duas coisas e tadam! Aí está a pintura.

      Sorrio para cada pessoa que aparece e tento não deixar que a minha timidez e o meu nervosismo atrapalhem. Claro, não há uma multidão de pessoas, apenas a quantidade normal em uma exposição de arte, ainda assim, fico nervosa.
      Estou rindo das palhaçadas do Juninho quando sinto um par de mãos cobrir os meus olhos, e não preciso pensar muito para descobrir quem é.
      — James!
      — Oi amor. — ele dá a volta e agora de frente para mim, deposita um beijo suave em meus lábios — Como estão as coisas aqui?
       — Vou voltar pra minha pintura. — meu amigo se retira.
       Meu namorado põe as mãos no bolso e olha para o lado pelo canto do olho, sinto que ele parece pouco à vontade aqui.
      — Tudo ótimo. — mudo a perna de lugar — Parece que estão gostando.
      — É claro que estão! — ele sorri para mim e gesticula com as mãos — Você é a garota mais talentosa que eu conheço. — Ele segura minhas bochechas e olha fundo em meus olhos — É impossível alguém não gostar do que você faz.
        — Obrigada. — é tudo o que consigo dizer. — São lindas palavras. — não curto muitos elogios.
       — Ah, seu irmão e a amiga dele estão ali. — ele olha para trás e sinto seu desconforto voltar.
      — Sim, eles também gostaram muito do quadro. Se houver um leilão vou fazer o Ian comprar. — solto uma risada.
       — Isso se eu não fizer um lance maior. — ele inclina a cabeça para o lado com um sorriso meigo.
      — E como eu veria o quadro? — pergunto rindo.
      — Bem. — ele se aproxima um pouco, olha pelo canto do olho e logo se afasta — Você poderia vê-lo na minha casa. — ele sussurra a última frase.
      — Por que está sussurrando?
      — Ah, por nada. — ele cruza os braços — Mas o que acha da ideia de ir lá em casa?
      — Ah, eu não sei. — solto um pequeno riso.
      — A gente sempre se encontra na sua casa. — seu tom é de alguém que está cansado.
      — E isso é ruim?
      — Não... — ele suspira — É que, você realmente nunca foi na minha casa, você sequer conhece meus pais! Só acho que alguma vez você devia ir lá.
      — Que quadro intrigante! — uma mulher elegante se aproxima e me sinto aliviada — Quem seria o autor?
      Sinto que a conversa com o James pode não ser tão amigável, e apesar da timidez estou me divertindo muito agora para discutir.
      — Sou eu. — sorrio para a mulher que retribui com um sorriso ainda mais largo.
      Ela faz uma série de perguntas e parece apreciar mesmo o quadro. Acabo mergulhando em uma conversa em uma longa e agradável com ela.
       — Foi um prazer conhecer você! — ela ri calorosamente — E a sua maravilhosa obra também.
       — Obrigada novamente. — sinto que minhas bochechas estão vermelhas de rir — Você viu James? — me viro para falar com ele, mas percebo que ele não está aqui — Onde ele foi?

Ian.

      Tomo um bom gole de uma bebida que foi servida enquanto observo o ambiente ao meu redor. É um dos poucos dias que estou apenas relaxando e não pensando no trabalho.
       No entanto, um pensamento toma a minha mente. Eu beijei a Luise, um beijo que claramente foi correspondido, que talvez teria levado a uma coisa a mais caso não fosse interrompido. Mas me incomoda que a gente não tenha falado sobre isso até agora. Não! Não sou do tipo de cara que gosta de falar dessas coisas e ficar deixando tudo estranho com uma conversa, mas o fato de a gente não ter tocado no assunto me leva a crer que ela não queira lembrar do assunto.
       Isso deveria me deixar aliviado? Eu realmente não posso correr o risco de blá blá blá... Quem eu quero enganar mesmo? Eu adorei beijar aquela mulher! E beijaria de novo se tivesse outra oportunidade.
       Mas minha pequena centelha de moral insiste em mostrar os problemas óbvios. Filha do meu chefe e irmã da minha ex. Eu como desobediente que sou, insisto em ignorar tudo isso quando estou perto dela. Há quanto tempo isso começou?
       Como eu queria poder falar sobre isso com alguém que não fosse eu mesmo. Alguém que fosse me dar bons conselhos e me ajudar nisso. Jamais poderei admitir publicamente, mas sinto falta dos meus amigos Hak e Kieran. Claro que conselhos bons, eles não dariam.

Muito bom, amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora