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| Ian|
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O hospital parece mais normal do que nunca. E pela primeira vez, isso não é tão bom. Nossa teoria é que nosso suspeito ou nossa suspeita, está junto com todas as pessoas que trabalham aqui ou que passam um tempo considerável aqui.
Essa teoria só foi considerada agora, pelo simples fato de que este lugar é vigiado durante todo o tempo. Nada, absolutamente nada, escapa desses especialistas. Então, para a pessoa não ter sido descoberta por nós, ela só pode estar no lugar que nós não procuramos e nem pensaríamos em procurar.
Cada um segue seu caminho com tanta naturalidade que fica realmente difícil desconfiar. Médicos andando para lá e para cá, indo para um cirurgia ou voltando de uma. Enfermeiros colaborando e mantendo o lugar funcionando. Pacientes rindo e conversando, outros chorando. Pais ora felizes com alguma notícia ou lamentando com outra.
É como procurar uma agulha em um palheiro.
— Melhor a gente fazer nosso trabalho. — Luise começa a andar em direção ao quartinho.
Acompanho ela até lá e pego meu uniforme. No caminho para o banheiro eu mantenho minha atenção. Cumprimento um enfermeiro que passa de forma apressada por mim.
Já vestido, volto ao quarto, no entanto, antes que eu diga algo, ela olha para trás de mim, sinto alguém se aproximando e quando me viro, dou de cara com a Larah.
— Hoje vocês têm que cuidar de alguns pacientes do doutor Brown, e ficar de olho nos internos dele, para que eles não façam cagada. — ela diz cada palavra com tanta polidez e frieza que fico admirado com o profissionalismo.
— Tá certo. — digo.
Ela se retira quase que imediatamente. Deixando a Luise e eu calados. Olho para a minha amiga que parece estar segurando o riso.
— Acho que ela não gostou muito de ter sido rejeitada. — ela comenta.
— É... Acho que não.
A garota à minha frente abre o imenso sorriso brilhante.
— Bem. — ela faz menção de sair — Vamos lá ver o doutor Brown.
Estreito os olhos e recebo uma risadinha como resposta. Mas a sigo em direção a sala.
Era enorme, estava mais para um salão. Pelo visto, era para crianças que estavam em algum tipo de tratamento, e para tornar tudo menos estressante para elas, colocaram elas para interagir em uma sala com vários brinquedos e telas de desenhar e vídeo games.
Lá encontramos o doutor junto com sua pequena orda de internos. Todos curiosos com os casos, e esperançosos por uma oportunidade. Ficamos do lado de fora aguardando, e no momento em que ele sai, lança um sorriso que tenho absoluta certeza de que foi mais para a minha parceira do que para mim.
Em seguida, entramos e observamos enquanto os internos fazem todo o esforço para lembrar das aulas na faculdade e fazer tudo direito. São seis no total, ouvimos atentamente quando o doutor Brown os apresentou: Brenda, Neil, Roby, Gina, e os gêmeos Alvin e Ailey.
Alguns se mostram muito eficientes, como a Brenda, Ailey e Neil, fazendo o trabalho com maestria, demonstrando que futuramente serão excelentes profissionais. Outros, como Roby, Gina e Alvin, no entanto, parecem atrapalhados e perdidos, talvez devido ao nervosismo.
Uma das internas perdidas, no caso a Gina, olha para nós com um olhar desesperado, como se pedisse por ajuda, isso é confirmado quando seus lábios sussurram um "o que eu faço?". Enquanto a criança olha com medo do que está acontecendo. E como uma heroína, Luise vai até ela e auxilia a moça.
Ao me aproximar das duas, é perceptível a expressão de alívio no rosto da jovem interna, que sussurrou pelo menos uns dez "obrigada" para minha amiga. Dou um sorriso amigável que é rapidamente recebido por um "oi".
— Você realmente me salvou, posso te agradecer de alguma forma?
— Não precisa. — minha amiga dá um sorriso solidário para ela.
Os outros prosseguem nas suas respectivas atividades, alheios a esse pequeno acontecimento, e à medida que vão terminando, vão se retirando.
Já um deles, o Neil, conversa com naturalidade com uma menina, e isso chama a minha atenção. A garota ri e parece prestar muita atenção ao que ele fala.
— Então se eu for boazinha e entregar meu braço, você me dá um presente? — a garotinha fala com uma voz gentil.
— É isso mesmo. — ele confirma a informação com um sorriso.
Ao meu lado, Luise também presta atenção a essa pequena conversa, enquanto ainda foca em ajudar a garota do lado.
Aos poucos um a um vão concluindo suas tarefas e saindo. As crianças olham para nós com curiosidade.
— Vocês vão brincar com a gente? — uma delas pergunta.
— É claro! — digo pegando alguns brinquedos.
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Muito bom, amigo
Science FictionLuise e Ian sempre foram bons amigos. Nada mais que isso. Após relacionamentos fracassados, ele busca apenas boas noites, e Luise sequer procura alguém. Mas um bom amigo é para todas as horas, não é mesmo? Este livro está conectado com: Não quero ni...