Ian.
— Pois é, cara! — em meio a uma onda de risadas, viro uma dose enquanto meu amigo gargalha do meu lado.
— Não julgo, faria o mesmo.
— E o seu trabalho? — Kieran usa o termo 'trabalho' pra substituir o termo 'missão'.
— Na verdade... Tá sendo até que bem tranquilo. — penso um pouco nos últimos dias — É bem calmo na verdade, as jornadas são longas mas minha parceira é até legal.
— A Luise é de boa.
— Sinceramente, sim, na verdade, acho que ela tá gostando mais do que eu e leva jeito pra coisa.
— Pra qual parte.
— Ambas. Tanto no hospital quanto fora dele. Embora a gente ainda esteja um pouco empacados.
— Vixi.
— Seja lá quem for, sabe exatamente o que está fazendo. É muito difícil... Não, na verdade não encontramos muitos rastros dele ou dela.
— Na verdade, pra conseguir fazer isso no mundo todo, tem que ser várias pessoas envolvidas.
— Faz sentido. — e realmente faz, Kieran tem razão sobre o tanto de pessoas necessárias pra isso, mas a constatação disso só me deixa mais frustrado, como conseguir pegar todos? — Como tá sendo o seu trabalho temporário no aeroporto?
— Muito bom! — o tom que ele usa e o sorriso só podem significar uma coisa.
— Tá transando a berça.
— Tô! Algumas passageiras ficam um pouco tensas ou ansiosas antes de embarcar, então eu vou lá e ajudo elas.
— Filho da mãe! — solto uma gargalhada.
— E você deve estar pegando as enfermeiras! — ele acusa.
— Na verdade não.
— Sério? Você. Ian. Rodeado por mulheres... E não aproveita?
— Não dá. A nossa supervisora nos dá tanto trabalho que sequer da tempo flertar.
— Nem um beijinho? — ele balança a cabeça incrédulo.
Tinha rolado algo com a Luise, e toda vez que lembro fico bravo comigo mesmo por não ter ido além, mas sei que não seria a melhor decisão. Tampouco eu contaria isso ao Kieran.
— Fiquei próximo de uma enfermeira. Mas não deu pra chegar na parte boa, é muito trabalho mesmo.
— Sabia! Você é tão filho da puta quanto eu!
— Foi só isso.
— Sei.
— Acha que Karen e Hak já se mataram uma hora dessas ? — mudo o assunto.
— Certeza! Mas mesmo mortos os fantasmas devem estar brigando.
— Será que foi uma boa ideia?
— Eu acho que não! — nós dois gargalhamos.
— Não sei se lembro de eles terem ao menos uma conversa pacífica.
— Mas acho que eles levam a missão a sério. Hak é zueiro mas sabe a hora de parar e a Karen...
— Ela deve ter acabado com a comida toda.
— Aí eles devem estar bem focados pra terminar antes que a Karen devore o Hak.
— A Cloe tá namorando. — solto, o Kieran levanta as sobrancelhas, completamente surpreso.
— E você não surtou nem nada?
— Não surtei ainda. Conheci o cara hoje.
— Sério? Como ele é?
— Um palerma.
— Sinto muito?
— Acho que prefiro ela sozinha.
— É claro. — ele ri com sarcasmo.
— É a minha irmã! Eu não gosto da ideia! Nunca vou gostar.
— Cê tá ligado o que pode acontecer né... — um arrepio sobe minha espinha só de pensar...
— Nem começa. — eu não quero pensar nisso.
— Você precisa ser forte amigo! Você pegou várias irmãs por aí. — ele fala com veemência.
— Eu sei. — me sinto pego no flagra.
— Agora é sua vez de sofrer. — ele faz um olhar assustador e dou risada sem graça.
Isso é verdade. Sempre fui muito protetor com a Cloe, tentando impedir que caras se aproximassem dela com segundas intenções. Era válido quando ela era apenas uma garotinha, mas agora que cresceu não tenho mais tanto poder assim de evitar coisas assim. Paralelo a isso, como o Kieran falou, fiquei com várias meninas, e várias delas tinham irmãos que não gostaram de eu indo lá apenas pra ficar e depois vazar sem compromisso. Tenho certeza que até as irmãs Carter não gostaram muito quando eu comecei a ficar com a Maggie. Então a raiva que estou passando agora é justa.
— Pelo menos ele não parece ser tão idiota. Ou é o que eu espero.
— Relaxa, a Cloe sabe se cuidar.
— De qualquer forma deixei ele de sobreaviso.
— Ameaçou ele?
— Não, só deixei claro que se ele fizer alguma besteira, eu vou esmagar o crânio dele até virar purê.
— Então foi uma ameaça. — acabamos por rir desta constatação.
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Muito bom, amigo
Ciencia FicciónLuise e Ian sempre foram bons amigos. Nada mais que isso. Após relacionamentos fracassados, ele busca apenas boas noites, e Luise sequer procura alguém. Mas um bom amigo é para todas as horas, não é mesmo? Este livro está conectado com: Não quero ni...