Capítulo 33

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Cloe.

     Acordo com o telefone tocando, penso que pode ser o James me desejando bom dia, mas na verdade é o despertador miserável dizendo para eu acordar cedo para o treinamento.
       Sei que devo estar sempre me preparando e tals, mas... São apenas duas da manhã... É necessário acordar tão cedo?
      Coloco a primeira roupa que aparece, afinal vou ter que trocar mesmo quando chegar lá.
     
      Como de costume, um agente vem me buscar em casa, já que meu querido irmão está ocupado, seu carro é silencioso, e o preto é tão escuro que é difícil ver na escuridão.
       Entro no carro, que é dirigido até a mansão Carter, e sou guiada  vendada até o local de treinamento, coloco o uniforme e me junto aos outros agentes na ala 1027. Começo a me aquecer e alongar, estou com tanto sono que cada vez que estico uma parte do meu corpo, um bocejo sai junto.
      O treinador começa a nos instruir, copio os movimentos que ele faz com dedicação, posso estar bêbada de sono, mas mesmo assim vou tentar fazer o melhor, vai que o senhor Josh apareça, né?

       Depois tenho que praticar luta corpo a corpo com um colega, e droga! Peguei um alto e durão, a técnica dele é excelente e estou quase apanhando. Preciso me esforçar muito para atingir os golpes com precisão e me esquivar com rapidez.
       Enquanto estou travada na luta, observo seus traços que claramente para mim são de alguém que veio da Ásia. Minha nossa que músculos! Pare, Cloe! Você tem namorado!
      O treinamento é encerrado e ambos estamos suados, ele me lança um olhar rápido e sai em direção ao bebedouro. Agacho e tento recuperar o fôlego.
 

     Na próxima fase me junto a outro colega, o Júnior, popularmente conhecido como Juninho. Ele é intrigante, ele é um agente demasiadamente desastrado, mas também é um agente demasiadamente bom! As habilidades dele são impressionantes. Lembro de quando pude me juntar ao treinamento geral, e ele foi meu parceiro, quando pensei que estava vencendo de lavada, ele me deu uma rasteira.
      Hoje não é diferente, às vezes parece que estou dominando e às vezes parece que tô levando uma surra, de qualquer forma não abaixo a guarda. Como todos aqui, acabei me tornando amiga dele.
      — Eu vi! — ele acusa.
      — Viu o que? — ataco e acerto.
      — A olhada que você deu no Hikaru.
      Interessante. Me assusto e dou uma olhada de canto de olho, felizmente ele está bem longe. Juninho me acerta e tenho que me recompor rápido.
      — É claro que eu olhei, eu estava lutando com ele.
     Ele se desvia de mim com facilidade.
      — Você sabe exatamente do que estou falando.
      — Ok! — me afasto bem a tempo — Não tente me confundir! Eu só olhei para ele porque aqui é um treinamento! — ele desvia de novo — Eu estava observando a técnica dele. — ele se atrapalha e aproveito para aplicar um golpe — Eu tenho um namorado.
      — Tudo bem achar outros homens bonitos.
      — Quer parar de falar baboseira e lutar?
      Ele dá uma risada estranha,  cada dia Juninho surge com uma risada diferente.
      Terminamos mais um treinamento e vou beber água.
      — É hoje! — Juninho também se aproxima para se hidratar.
      — Está animado?
      — Muito! Demorei muito para fazer aquela estátua.
      — Mas ficou ótima, Juninho, muito bem feita.
      — Valeu.

      Retorno para casa por volta das quatro da manhã e me jogo na cama, morta de sono.
      Quando acordo, troco de roupa e escovo os dentes. Desço a escada e sinto o cheiro de café e torradas.
      — Bom dia, maninho! — abraço o Ian com todas minhas forças.
      — Bom dia, Cloe.
      Ele sorri para mim e pego as torradas que pulam da torradeira naquele instante.
      — Nossa! — caímos na gargalhada.
      — Quer fazer alguma coisa hoje? — ele se senta à mesa junto comigo.
      — Achei que você fosse trabalhar hoje.
      — Sim, mas se você precisar eu passo o dia com você.
      Que vontade de esmagar esse cara em um abraço!
      — Nossa, isso seria muito legal da sua parte! Mas vou passar quase o dia todo lá ajudando na organização.
      — Sem problemas!
      — Muito obrigada, mesmo! Você é o melhor irmão do mundo e eu te amo!
      Ele sorri para mim.
      — Eu esperava um "eu te amo" de volta. — murmuro.
      — Você já sabe que eu amo você! — ele vem até mim e deixa um beijo no meu cabelo.
       Não há dúvidas, eu tenho o melhor irmão do mundo.

Muito bom, amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora