Capítulo 39

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| Luise |
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  Sinto o cansaço bater assim que olho a lista novamente. Eu vou ter que andar tanto... Mas se eu quiser terminar tudo isso hoje, eu preciso começar agora.

      Começo a olhar cada um tentando manter a atenção apesar de que isso vai custar tempo. Não é porque o trabalho é difícil que eu vou fazer malfeito.

       Então, um a um, vou fazendo minha parte, algumas crianças são mais fáceis e colaboram comigo, apesar do medo, consigo levar numa boa conversa. Outras crianças no entanto, dão o maior trabalho, gritam e fazem birra, e acabo levando mais tempo que o necessário.

       Durante o processo continuo procurando suspeitos, pessoas que tem uma excelente habilidade em atrair crianças, e que queira as mais poderosas para fazer sequestrá-las. Mas, não encontro ninguém que realmente chame a atenção.

       Procurar assim é muito difícil. Não temos um perfil bem definido da pessoa. Não sabemos quem procurar. Tenho que falar com o Ian sobre isso, também tenho que falar sobre as câmeras insetos que colocamos em um beco falso, faz tempo que não recebemos nenhuma notificação.

       E ainda tem o beijo, o qual sinceramente, eu não quero falar. Seria muito constrangedor conversar sobre isso, embora eu não me importaria em repetir... Para com isso, Luise! Você não é assim!

      Penso ainda sobre a minha irmã, Maggie. Saber que ela está saindo com outra pessoa me traz um certo alívio. Apesar de que, ela superou o Ian muito rápido. No início foi um pouco estranho, mas depois de certo tempo, não houve nenhuma confusão.

       Chego no último paciente comemorando por dentro. Faço tudo com um sorriso interno, até porque, depois que eu terminar com esse moço eu vou poder descansar. Essa alegria aumenta assim que leio o nome: Nathan!

       Entro na sala e vejo o sorriso do garoto aumentar e os olhos brilharem, estava com tanta saudade dele.

      — Catê! — ele exclama feliz, tenta se levantar da maca, mas sua mãe o impede. 

      — Querido, ela está vindo para cá. Tenha paciência.

      A senhora Ocher parece estar mais cansada do que na última vez que nos vimos.

       — Olá senhora Ocher! — cumprimento — Oi Nathan!

       — Oi, Catê! — ele balança as mãozinhas — Onde está o White?

       — O tio White teve que fazer umas coisinhas, mas tenho certeza que ele vai querer te ver depois. — explico.

       — Ah entendi. A minha perna tá dodói.

       Olho para a ficha dele, parece que teve um corte profundo há umas semanas, talvez por isso eu o vi pouco por aqui, mas,  se ele ficou esse tempo todo aqui no hospital por causa de um corte, deve ter sido algo bem mais grave.

       — É, estou vendo aqui. — aponto para o prontuário na minha mão — Tudo bem se eu olhar mais de perto?

       Ele respira fundo e balança a cabeça me dando a permissão. Analiso o lugar, a cicatrização está boa, mas parece que o corte atravessou a perna, só de olhar já imagino a dor que este menino passou. E tento não julgar a mãe, não é a primeira vez que ele se machuca.

      — Muito bem, Nathan, parece que está cuidando muito bem da sua perna.

       — Estou sim, a doutora Paty me ajuda a mexer com ela.

Muito bom, amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora