Capítulo 31

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      Até uns meses atrás, eu jamais teria fantasiado algo do tipo. Mas, depois, isso se tornou quase uma obsessão. Passei a desejar muito esta garota, que eu só enxergava como amiga. Nada do que estamos fazendo agora tem haver com amizade.

       Embora eu queira continuar beijando ela, conheço a mim mesmo o bastante para saber que não vou ficar só nesse. Eu não fazia ideia de quão bom seria beijar a Luise. Eu não quero parar. Eu quero levar ela para minha cama, beijar cada parte do seu corpo , quero sentir seu sabor e conhecer cada parte sensível, quero ouvir seus gritos de prazer, quero penetrar ela até se  chegar ao orgasmo. Mas, estamos em um carro, no estacionamento e daqui a pouco minha chefe vai chegar aqui.
      Muito a contra gosto, vou me afastando. Mas não sem deixar alguns beijos e chupar seu lábio novamente. São tão macios que acabo mordiscando de novo. Em algum momento minhas mãos foram parar em seus cabelos, a outra estava querendo ir para debaixo de sua blusa. Droga! Eu realmente não queria parar.
       Respiramos com dificuldade, e encaro seus lábios levemente inchados e avermelhados por conta do beijo recente.
      Ouço alguns passos e nós nos ajeitamos no banco.
      — Vou ver quem é, tudo bem? — digo para ela.
     Em resposta, Luise afirma com a cabeça. Saio do carro e logo, no mesmo instante dou de cara com minha chefe.
      — Olá! — nossa chefe sorri — Obrigada por esperar!
      — Não foi nenhum problema.
      — Só queria avisar que amanhã vocês farão algumas visitas, é apenas para ver coisas tipo curativos, se estão se recuperando bem... Não será nada difícil.

     — Certo, entendi. — não sei porque ela não mandou uma mensagem, teria sido muito mais eficiente do que nós fazer esperar aqui nesse frio por tanto tempo.
 

   — Então até amanhã! — ela sorri e parece esperar algo.
     — Até. — aceno com a cabeça e me dirijo novamente ao carro.
     Entro no carro e coloco a chave na ignição.
     — Temos que visitar pacientes amanhã. — ligo o carro.
     — De novo?
     — É. — olho para ela antes de começar a manobrar — Ela disse que não vai ser difícil... — falo com deboche.
     — Né! — ela ri, mas sinto um nervosismo em sua voz.
     — Você... — não acredito que estou nervoso — Quer ir para... — viro a direita — Algum lugar?
     — Ahm?
     — Minha casa... Ou... Sua casa...
     — Minha casa... — ela olha para a janela — Tô um pouco cansada.
      — Claro, vou te levar até lá. — acho que ela não entendeu o que eu quis dizer, talvez seja melhor deixar ela em casa.
      — Obrigada.
      — Amanhã vamos ter um dia cheio.
      — Com certeza!

Luise

      Não consigo mais prestar atenção ao que o Ian fala. Apenas concordo e sorrio. Quando chego na frente da minha casa, desço com as pernas um pouco bambas, mas mantenho a postura e aceno. Os seguranças abrem para mim e entro no jardim de cabeça erguida. Ainda anestesiada ando pelo corredor esperando não ver ninguém, esse quarto parece tão longe hoje...
      Finalmente avisto a porta e entro aliviada. Assim que a fecho, encosto nessa e respiro fundo. O Ian me beijou... O IAN ME BEIJOU!!!
      As lembranças invadem minha mente, a forma como ele me beijou... Sinto um calor e minha respiração acelera de novo.
      É difícil acreditar que eu estou prestes a surtar por conta disso. Eu nem mesmo enxergava o Ian assim antes, como um amigo, talvez, e principalmente como o namorado chato da minha irmã, depois o ex da minha irmã. Mas nunca imaginei que ia rolar algo entre nós. Ou mais, que eu fosse gostar disso.
      Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! Bato os pés no chão para aliviar esse surto.
      E a Maggie...? Poxa, ela é minha irmã! E eu acabei de beijar o ex namorado dela!!!
      Foi um beijo tão bom... As mãos dele no meu cabelo... Me arrepiei toda...
     Mas ainda assim... Eu sou uma irmã horrível...
      Mas como a língua dele fez aquilo... Eu queria mais...
      Como eu vou encarar a Maggie? O que vou dizer pra ela quando eu a vir? Como eu pude fazer uma coisa dessas???
      Levanto e me jogo na cama. Grito contra o travesseiro para extravasar.

Muito bom, amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora