Ao ouvir o que eu disse, Josh fixa os olhos em mim e espera que eu continue. Tenho que falar da minha teoria sobre os raptos, mas também preciso que o Nathan seja protegido, além disso, tenho que convencer o Josh, que não é por um motivo sentimental, que não é porque estou apegado ao garoto.
— É apenas uma teoria — deixo bem claro, para esse homem é melhor não mentir — Mas acredito que se encaixa. Nós construimos um padrão de crianças que tem a possibilidade de ser raptado por causa do poder.
— Em que consiste sua teoria? — ele cruza os dedos sobre a mesa.
— Eles conquistam as crianças com um amigo imaginário. — falando assim parece baboseira.
— Estou ouvindo. — ele respira fundo.
— Bem, um dos garotos que estamos estudando é o Nathan, ele se encaixa no padrão. Percebemos sinais de que alguém está contatando ele. Ele fala de um amigo que a gente nunca viu, e foi com ele que a teoria foi criada. Os exames do Nathan comprovaram que ele teve contato com a substância Fn36721.
— Droga e telepatia? — ele olha para mim, balanço a cabeça e me calo. — Continue.
— Achamos que alguém usa essa droga e manipula os efeitos para que a vítima veja o que a pessoa que está manipulando queira. — Luise explica.
— Isso realmente é uma ótima teoria. Mas o que estão fazendo aqui?
— Nós precisamos de ajuda. — penso como colocar o assunto na mesa.
— A gente precisa que alguém fique de olho no Nathan. Ele não pode ser pego. — Luise fala com firmeza, mas no momento em que o Josh olha para ela, ela oscila um pouco.
— Se apegaram a ele. — ele soa exasperado.
— Sim. Nos apegamos. — Luise afirma e quase engasgo — Mas não é por isso que ele precisa de proteção. Ele não é um bom canditado para ser isca, ele tem um poder que se for colocado nas mãos erradas pode dar problema.
— Então, evitem que ele seja pego. — ele franze a sobrancelha.
— Não podemos ficar ao lado do garoto o tempo todo. — digo.
— Achei que eram bons! Por isso são meus agentes. Mas se dizem que não são capazes de ficar de olho em uma criança, podem ir para casa e desistir da missão, eu realmente não vejo uma necessidade em por uma outra pessoa.
Ficamos em silêncio. Droga! Não vai adiantar ficar tentando convencer ele.
— Tudo bem. — digo levantando Luise olha para mim — Obrigado.
Ele permanece sério e saímos.— Que droga! — Luise grita frustada assim que fecha a porta do carro.
— A gente precisa dar um jeito.
— Mas qual? Espionar ele?
Coloco a chave na ignição e ligo o carro. Luise respira fundo tentando controlar o ódio e a frustração. Aos poucos vou dando a partida no carro e penso em como resolver essa situação. Deixar o Nathan ser pego está fora de cogitação. Mas não dá pra cuidar da missão e vigiar apenas um garoto. Somos bons agentes, mas não podemos arriscar nada aqui. Mas como impedir... Uma ideia brilha em minha mente.
— E se usássemos uma câmera escondida?
— Continue. — ela olha para mim, intrigada.
— Uma câmera disfarçada. Do lado de fora da casa, é claro.
— É uma boa ideia! A gente pode modificar ela?
— A gente pode. — penso por um instante — Quer fazer isso agora? Quer dizer... Pode demorar um pouco...
— Bora.
Saímos do carro e voltamos ao jardim da mansão. Dentro há uma passagem direto para a agência, que fica no subterrâneo da cidade. Vamos para a sala onde os equipamentos ficam guardados.
— Então... — Luise para na porta — O que devo pegar?
— Caixa de ferramentas... E uma câmera.
— Isso aqui? — ela pega uma maleta azul e abre — É, é isso mesmo.
— Peguei a câmera.
— Cadê... Aiiiiiiiii!!!! — Luise dá um grito alto e se afasta para longe de mim com lágrimas nos olhos.
— Merda. Desculpa, esqueci da sua fobia de insetos. — a câmera que peguei é uma réplica perfeita de uma mariposa grande. Então entendo que ela ficou apavorada.
— Tá tudo bem... — sua voz está abafada porque ela está encolhida no canto da sala. Me sinto mal pra caramba por ter assustado ela, de novo...
— Desculpe mesmo... Não foi a minha intenção — dou uma risada fraca e me aproximo dela — Vamos escolher outra, tudo bem? — ponho minha mão no seu queixo e o levanto fazendo ela me encarar, ela parece muito assustada.
— Tá bem.
Ela se levanta e respira fundo. Sinto um forte impulso de tomar ela em meus braços. Mas acho que esse seria o terceiro susto para ela.
— Ok... — suspiro enquanto procuro uma câmera que não pareça um inseto — Achei. O que acha dessa aqui?
Mostro a ela a outra câmera, simula uma folha de dama da noite, uma árvore que vi na casa da senhora Ocher.
— Nossa, que linda!
— Vai ser essa, então?
— Acho que sim.
Leva pouco tempo para fazer a configuração da câmera, e também para conectar as imagens no laptop.
— Será que já tá funcionando? — Luise se anima quando terminamos.
— Vamos testar.
Ligo a câmera e aponto para ela. Na tela, vemos a gravação ao vivo. Luise sorri e acabo sorrindo também.
— E agora? — ela olha para mim com curiosidade.
— Agora? — repito a pergunta — Nós vamos instalar a câmera.
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Muito bom, amigo
Ficção CientíficaLuise e Ian sempre foram bons amigos. Nada mais que isso. Após relacionamentos fracassados, ele busca apenas boas noites, e Luise sequer procura alguém. Mas um bom amigo é para todas as horas, não é mesmo? Este livro está conectado com: Não quero ni...