Capítulo 13

38 11 99
                                    

      O primeiro dia de qualquer coisa é sempre um dia de ansiedade. O primeiro dia na escola, primeiro dia de namoro, primeiro dia em uma nova cidade ou casa, primeiro dia no emprego.

     Apesar de fazer parte de um plano, o primeiro dia, com novas pessoas, mesmo para as pessoas mais extrovertidas, causa alguma tensão. Para a gente, não era diferente, apenas pessoas da agência sabem que somos da agência, então teremos de mostrar nossas habilidades e ser bons técnicos.
     — Me acompanhem. — um cara que parece ser nosso supervisor nos chama. Ele nos leva até uma sala onde tem cabines pequenas, com armário. Há uniforme de enfermeiros. São só nós três ali.
    — Sejam bem vindos a nossa instituição, a senhorita Jones me falou sobre vocês. Resolvi trazer vocês em um horário em que os outro não estejam, mesmo que seja para a missão vocês terão que ajudar, certo?
     — Certo. — Luise diz e aceno com a cabeça.
     — Achamos melhor que vocês trabalhem, 3 horas de expediente por dia, vocês podem passar todo tempo necessário aqui, mas devem completar esta pequena carga horária. Todos os dias, de segunda a Domingo. Tudo certo?
     — Sim, senhor. — concordo.
     — Não vamos dar tarefas difíceis, mas vocês aprenderão tudo o que for necessário. Vou pedir para a Lara mostrar onde vocês vão trabalhar. Aqui tem seus uniformes e também suas chaves — ele nos entrega o objeto — Vocês podem guardar tudo aqui. Vocês já viram o básico do que fazer ontem, e hoje já podem aplicar, depois de conhecer o lugar, vocês receberão suas tarefas. Entenderam?
     — Sim.
     — Se acontecer alguma grande emergência, falem com algum dos outros enfermeiros. Eles vão ajudar vocês. Boa sorte. Vou chamar a Larah vocês eventualmente conhecerão os outros. — ele sorri e nos deixa.
     — Espera... Vamos receber salário? — Luise pergunta.
     — Acho que não...
     — Vamos trabalho 21 horas semanais de graça?
     — Depende de quanto tempo ficarmos aqui.
     — Como assim? Precisa trabalhar por um mês?
     — Sim, o pagamento é por mês.
     — Então a gente deve receber alguma coisa, não sabemos quanto tempo vamos ficar aqui.
     — Sim, mas vai ser salário de aprendiz.
   Uma garota em traje de enfermeira
entra e nos cumprimenta:
     — Olá, eu sou Larah Raggio vou mostrar o hospital para vocês.
     — Prazer em te conhecer, sou Ian White.
     — E eu sou Luise Carter.
     — Vistam seus uniformes. Eu volto em breve.— ela se retira.
     — Ela parece ser legal. — digo.
     — Tá, vou me trocar, se vira.
     Viro e a Luise fecha a porta. Não vou negar que senti vontade de olhar, mas respeitosamente me mantenho de costas.
     — Prontinho.
     Me viro para ver ela.
     — Ficou bom em você.
     — Obrigada.
     Faço sinal com as mãos para que a Luise se vire. Tiro a calça e visto o pijama do uniforme, tiro uma das blusas ficando com a blusa de manga longa, coloco a blusa do uniforme por cima e guardo as peças que tirei no armário.
     — Pronto.
     — Você é rápido! — Luise parece impressionada.
     — Sou expert em tirar roupas.
     Ela levanta a sobrancelha e seu queixo quase cai. Acabei cantando ela, dou risada e ela também guarda a roupa dela. Larah volta trazendo uma prancheta.
     — Vocês ficaram ótimos! — ela é realmente legal — Venham, vou mostrar o lugar.

     Larah nos mostra alguns dos lugares onde estaremos, o hospital é gigante e tem alguns andares, um para cada departamento, além de um andar inteiro para recreação e aprendizado. Não conhecemos nenhum paciente durante o tour, Luise parece adorar o lugar, talvez ela acabe trabalhando aqui definitivamente.
    
      Retornamos para o quarto onde todos enfermeiros ficam. E Larah finalmente lê o conteúdo da prancheta.
     — Como é o primeiro dia de vocês, levarei vocês para a área de recreação. Vocês vão ficar com as crianças e vão ajudar elas com as tarefas. Amanhã vocês poderão ficar com os pós operatórios.
     — Sem problemas.
     — Me sigam.
     Entramos em um elevador e chegamos a área de recreação, há apenas uma mulher mais velha, provavelmente a responsável ou a professora.
      — Aqui está doutora Êda, seus assistentes por um dia.
     — Muito obrigada Larah, agora pode ir.
     — Ela é um pouco rígida, mas é uma fofa... — Larah sussurra para nós.
     — Vamos trabalhar, daqui a pouco as crianças virão! Arrumem as mesas, uma folha para cada cadeira, e um pote de lápis de cor para cada mesa. Entenderam?
     — Sim, senhora. — concordamos e começamos a arrumação.
      A mulher digita algumas coisas no laptop sobre a mesa, e algumas imagens aparecem na lousa digital. Era um ótimo lugar para crianças brincarem. As mesas e cadeiras são coloridas e bem organizadas, há um grande baú cheio de brinquedos, no chão, há desenhos de flores em um fundo verde, simulando gramado. As paredes são pintadas de azul claro, e no teto tem lanternas  em forma de um sol sorrindo, uma lua dorminhoca e várias estrelas.
      — Este lugar é bem bonito. — sussurro para a Luise.
      — Sim, é tudo pensado nos mínimos detalhes, olha as árvores! Que fofas.
     Voltamos para a frente da senhora.
     — Doutora Êda, nós terminamos.
     Ela olha para as mesas e balança a cabeça.
     — Ficou bom. Agora, venham aqui. Neste armário ficam alguns materiais que vamos precisar durante a recreação.
      A doutora Êda nos mostra tudo e logo as crianças chegam, somos apresentados a elas e ajudamos em tudo.

Muito bom, amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora