Capítulo 42

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| Ian |
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      O retorno da Karen significa muito para a Luise e para a Maggie, as três são completamente diferentes uma da outra, mas igualmente não conseguem ficar longe da irmã. Também tem um significado especial para a Cloe, as três são as figuras femininas mais próximas de irmãs que ela já teve, e embora eu admire muito a branquela, espero que minha irmã não tente se inspirar muito nela. Para mim, a Karen é especial também, a devoção com a família é algo exemplar, gosto de como ela é determinada para proteger quem ama, mas, em hipótese alguma, direi para ela.

       Entretanto, apesar da saudade, só a verei amanhã. Hoje ela vai passar a noite com as irmãs conversando sobre tudo, a fofoca vai reinar naquele quarto. Cloe vai passar a noite com as amigas, e eu estou no bar para rever os meus amigos. Temos muito assunto a tratar e zuar com a cara um do outro.

       Após combinar tudo por telefone, vou ao bar de sempre e sento em  um dos bancos enquanto aguardo a minha bebida. Noto que há muitas mudanças no lugar, a pista de dança ficou maior, e tenho certeza de que está mais escuro do que da outra vez. Está de cor nova também, as paredes são de cinza carvão, um pouco mais claro que antes, mas está contratando com os quadros de arte abstratas preto e branco atrás do bar. Os lustres são simples e com detalhes pretos. O chão permanece de madeira, mas ganhou alguns tapetes mesclados de tons de cinza próximo dos assentos. Admito que ficou muito melhor que antes.
 
       A música toca numa batida calma, mas contagiante, percebo que o barman prepara a bebida no ritmo do som, como um espetáculo.

       —  Um Sazerac para mim, por favor. — ouço uma voz conhecida ao meu lado.

       — Tão cedo? — olho para o dono da voz enquanto pego a minha própria bebida.

       — Você não está em condições de me julgar, Ian. — ele olha para meu copo.

       — Claro, Kieran. — tomo um gole — Logo o nosso caro amigo vai chegar.

      Antes que ele possa responder, olhamos para frente, a música parece se intensificar, como se algo estivesse se aproximando.

      Encaro a porta de onde um certo cara com expressão maluca, adentra o local com seu cabelo prateado, chamando a atenção de todos por onde passa. Olho para meu colega ao meu lado, e lançamos um olhar para frente novamente. Não posso ler sua mente, mas imagino o que ele está cogitando: a possibilidade de fugir.

       — E aí, cambada!!! — Hak exclama ao chegar — Cheguei caraiiii.

       Como sempre, meu amigo faz questão de dar um show para entrar, e não há quem não olhe. Kieran e eu, no entanto, tentamos nos esconder de alguma forma. Tudo em vão.

        — Ian! Kieran! — ouvimos ele dizer nossos nomes e engulo em seco — Que saudade de vocês!

       — Desculpa, quem é você? — Kieran ainda se esforça para se fingir de desentendido.

      O sorriso do Hak não diminui, pelo contrário, aumenta ainda mais, desafiando nós dois com o olhar, desistimos dessa farsa antes que ele faça algo pior.

        — Oi Hak. — digo por fim, tomando um gole da minha bebida que aquece meu corpo assim que eu bebo.

         — Eu estava com tanta saudades de vocês, meus amigos! — Hak une Kieran e eu em um desconfortável abraço apertado.

Muito bom, amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora