Doces lábios

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Olá, queridos leitores! Espero que estejam todos bem. Me desculpem a demora, foi muito corrido nesses últimos dias e só hoje eu consegui concluir o capítulo. Espero que gostem e se puder deixem seus comentários que estarei lendo e respondo todos.

***

Cláudio sorriu enquanto recebia aquele abraço tão acolhedor e ouvia as palavras de Anastácia, que sempre lhe fizera tão bem.

Depois de um longo abraço se afastaram e nesse momento viram Alice se aproximar. Anastácia sentiu um certo alívio por saber que a companhia da garotinha faria melhor a ele naquela manhã. Não que não soubesse que Cláudio também adorava a sua companhia, mas ninguém melhor que uma criança para animar outra, ainda mais se tratando de Alice, que tinha sempre uma nova história para contar a Claudinho.

***

Minutos depois, Anastácia se encontrava exitante, em frente a porta do Dr. Araújo, se perguntando como deveria agir diante daquela situação. Cada dia estava sendo mais difícil tentar tratá-lo com a mesma naturalidade de antes, quando ainda não sabia que seus sentimentos por ela haviam mudado. Não poderia simplesmente fingir que estava tudo bem entre os dois. Mas também não poderia e jamais iria tratá-lo com indiferença estando ele em sua casa, e apesar de tudo que estava acontecendo eles eram amigos. Sempre foram amigos mas agora o laço entre eles havia se tornado cada dia mais forte desde a noite em que ele lhe salvara a vida. Não que ela se sentisse na obrigação de manter aquela amizade por esse motivo. Araújo realmente havia ganhado o seu coração, não da forma como ele gostaria, mas havia ganhado e ela sabia que já não viveria sem ele.

Perdida em seus devaneios, Anastácia foi surpreendida pelo barulho da porta na sua frente se abrindo, mas no mesmo instante suspirou aliviada ao ver que não era Araújo e sim Quitéria que acabara de recolher a bandeja de café da manhã que havia levado para o advogado. Anastácia não deixou de notar que ele praticamente não havia comido, pois apenas a jarra com a vitamina de morango parecia haver diminuído um pouco do conteúdo, e ela sabia o quanto ele gostava de bolo para não ter comido no mínimo uma fatia.

—Fiquei preocupada... —Disse Quitéria. —Ele mal comeu. Disse que estava sem fome —Sussurrou, deixando a patroa com uma pontada de culpa ao se lembrar da última conversa que tiveram.  —Ele não quis admitir, mas eu o achei um pouco desanimado.

Anastácia olhou um pouco distante, com a expressão pensativa antes de responder:

—Eu vou falar com ele —Disse calmamente.

Quitéria balançou a cabeça em concordância antes de voltar para a cozinha.

***

Anastácia deu duas leves batidas na porta e por um instante achou que não obteria resposta, mas após algum tempo ouviu Araújo responder.

Ao ser autorizada a entrar, abriu a porta devagar e o viu se ajeitar na cama. Ele estava sentado com as costas apoiada na cabeceira e parecia um pouco desconfortável, como se sentisse alguma dor na coluna.

—Como o senhor está? —Perguntou ela em voz baixa ao se aproximar da cama.

—Bem —Respondeu ele, tentando soar firme. —Me sinto bem melhor a cada dia.

—Não é o que parece... —Observou ela. —O senhor mal tocou no seu café da manhã.

Araújo ficou desconcertado. Então ela havia percebido.

—E-eu só não estava com muita fome, nada de mais —Respondeu ele sem saber muito o que dizer naquele momento. Não queria parecer uma criança mimada. Nem tampouco fazê-la se sentir culpada de sua tristeza.

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