Ooiii, meu povo! Voltei com mais um capítulo de "O Perdão." Desde já quero pedir desculpas, por ter ficado um pouco curtinho, mas eu prometo que logo logo apareço de novo com um beeem maior, para recompensar. Espero que gostem!
—D-dona Anastácia, c-como a senhora está? —A voz soou baixa.
—Doutor Araújo, eu quem lhe pergunto; o senhor foi operado... quase morreu por ter salvo a minha vida...
—Sentiu a voz embargar ao cair algumas lágrimas, e continuou;
—Eu nunca vou ter como pagar o que fez por mim.Segurou delicadamente a mão dele, que logo percebeu seu pulso enfaixado, e a olhou com aflição.
—Dona Anastácia... a senhora não me deve nada... —Falou devagar. —Muito pelo contrário... O que eu fiz não foi nada diante de tudo que já fez... por mim e pelo meu filho... —Suspirou antes de concluir: —E-eu não me arrependo.
Ao ouvir essas palavras, Dona Anastácia engoliu em seco, se sentindo mal pela forma como vinha lhe tratando nos últimos dias.
No mínimo deveria pedir-lhe desculpas, mas sabia que nada do que fizesse por aquele homem poderia pagar o que ele havia feito por ela.—Não. Eu não me perdoaria se o pior tivesse passado ao senhor por minha causa... ainda mais depois de ter sido tão... tão dura com o senhor... —Abaixou o olhar envergonhada. —Agora eu quem lhe peço perdão, doutor Araújo...
—A voz soou rouca.
—Isso significa que... a senhora não está mais brava, porque a beijei?
—Ele esboçou um sorrisinho ao perguntar-lhe, quebrando o clima tenso, mas ao mesmo tempo deixando o rosto da senhora completamente corado de vergonha. Como Dr. Araújo ainda conseguia ser tão ousado naquela situação?
—Se perguntou ela, sem reação, agradecendo aos céus por terem sido interrompidos por uma enfermeira, que veio trocar o soro dele, naquele momento.O cabelo da mulher era loiro, e lembrava o cabelo de Sandra quando ainda era saudável. O que fez o paciente lembrar-se imediatamente da megera e indagar assustado:
—Dona Anastácia, eu acabei esquecendo da Sandra! O que aconteceu com el...
—Fique tranquilo, doutor Araújo... Sandra não nos fará mais nenhum mal...
Começou a explicar...
***
Assim que chegou do hospital, Maria foi com Alice passar um tempo com Claudinho, que ainda estava bastante aflito com aquela situação, mas um pouco mais tranquilo por saber que o pior já havia passado.
Sarita por sua vez, aproveitou aquele momento para ir ao hospital ver o Dr. Araújo.Dona Anastácia ainda estava com ele no quarto, mas quando a moça entrou, ela achou melhor retirar-se, para evitar um possível constrangimento entre ela e o Dr. Araújo, já que sabia que Sarita não tinha os melhores modos.
—Araújo, como se sente, meu bem?
—Perguntou levando a mão ao rosto do homem, que não demontrara muito ânimo com a sua presença.
—Estou bem —Respondeu friamente. —E o meu filho... como ele está?
—Cláudio ficou desesperado quando soube, mas agora ele está mais calmo. Maria e Alice ficaram com ele, e eu aproveitei para vir aqui, vê-lo.
—Espero... poder voltar logo para casa, para ficar com meu filho.
—Eu também espero —Falou Sarita, acariciando o braço dele, que a olhou desconcertado.
—Mas e a louca da Sandra, conseguiram prendê-la novamente?
—Realmente a Sandra estava louca... A internaram em um hospício.
Sarita abriu a boca chocada com o que acabara de ouvir.
***
Os dias no hospital não foram muito fáceis para o Dr. Araújo. O advogado acabou tendo algumas complicações no pulmão que fora perfurado pela tesoura, e com isso precisou ficar quase duas semanas no oxigênio, deixando a todos preocupados, principalmente seu filho e Dona Anastácia.
Mas para o alívio de todos, depois de mais alguns dias, o médico foi avisar que ele já poderia voltar para casa, já que estava tendo uma boa recuperação.Naquele mesmo dia, Dona Anastácia o surpreendeu ao lhe fazer um pedido:
—Doutor Araújo, eu sei o quanto está ansioso para voltar logo para sua casa...
—Falou, se aproximando mais da cama, e ficando ao lado dele. —Mas eu tenho um pedido a fazer-lhe, e gostaria muito que o senhor aceitasse.Araújo a olhou interrogativo, e sentiu sua mão ser segurada com firmeza.
—Um pedido? —Ele indagou com ar curioso, e ela respondeu:
—Isso! —Suspirou, antes de prosseguir: —Bom, eu gostaria que o senhor ficasse em minha casa durante a sua recuperação.
Araújo a olhou surpreso. Jamais esperou por aquele pedido, e não podia negar que havia gostado da ideia, assim poderia estar mais perto dela. Mas também não queria incomodar, e muito menos que ela sentisse a obrigação de cuidar dele. Como ele já havia lhe dito; Ela não lhe devia nada.
Será que deveria aceitar?
—Se perguntou ainda sem reação.