Olá, queridos leitores! Aqui estou com mais um capítulo. Me desculpem por ter ficado um pouco curto. Escrevi em meio a correria, rsrs.. mas espero que gostem!
—Er... Ernani —Disse ela, reconhecendo a voz suave e familiar.
—Anastácia? Como você está?
—Estou... Estou bem —Falou um tanto desconcertada, mas tinha certeza de que já não era por estar falando com ele. —Gostaria de falar com Candinho, ele se encontra?
—Espere, eu já vou chamá-lo, acabamos de chegar de um passeio pelo Hyde Parker, nosso filho estar encantado com a Inglaterra, e o Pirulito, nem se fala...
—Anastácia sorriu imaginando a empolgação deles juntos.—Como é bom saber que estão se divertindo!
—Você precisa vir algum dia aqui, há de se divertir também. Eu vou esperá-la! —Falou ele espontâneo, sem perceber que havia deixado ela sem graça. Não que ele tivesse lhe falado algo de errado. Mas naquele momento sentiu como se algo a impedisse de aceitar aquele convite.
—Anastácia? —Chamou estranhando o silêncio do outro lado da linha.
—Oi Ernani, me desculpe... Eu... É claro, um dia eu apareço aí, quem sabe da próxima vez que Candinho for novamente. —Disse hesitante.
—Por um instante achei que havia falado algo de errado. —Falou preocupado. —Tem certeza de que está mesmo bem?
A pergunta a deixou mais uma vez sem reação, mas logo tentou disfarçar.
—Magina, Ernani. Eu agradeço o convite —Respondeu. —Comigo está tudo bem, pode ficar tranquilo. Só estou com saudades do Candinho.
—Não foi exatamente uma desculpa. Estava morrendo de saudades do filho, mas não tinha sido sincera com Ernani ao falar que estava tudo bem. Apesar de vê-lo como um amigo, não queria que ele soubesse que tinha outro homem em seus pensamentos. E se fosse sincera consigo mesma, em seu coração.
—Ah, e eu aqui alongando a conversa —Ernani brincou entre um sorriso. —Vou agora mesmo passar pra ele! Ah, ele já está vindo!
—Obrigada, Ernani. Até mais —Agradeceu ela gentilmente.
—Até logo, Anastácia —Respondeu ele com uma nota de saudade na voz. —Meu filho, sua mãe está querendo falar com você!
—Êta coisa boa!!! Hehê! —Anastácia sorriu ao ouvir o filho, que logo pegou o telefone das mãos do pai.
—Mãe? Como que a sinhora tá?
—Oi, meu filho! Morrendo de saudades! Já não vejo a hora de vocês estarem de volta!
—Meu coração também tá por dimais apertado de sardade da sinhora. Mai a sinhora pode ficá tranquila que já tá bem pertin de nóis tá aí mai ocê!
—Oh, meu filho! Meu coração se enche de felicidade em ouvir isso...
(Continuaram conversando...)
***
Ao voltar da Fábrica, Celso perguntou pela tia e Maria avisou que ela tinha ido à igreja. Maria notou algo estranho na expressão do noivo e perguntou se havia algo de errado com ele.
—Eu... não quero preocupá-la... mas de repente senti... como um aperto no peito... —Disse ele com ar tenso, deixando Maria nervosa.
—Por Deus, Celso! Precisa ir ao médico...
—Não, Maria, não tem nada de errado com a minha saúde —Interrompeu ele. —é como... é como se fosse um má presentimento.
Ao ouvir as palavras de Celso, Maria não soube o que a deixara mais assustada, se fora pensar que Celso estava doente, ou o que acabara de ouvir. Logo pensou em Anastácia e seu coração disparou. Mas quando estava prestes a pedir a ele que fosse buscar sua tia na igreja, viu a mesma entrar pela porta e suspirou aliviada.
Ao notar a expressão tensa dos dois, Anastácia perguntou o que estava acontecendo e Celso acabou contando também a ela. Sentiu vontade de ligar novamente para Candinho, mas seu coração de mãe lhe dizia que ele estava bem, e também acabaria o deixando preocupado.
Por sorte, aquele era o horário que Alice costumava ir brincar com Claudinho, e para seu alívio a viu voltar tranquila da casa de Dr. Araújo.
Celso tentou não alimentar aquele mau pensamento. Talvez não devesse levar a sério, mas no fundo sabia que deveria se preocupar.
***
Algumas horas se passaram e tudo estava aparentemente bem com todos. A noite estava tranquila e silenciosa. Celso foi até a varanda de seu quarto e observou que nem uma folha se mexia lá fora. O silêncio daquela noite lhe causara um certo temor.
Como estava sem sono, resolveu ir até a cozinha beber um pouco d'água. Ao voltar ouviu o telefone da sala tocar e estranhou. Quem poderia estar ligando naquele horário?
—Alô! —A voz soou tensa.
—Aqui é do Hospital Psiquiátrico Carlota Joaquina! Gostaria de falar com um dos responsáveis pela srta. Sandra Sampaio Carneiro?
—Sou irmão dela! —Falou rapidamente. —Aconteceu alguma coisa com Sandra?
—Eu sinto muito em ter que te dar essa notícia...
Celso sentiu o coração disparar, enquanto recebia a notícia de que Sandra tinha sido uma das vítimas de um incêndio provocado naquela noite, por uma das pacientes do Hospício onde ela estava internada. Sandra ainda se encontrava com vida e pedia para ver Celso e a tia antes de morrer.
—Eu estou indo pro hospital agora mesmo!
Celso avisou, antes de subir correndo. Precisava dar a notícia a tia.
***
Ao receber a notícia, Anastácia ficou abalada. Apesar de todo mal que Sandra já havia lhe causado, de ter tentado matá-la naquela noite, não desejava o mal da sobrinha. Celso também avisou a Maria, que insistiu em acompanhá-lo ao hospital. Pediu a Quitéria que desse uma olhadinha em Alice, e se trocou rapidamente.
***
—Titia, eu acho... —A voz saiu embargada. —acho melhor a senhora ficar, eu entendo perfeitamente a dor que a Sandra já lhe causou —Disse ele antes de entrarem no carro. —acho que não se sentirá bem em...
—Eu quero ir, Celso —Instistiu ela, sentindo que precisava ver Sandra.