Falta de ar

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Olá, queridos leitores? Voltei com mais um capítulo. Tá um pouco curtinho, mas espero que gostem. Prometo que o próximo será maior.
Se puder, deixem seus comentários que me ajudam bastante. Um beijo.

***

—O que aconteceu, Quitéria? Eu acabei de deixá-lo no quarto, ele parecia bem!

—Eu não sei, mas tive a impressão de que sentia uma dor no peito, parecia ofegante! Ele não quis dizer, mas sei que não estava bem.

Antes de Quitéria terminar, Anastácia saiu correndo, pedindo para ela ligar urgentemente para o Dr. Lauro, enquanto foi com Maria até o quarto dele.

Ao abrirem a porta o viram sentando na cama com um pouco de dificuldade.

—Dr. Araújo? O que aconteceu?
—Anastácia correu em direção à cama, o ajudando a deitar-se.

—Está tudo bem, Dona Anastácia. É apenas um mal-estar, nada demais.

—Não tente negar! Eu falei pra ficar de repouso, mas como o senhor é teimoso não me obedeceu! —Disse em tom de bronca e ao mesmo tempo aflita.

—Eu vou ver se Quitéria conseguiu falar com o...
—Maria foi interrompida.

—Dr. Lauro disse que já estar vindo.
—Avisou Quitéria ao voltar para o quarto.

—Quitéria, se puder o espere na sala? Ele não há de demorar.
—Disse, tentando manter a calma. —E Maria, tente entreter as crianças, acho que não é bom que o Cláudio veja o Dr. Lauro chegar para que não fique preocupado.

Ambas obedeceram e ao ficarem às sós ela o analisou com o olhar, levando a mão delicadamente até sua testa para verificar se não tinha febre. Araújo a olhou de forma serena, como se sorrise com o olhar. Embora odiasse lhe dar tanto trabalho, o coração sempre ficava aquecido com aquele cuidado.

—O Dr. Lauro não há de demorar —Disse suavemente.

—Eu só sirvo para lhe dar preocupações —Disse ele sem jeito.

—Não fale bobagens... —Balançou de leve a cabeça. —Tudo que eu mais quero nesse momento... é que fique bem.

Ele quase sorriu, quando foi interrompido por uma pequena tosse, que aumentou a preocupação de Anastácia. Mas para seu alivio, ouviu passos vindos no corredor. Se levantou depressa ao ver a porta se abrir e se aproximou do médico, que a cumprimentou.

...Vim o mais rápido que pude! O que aconteceu?

Ouviu Anastácia explicar...

***

Fazia alguns minutos que havia deixado Dr. Lauro no quarto. Anastácia esperava no corredor um tanto ansiosa, andando de um lado a outro. Até que finalmente  viu ele abrir a porta, se aproximando.

—E então, Dr. Lauro? O que ele tem?
—Perguntou apreensiva.

—Não é nada grave —A viu suspirar aliviada.
—Como a cirurgia ainda é recente, podemos dizer, é normal que ele sinta essa dor acompanhada de uma falta de ar ao fazer esforços, já que os esforços físicos costumam exigir mais dos pulmões, dificultando um pouco a respiração...

Anastácia o ouvia com atenção.

...

Enquanto isso, na Loja de Ema, Seu Osório estava no balcão, quando viu duas senhorinhas se aproximar, ambas cochichando algo que ele pôde ter a certeza de que era sobre Dona Anastácia.
Fez questão de apurar os ouvidos para entender melhor e nesse momento viu que não estava enganado. Pôde ouvir perfeitamente as duas últimas frases ditas pelas duas.

—Como ela pôde aceitar um traidor de volta na Fábrica? Só pode está louca!

—Bem que a sobrinha dizia que ela estava...

—Estão a falar de Dona Anastácia?

—Seu Osório perguntou curioso, deixando as duas sem graça.

—Estávamos apenas comentando! Mas não é da sua conta, aliás, o seu trabalho aqui não é...

—O que estar acontecendo aqui? D-desculpe, Bom dia?

Disse a dona da loja, que acabou ouvindo as mulheres se irritarem com Seu Osório.

—Desculpe Dona Ema, é que... sem querer acabei ouvindo essas duas senhoritas falarem mal da sua amiga Anastácia, aí apenas quis saber o que...

—O que estavam falando da Anastácia?

—Indagou Ema, demonstrando irritação na pergunta.

Osório sorriu. Era a primeira vez que Ema não o repreendia, então ele aproveitou para contar tudo que ouviu, deixando Ema ainda mais chateada ao saber. E sem sem pensar se perderia as clientes, logo tratou de defender a melhor amiga, contando que o Dr. Araújo quase morreu para salvar-lhe a vida, deixando as mulheres chocadas com o ocorrido.

Mas Osório sem se conter, acabou deixando escapar:

—Se ele salvou a vida da Dona Anastácia depois do que fez...
só pode ter se apaixonado.

—Seu Osório?! —Ema o repreendeu.

—Eu concordo com o rapaz! Aliás, eu acho que ele já devia sentir alguma atração pela dona da Fábrica e quem sabe por nunca ter sido correspondido acabou traindo ela!

A outra balançou a cabeça em concordância, mas antes de também soltar seu veneno, Ema as expulsou da loja.

Seu Osório ficou olhando com ar de riso mas logo disfarçou ao ver Ema voltar, o olhando com o olhar de reprovação.

—Desculpe, Dona Ema. Eu só quis defender a Dona Anastácia, que não merece esses comentários horríveis circulando pelas ruas.

—Como eu não tinha pensado nisso, Seu Osório?

—Em quê...?

—Que o Dr. Araújo pode estar apaixonado por Anastácia...

Disse com ar pensativo.





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