Olá, meus queridos leitores. Voltei com mais um capítulo. Me desculpem ter ficado um pouco curto, é que está bastante corrido por aqui e eu não queria deixa-los esperando muitos dias. Irei tentar recompensar no próximo. Espero que gostem e se puderem, deixem seus comentários que eu amo saber a opinião de vocês. (Prometo que assim que tiver mais um tempinho livre, irei responder todos os comentários)
—Por favor, não fale como se fôssemos dois estranhos... —Sussurrou, a olhando nos olhos. —Sei que tem todo direito de estar magoada comigo pelo que estou fazendo meu filho passar, mas eu juro, a última coisa que eu queria era fazer o meu filho sofrer de novo! —A voz saiu embargada. —Eu hei de resolver essa situação.
—O que pretende fazer —Sussurrou com a expressão levemente espantada, temendo que Araújo não assumisse aquela criança.
Mas antes que ele respondesse, Sarita apareceu, deixando o clima pior do que já estava ao cumprimentar descaradamente Anastácia enquanto segurava no braço dele, que a soltou bruscamente.
Anastácia não conseguiu disfarçar o constrangimento e ao olhar para ela, Araújo sentiu ainda mais raiva e vergonha de si mesmo.
—Saia daqui —Falou cerrando os dentes, em um tom baixo, olhando para o filho, que olhava aborrecido para Sarita —Você não foi chamada na conversa.
—Você é um grosso —Sussurrou Sarita com a voz controlada e irritada ao mesmo tempo, vendo Araújo a fuzilar com os olhos.
—Está bem, eu vou entrar... —Se aproximou mais ao falar de forma provocativa, com os lábios bem próximos ao rosto dele. deixando Anastácia completamente desconfortável com tais modos e Araújo ainda mais irritado.
—Te espero em meu quarto, tenho algo importante a falar —Por sorte Cláudio não ouviu essa parte. Nem Alice. Mas para a infelicidade de Araújo, Anastácia sim. Pois embora nesse momento tivesse se afastado para ir se despedir de Cláudio, acabou ouvindo.
Araújo suspirou ao ver Sarita entrar, mas sentiu uma pontada de aflição ao ouvir Anastácia avisar a Claudinho que precisava ir.
—Querido, eu volto em outro momento, está bem? —Falou delicadamente, tocando o rosto dele ao se despedir. —O esperarei também em minha casa, sabe que poderá ir brincar com a Alice sempre que desejar.
Cláudio agradeceu com um leve sorriso.
—Eu posso ficar só mais um pouquinho aqui? Por favor? Nem deu tempo brincar com o Cláudio —Pediu Alice, deixando Anastácia sem jeito. Não seria uma boa ideia deixá-la ali, em meio aquele clima tão tenso. Talvez Araújo precisasse conversar com o filho naquele momento. —Pensou.
—Por favor, deixe-a ficar mais um tempo com meu filho, sei que o Cláudio também gostaria de brincar com Alice —Pediu Araújo vendo Anastácia exitar por alguns segundos antes de responder:
—Está bem —Deu um leve sorriso olhando para as crianças —Alice pode ficar. Sei que Claudinho se sentirá melhor na sua companhia.
—Foi até Alice para se despedir também dela, aproveitando para lhe pedir discretamente que ela ficasse brincando apenas no jardim. Como o clima não estava muito agradável na casa do Dr. Araújo e conhecendo bem Alice, temia que ela acabasse falando o que não devia para Sarita.Alice entendeu o recado e deu um leve sorriso sentindo Anastácia tocar seu rosto amorosamente antes de se retirar.
—Han... Vamos brincar de... já sei! —Falou Alice tendo uma ideia.
...
Ao ver Anastácia partir, Araújo olhou aflito. Aproveitou que as crianças haviam se distraído novamente e foi atrás dela.
Ao enrolar na passagem de flores, que ligavam suas casas, Anastácia sentiu uma mão segurar seu ombro por trás, e o coração deu um pequeno salto.
—Espere —A voz soou calma e ao mesmo tempo tensa. —E-eu preciso te dizer que... —Suspirou. —eu não vou me casar com Sarita. Que ela não significa nada para mim.
Anastácia suspirou chateada. Como ele poderia ser tão cínico? Tinha acabado de ouvir Sarita lhe dizer que o esperaria no quarto dela. Tinha certeza de que ele não a ignoraria daquela forma se não estivessem na presença dela e das crianças.
—Eu já disse que não precisa me dar nenhuma satisfação —Falou em voz baixa, porém séria, ainda de costas para ele. —Aliás, é com a Sarita que o senhor deve ir conversar! —Falou com uma certa ironia, para a surpresa de Araújo, que sussurrou, deixando-a trêmula com seu ar quente tocando sua nuca.
—Anastácia —Sussurrou tocando seu braço —V-você está... está com ciúmes da Sarita.
Anastácia paralisou. Sentiu como se sua alma tivesse saído do corpo naquele momento. Não. Aquilo não podia estar acontecendo, logo com ela. Araújo não poderia estar certo.
—Não seja ridículo! —Falou ela ao se virar para ele. Precisava encará-lo, dizer olhando em seus olhos que não tinha motivos para sentir ciúmes dele. Mas ao se deparar com seu rosto tão próximo, novamente seus olhos se desviaram. —Sabe muito bem que eu estou apenas preocupada com o Cláudio!
—Então diga olhando em meus olhos que é apenas com o Cláudio que se importa?!
—A encarou segurando novamente em seus braços, a impedindo de se desvencilhar outra vez. —Diga que não sente nada por mim! —A voz soou forte. —Que aquele beijo não significou nada para você?! Eu quero que me diga olhando em meus olhos!Anastácia balançou a cabeça freneticamente, perturbada com as palavras de Araújo. Sentiu ele buscar seus olhos em busca de uma resposta e tocar seu rosto desesperadamente, praticamente a obrigando a olhar para ele.
Como ele poderia tentar obrigá-la a lhe responder aquelas perguntas? A encará-lo. Não. Ele não tinha esse direito. Ele jamais iria saber o que ela estava sentindo. Nem ela mesma seria capaz de explicar.
—Não! —Se afastou bruscamente. —Eu já disse que aquele beijo foi um erro! Nunca mais vai se repetir!
E antes que seus olhos a denunciassem, ela saiu correndo, deixando ele com o coração despedaçado com suas palavras.
Mas ela não havia lhe falado olhando em seus olhos. E ele teve a certeza de que ela não estava sendo sincera.
***
Anastácia havia levado menos de dois minutos até chegar em seu quarto. Estava com o coração acelerado e o os olhos espantados. Caminhou com pesar, e se apoiou no móvel que havia na parede lateral, levando alguns minutos para recuperar o fôlego.
Anastácia pensou que não era possível que a situação entre ela e Dr. Araújo se agravasse, mas depois daquela tarde ela teve certeza de que não poderia ter acontecido algo pior.
"—Anastácia... V-você está... está com ciúmes da Sarita."
Anastácia ficou perplexa ao se lembrar que aquilo não havia sido uma pergunta e sim uma afirmação. Se Araújo estivesse equivocado ela não estaria tão atormentada.
Mas ele não estava. E isso a deixou completamente apavorada.
***
Sarita olhou na janela e viu que Araújo já havia entrado. Suspirou impaciente, esperando por ele. Voltou a se sentar na poltrona, e cruzou as pernas, erguendo a saia mais um pouco, deixando os joelhos amostra. Ele não haveria de resistir por muito tempo.
—Sei que ele gosta das minhas pernas, não há como negar —Falou pra si mesma, sorrindo ao lembrar de como Araújo ficara nervoso na última vez que ela exibiu suas pernas. Ergueu mais um pouco e ficou esperando ele aparecer.
***
"—Eu já disse que não precisa me dar nenhuma satisfação! Aliás, é com a Sarita que o senhor deve ir conversar!"
—Ela ficou com ciúmes —Araújo sussurrou, escorado no batente da janela em seu quarto. —Não há como negar. —Esboçou um sorriso.