4 - Eu vou provar!

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Mais um capítulo, espero que mais um surto...
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Saio correndo do quarto de Alec, meu coração disparado, meu sangue correndo quente em minhas veias. Caralho, o que foi aquilo? Ele me segurou pelos cordões, me encarou bem de pertinho e eu vi... eu vi suas pupilas dilatando, enquanto me enxergava nelas. Meu Deus do céu! Eu estava ficando duro só em sentir seu peito contra o meu, o calor do seu corpo... E aquele olhar! Eu podia jurar que ele me desejava, bem naquele instante... Foi o álcool? Não! Foi além...

Por que Alec é tão perfeito? Por que, mesmo morto de bêbado ele consegue ser tão lindo e sexy? Por que desejo tanto tocar cada uma das suas mil tatuagens, seus piercings, seu corpo?

Ele me segurou... ele me queria? E eu tive medo... Medo de acontecer algo e estragar tudo.

Eu, que sempre sonhei poder tocá-lo, estar com ele, fiquei apavorado... Era errado, em todos os aspectos, eu sei. Jamais me aproveitaria de um ébrio. Faz parte do código de conduta, e aprendi bem cedo, com meu pai. "Nunca use o álcool como desculpa para errar! Pessoas bêbadas precisam ser cuidadas, mas, sobretudo, respeitadas. E nós as respeitamos e zelamos por seu bem estar, sendo essas pessoas nossos irmãos, amigos, parceiros ou desconhecidos".

Nossa organização é muito boa, as pessoas deviam aprender mais sobre convivência conosco...

Eu quase me arrependo de ter saído daquele quarto, mas quando lembro das palavras do meu pai, sei que fiz o certo, mesmo que aquela pudesse ter sido a minha única chance... Melhor não pensar.

Vou para o meu quarto, no dormitório. Nos últimos tempos, tanto eu quanto Alec passamos mais tempo aqui do que na casa com nossos pais. Ele, eu sei, que é por causa das garotas... ele as traz nas festas, as fode, e as manda embora... Idiota! E eu fui ficando para estar mais perto dele... Acho que eu devia voltar para casa...

Tiro minhas botas, me jogo na cama e fico olhando para o teto, sem trocar de roupas e tirar meus cordões. Não sei o que pensar e talvez seja melhor não pensar... Na minha mente só há uma pergunta. "O que foi aquilo?".

Acabo dormindo com o questionamento girando e se repetindo na minha mente e só acordo quando tudo já está escuro, com alguém batendo insistentemente na minha porta. Não se pode mais dormir o dia todo nessa porra? Paro diante da porta fechada e a encaro, apertando os lábios, quando tudo o que aconteceu esta manhã me volta à mente. E se for Alec? E se ele vier falar sobre aquilo, se explicar ou pedir explicações?

Respiro fundo e abro a porta, como se fosse para a minha morte. Seja o que Deus quiser!

_ Seu filho da puta dorminhoco!!! Não vai dizer oi para o seu amigo? _ Rafael está parado na minha frente, abre os braços para mim, com seu melhor sorriso de dentes grandes e brancos.

Eu surto. Pulo no seu pescoço, enlaço seus quadris com as minhas pernas e grito efusivamente. _ É você mesmo!!! Rafa!! Rafa!!! Você voltou!!!

Ele me abraça também e pula, rindo alto. Rafael é um amigo muito querido, um nômade. Ele já foi membro do nosso MC e eu ainda tenho esperança que volte a se basear conosco, mas, há seis anos, depois que sua namorada morreu em um acidente com a moto que ele pilotava, a tristeza o fez se afastar... Desde então, ele se tornou um motoqueiro errante, que perambula pelos estados e países, parando nos MCs aliados, passando pouco tempo e logo voltando para a estrada.

_ Ainda não estou acreditando que você está aqui..._ digo, enxugando as lágrimas que vieram com o riso, agora novamente com os pés no chão. Ele me puxa para outro abraço, menos efusivo, e eu o aperto.

_ É bom demais ver você, Magnus. Eu senti saudades..._ admite.

_ Eu também senti saudades... Aconteceram tantas coisas nesse último ano e você não apareceu no Natal..._ reclamo, quando nos afastamos e o puxo para dentro do quarto.

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