Alguém quer ler mais um capítulo?
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_ Vocês o que? _ os olhos heterocromáticos se Jace estão quase caindo das órbitas e isso não facilita muito para mim. Já foi difícil demais dizer a ele que eu e Magnus estamos… juntos. Eu não vou repetir essa porra porque ele é surdo!_ Esqueça o que eu disse! _ bufo, soltando ar pelas narinas, nenhum pouco à vontade com seus olhos cravados em mim, como se eu fosse um fantasma. _ Só esqueça o que eu disse!
_ Não! _ ele avança e se senta ao meu lado, no balcão onde estou selecionando as notas, sob a lupa super detalhista. Eu sempre faço isso, uma a uma, cada cédula pronta, por causa do meu perfeccionismo. Se achar uma mínima falha, eu a descarto. _ Se está me contando é porque confia em mim e… uau… que voto de confiança! _ ele está entusiasmado agora, e isso acalma um pouco meu coração, que bate acelerado no peito. Estou ansioso, e talvez esteja até suando, apenas por ter contado a ele o meu segredo. Sim, Magnus não é um segredinho sujo, mas ainda é um segredo, um delicioso e brilhante segredo…
Resolvi contar a verdade a Jace quando voltei da minha incursão no pomar. Ele não entendeu nada quando parei de fazer meu trabalho, já atrasado, e me plantei na frente do meu notebook, no qual tenho instalado o sistema de vigilância do rancho.
Saímos do motel antes do sol nascer e chegamos no MC separados. Ele ainda precisava trocar de roupa e se arrumar para ir trabalhar e eu, bem, eu tinha de me virar para tirar o atraso de dois dias no trabalho que precisa ser entregue na terça-feira.
É hora do almoço e eu não estou com fome. Resolvo ver se ele está bem, se está se alimentando, ou, sendo sincero, só quero vê-lo, porque já faz algumas horas que não faço isso. Talvez eu seja um perseguidor, talvez eu seja um obcecado, talvez eu só seja um maluco, mas estou caçando Magnus pelas câmeras do refeitório da fazenda, sem o encontrar.
Verifico os arquivos, para saber se ele não está no banheiro, e o vejo saindo da sua sala, mais de meia-hora antes, e caminhando na direção da saída do prédio. Como assim? Para onde ele vai?
Passo para os arquivos das imagens da frente do prédio e Rafael o recebe. Hã?
Eles caminham juntos e vão para o pomar, onde não há ninguém nesse horário. Não há câmeras onde estão, mas dou zoom na que fica na entrada e consigo ver de longe que os dois comem sanduíches que Rafael levou, e só isso já me incomoda. Por que diabos ele está alimentando Magnus?
Parecem animados, riem, conversam e estão muito perto para o meu gosto. Perco a paciência, bato a tampa do note contra o teclado, e me levanto. _ Já volto! _ digo e saio, sem dar a Jace a oportunidade de falar alguma coisa.
Subo na minha moto e saio da área onde fica a sala de máquinas, no meio da mata fechada, longe dos olhos de todos.
Piloto até a fazenda, onde desço e vou a pé ao pomar, com passos largos e decididos. Vou arrastar Rafael dali aos pontapés!
Se conversar de perto já me incomodou, ver Magnus e Rafael abraçados quase me faz cometer um crime. Preciso de todo o meu autocontrole para não fazer uma loucura.
Magnus explica o que aconteceu, mas minha mente tem dificuldade para assimilar, quando não para de repetir o que viu.
Seus olhos me alcançam e eu consigo enfim respirar. Eu acredito nele, mas não gosto de Rafael tão perto, então o mando embora. Ele sai correndo, aquele covarde de merda!
Magnus reclama e me afronta. Ele sabe que o estava espionando, mas eu não me importo… Ele me beija e, de repente, me sinto leve novamente, toda a tensão se esvaindo.

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Donos do Mundo
RomanceCriado desde a infância no Moto Clube Donos do Mundo, Magnus é um membro jovem, aos 26 anos, cheio de vida, dono de si e gay assumido, que nutre uma paixão platônica pelo vice do MC, Alec Ligthwood, de 24 anos, seu verdadeiro oposto. Alec é uma pe...