24 - Veremos!

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Agora que acabou o glitter, já não há barba brilhante, Alec e Magnus terão um pouco de paz? 🤔
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Quase perdemos a hora. Alec, cada vez mais relaxado quando está comigo, dormiu até o sol nascer, abraçado ao meu corpo, e eu aproveitei cada momento, meu rosto em seu peito, sobre a tatuagem da faca encravada ali, como um recado que quem ama pode ser atraiçoado.

O deixo terminando de se vestir, e saio para o salão de festas, onde ajudo as mulheres a arrumarem a grande mesa com o café da manhã, como o homem bonzinho e prestativo que sou, quando na verdade só quero chamar a atenção para mim, enquanto Alec sai do meu quarto sem ser notado.

Os homens já estão entrando, se acomodando nas mesas espalhadas no salão, com seus pratos e xícaras. O parlatório é grande, com muitos reclamando de ressaca.

É sábado, estou de folga e fico me perguntando se Alec vai arranjar um jeito de passarmos o dia juntos. Devíamos ter planejado algo, mas estávamos muito entretidos fazendo sexo bruto e nos adorando. Esta noite ele disse que nunca teve tanto prazer quanto tem comigo e sente que é o certo. Acho que ele está começando a se aceitar…

Alec está mais brando, não ouço seus gritos e não vejo seu mau-humor há algum tempo. Até o vinco entre suas sobrancelhas está sumindo. O observo comer um mufim, recostado no balcão do bar. Ele raramente se senta à mesa, como os outros, ficando sempre afastado, com uma visão macro do grupo. Sempre o flagro me olhando e sorrio pequeno, o fazendo fugir dos meus olhos para não sorrir também.

Coloco na boca o último pedaço de bolo, que pesquei no prato da minha mãe, quando o prospecto entra no salão, com o rádio-escuta na mão.

_ Magnus, tem um homem, lá na entrada, que quer falar com você e diz que é amigo daquele seu namorado, Imasu…

Opa! Alguma notícia dele? Imasu foi um escroto comigo, mas, se mandou um mensageiro, deve ter alguma razão, não é mesmo?

Me levanto de um pulo. _ Diga que estou indo! _ pego as chaves da minha moto, no bolso, pronto para pilotá-la até a entrada do rancho, distante de onde estamos.

O pobre prospecto acaba de assentir quando ouço uma voz do inferno bradar atrás de mim, como um trovão caindo no meio da sala.

_ Ele não vai! Avise que Magnus está ocupado e não vai atendê-lo. Diga que vá embora e não volte mais! _ a ordem é dura e seu tom é aquele perigoso que eu não tenho saudades. A cara de garoto, sem barba, não faz jus ao cachorro louco que brada ordens.

O rádio treme na mão do coitado, que olha para Alec, parado um pouco atrás de mim.

_ Diga que estou indo! _ elevo minha voz, embora não precise, porque o burburinho virou silêncio total desde o instante que Alec trovejou.

_ Eu disse que ele não vai! _ Alec rosna mais alto e isso faz meu sangue borbulhar. Me viro e vejo seus olhos turvos de raiva.

_ Eu disse que vou! Você não manda em mim! Você falou que… _ rosno, com raiva, de volta, mas, antes que complete a frase, para lembrá-lo que disse que não brigaríamos mais, ele me corta.

_ E EU DISSE QUE VOCÊ NÃO VAI! MANDO EM VOCÊ E EM TODOS AQUI! CALE A PORRA DESSA BOCA E ME RESPEITE! _ ele grita em cima de mim.

O tapa que dou na sua bochecha, desprotegida da barba, deixa a marca vermelha dos meus dedos na pele pálida. Ele segura meus pulsos, firmemente, antes que eu continue a estapeá-lo.

Seus maxilares estão tão travados que posso ouvir seus dentes rangendo. O clima é pesado, todos nos observam atônitos, esperando o momento em que Alec vai revidar, me bater, sem pena, como já fez com caras que nem bateram na sua cara, como acabei de fazer.

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