12 - Eu confio em você...

371 49 27
                                    

Então... mais um capítulo cedo 😅
Acho que vai ser assim nos próximos dias, porque estou fazendo um trabalho fora e não sei se consigo fazer isso depois...
Então, aproveitem!
Eu ia postar ontem a noite, mas estava meio morto e não tive coragem 😅😅😅 e isso quer dizer que, se eu estiver igualmente exausto essa noite, também não vai ter capítulo extra. Contudo, aceitem meu esforço de estar aqui tão cedinho e não me odeiem... 😊
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Ele simplesmente dormiu! Dormiu como se não fosse importante, como se não estivéssemos em uma missão de vida e morte. Ele simplesmente dormiu, com a boca meio aberta, que eu posso ver por baixo na aba do boné, de onde saem ronquinhos, baixos e relaxados. Como alguém dorme assim?

_ Acorde! _ bato em seu ombro, com um pouco mais de força do que o necessário, e ele se assusta, deixando cair o boné, os olhos sonolentos se abrindo mais e a mão sumindo sob sua coxa esquerda, onde escondeu sua pistola. _ Já estamos na autoestrada há quase meia hora e eu não sei para onde vamos _ continuo, fingindo não ter visto toda a sua movimentação. 

_ Seattle… nós vamos para Seattle…_ ele diz, enquanto retoma o controle, depois do susto. 

_ Se tivesse dito desde o início, se confiasse em mim, não teria de acordar de repente para dizer o destino agora…_ o acuso, sem tirar os olhos da estrada, as duas mãos sobre o volante. 

_ Eu confio em você…_ ele diz, em voz baixa, ao mesmo tempo que volta a se arrumar  no banco, ao meu lado, e cobre o rosto com o boné, novamente. _ Eu não dormiria com outra pessoa na direção…_ é quase um sussurro, como se falasse consigo e não comigo, e eu finalmente sorrio… Talvez não seja uma viagem tão ruim… 

Mas, definitivamente, é tentador observar, ainda que de soslaio, Alec dormindo, relaxadamente, as pernas entreabertas, as mãos descansando sobre as coxas, e eu sei que ele está pronto para puxar aquela pistola, sob a perna, caso seja necessário.

Confio a minha vida a Alec, sem precisar pensar. Nós brigamos o tempo todo, discutimos, nos provocamos e estamos sempre nos xingando, mas foi ele quem me protegeu a vida toda, quem bateu em todos que tentavam fazer bullying comigo, quando assumi minha sexualidade, mesmo que ele também não parecesse entender direito sobre isso. Ele é um troglodita, mas um troglodita do bem… Eu queria poder dizer que ele é o meu troglodita, mas sou realista e sei que está além de mim. Alec nunca vai me querer, ele é só mais um hétero, com a mente fechada para o leque de opções de diversões que poderia ter se me deixasse entrar no seu mundinho… Mas ele só dá espaço para vadias e lambisgoias, e, nos últimos tempos, Lydia tem sido a mais frequente, o que me incomoda. E se ele resolver fazê-la sua lady? Eu morro!

Já é humilhante demais vê-lo com ela, quando queria ser eu ali, mas fazê-la sua esposa, colocar filhos em seu ventre? Eu não aguentaria.

Jogo um pacote de salgadinhos em seu colo, quando volto para o carro, depois de abastecer e dar uma volta na lojinha do posto, em busca de algo que me apetecesse. Mentira, eu só  procurei o salgadinho que sei que Alec gosta. Eu sei tudo sobre ele… 

Ele arruma o boné na cabeça, a aba para trás, se senta melhor, e ergue uma sobrancelha, quando vê o pacote. Pensa que eu acredito que ficou dormindo enquanto eu desci, mas eu sei, apenas sei que estava bem acordado e seguindo meus passos fora do furgão. É o que ele faz, me protege…

Entrego o refrigerante de uva e ele o bebe, sem agradecer, o que não me surpreende. Alec é a única pessoa no mundo que gosta disso… 

Seu silêncio me deixa irritado, pois apenas bebe o refrigerante, como se fosse saboroso, abre o pacote de salgadinhos e come, deixando o barulho da crocância ser o único por quase 10 minutos. 

Donos do Mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora