06- Lily

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No dia seguinte, quando minha mãe e John pararam, durante o período da manhã para reabastecer os veículos com combustíveis no primeiro posto fajuto que apareceu, Markus, assim como eu, saiu do carro com objetivo de ir ao banheiro. Mantinha um sorriso no rosto que parecia inabalável e andava como se estivesse se arrastando por obrigação; semelhante à uma lesma com dentes.

Vamos ver se o sorriso era tão inabalável quanto parecia.

- Bom dia, Lily.- Disse continuando a sorrir.

- Péssimo dia para você também.

- Nossa, então você já acorda sendo grossa?

- Sim. E você? Já acorda sendo medíocre?

- Praticamente todo dia em que não esbanjo felicidade!- Riu.

- Nossa. Quer dizer que quando você acorda esbanjando felicidade você acorda ainda mais medíocre?

- Não exatamente. Vai ao banheiro também?

- Obviamente, ou você acha que estou andando na mesma direção que você só para te fazer companhia.

- Esperava que sim.

Ele não tirou o sorriso do rosto em nenhum momento oque podia significar duas coisas; ou o sorriso era realmente inabalável ou eu estava perdendo minhas capacidades irritantes e diminuidoras de auto- estima. Para você a primeira opção parece mais provável? Pois é, para mim também.

Uau, estou desesperada.

- Pode ir, primeiro as damas.

- Por isso mesmo você deve ir.- Disse sorrindo irônica, sem mostrar os dentes. Ele balançou a cabeça afirmativamente e entrou. Grosso.

- Cretino.- Deixei escapar, ele ouviu e sorriu ainda mais.

- Adoro te irritar.

- Eu sei.

Ele fechou a porta e ficou lá durante um tempo. Era bem capaz de ele fazer o número dois só para me irritar. Você deve estar se perguntando; por que você não foi no banheiro do trailer, lembro que você disse que havia um?

Simplesmente porque minha mãe deu um ataque- mãe- super- higiênica; lacrou a privada para que não fosse usada porque, de acordo com ela, a caixa de água do banheiro do trailer precisava ser abastecida e só poderíamos fazer isso quando morássemos em algum lugar (isso me deixou meio confusa porque já morávamos no trailer, mas resolvi deixar quieto, ela estava enlouquecendo) portanto, nada de usar a privada para necessidades durante o resto da viagem. De acordo com ela, o cheiro ficaria fétido e incrivelmente insuportável. Okay, mamãe. Como quiser, mas terá de parar centenas de vezes durante o percurso porque não vou deixar barato, não!

- Pronto. Pode usar. Sinta- se à vontade, Rapunzel.

- Rapunzel? De onde tirou isso, agora?

- A trança e tal.

- Nem loura eu sou., idiota!

- Então acho melhor mudar para Fiona.

- Me sinto bem melhor, obrigada. Pelo menos me conforta o fato de que a Fiona também teve de aguentar um ogro.

- Mas no fim ela se casou com ele.

- Como você sabe? A Disney altera os fatos, aposta que a verdade foi que ela o matou rapidinho na lua- de- mel.

- Isso quer dizer que teremos uma lua- de- mel também? Já que você insinua que eu seja o ogro...

- Não, isso quer dizer que você irá morrer. E eu não disse nada sobre você ser o ogro, mas se o capuz serviu...- Ele prosseguiu com o sorrisinho e saiu da entrada do banheiro desbloqueando a passagem.- Obrigada por dar licença.

Se As Estrelas Contassem HistóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora