Há alguns minutos ouvimos os primeiros operários chegando porque não sei ao certo em que parte do fim da madrugada e começo do nascimento do sol nós adormecemos abraçados debaixo dos cobertores. Também poderia suspeitar eu tudo o quê aconteceu não passara de parte do sonho mas a barra do meu vestido continuava levantada e o braço dele ainda estava envolto em minha cintura provavam que foi tudo de verdade e estamos oficialmente juntos. Talvez para sempre.
E o colar da minha mãe ainda está pendurado contra meu pescoço, me fazendo lembrar que ele realmente dera sorte. Mas sou eu quem faço minha sorte.
- Cara, os trabalhadores chegaram!- Ele cochichou com urgência em meu ouvido. Eu apenas grunhi e continuei com meus olhos fechados, eu queria que fosse eterno.- Arrume o vestido e vamos levantar daqui, rápido! Lil! Ah, meu Deus.
Senti ele tirando o braço de trás da minha cintura e sentando- se a meu lado. Aí ele ficou parado alguns segundos depois puxou meu vestido para baixo com delicadeza, mas rapidez e tirou os cobertores de cima de mim, e fez algo que era semelhante a dobrá- lo.
- Frio...- Eu disse baixinho, me encolhendo.
- Lily, suas calcinhas estão à mostra. Esconda- as logo porque apenas eu posso vê- las, não esses caras.
Eu finalmente abri os olhos e o vi com os cobertores debaixo do braço e arrumando o cabelos com o braço desocupado e ele estava lindo contra a luz do sol que brilhava atrás. E sorria maliciosamente e isso me lembrou Victor. Mas não era pra eu lembrar do meu melhor amigo olhando para o cara que eu mais amava na vida, isso era bizarro e errado.
Me levantei, baixei o vestido e o encarei. Ele estava ainda mais belo depois de ter dormido, tinha um semblante bem mais descansado do que na noite passada. Será que o mesmo acontecera com nós dois? Ambos não conseguimos dormir à noite devido à distância entre nós?
Toquei o colar, estava quente contra minha pele e imaginei que anos antes minha mãe também o usara, que também ficara quente sobre sua pele e que já a fizera sentir- se maravilhosamente bem, como se tudo pudesse dar certo se os dedos tocassem a pequena margarida.
- Ainda temos aula. Você vai?- Perguntei, pegando na mão dele e o seguindo até a saída do cais.
- Eu vou.
- Se você vai, eu vou também.
- Quero mostrar para todo mundo quem é a minha namorada.- Ele sorriu e beijou minha bochecha.
- Hum... Eu a conheço?- Brinquei, sorrindo e o encarando.
- Suponho que sim, você a vê todos os dias, quando se olha no espelho.
Eu ri e ele também.
- Como iremos para casa?- Perguntei, com a voz fanha. Não queria ter de andar.
- Andando. Mas você tem bastante resistência que eu sei.- Ele riu e apertou minha mão. Ele era doce. Ele era meu.
- Certo. Ainda é cedo?
- Acho que seis horas da manhã, afinal é a hora em que o cais abre. Chegaremos logo.
- Espero que sim.- Eu disse e apertei a mão dele de volta.
...
Minha mãe não estava em casa quando chegamos, eu sabia porque vi que nenhuma luz estava ligada. Markus me deu um beijo antes de entrar em casa.
Se o céu é repleto de sentimentos maravilhosos e felicidade, então eu estava bem perto do céu. Era difícil ver as nuvens daqui de cima e eu não sabia se algo poderia me desanimar para o resto da vida. Talvez apenas tê- lo longe.
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Se As Estrelas Contassem Histórias
Teen FictionVocê já imaginou se morasse em um trailer? Se você e sua mãe viajassem o país inteiro sem nenhum propósito e de repente ela decretasse um destino certo sem mais nem menos e vocês tivessem de atravessar o país para chegar lá? Agora imagine que o trai...