Sem correção
[Por Helena B.]
Observei desconfiada os seus movimentos, quando os seus dedos tocaram na minha pele dolorida, senti um arrepio devido ao choque térmico do creme frio contra os meus pezinhos que estavam quentes e inchados, a maneira como massajava o meu pé, os seus toques precisos e o alívio imediato que comecei a sentir, eram indicadores que sabia exatamente o que fazia, o mais estranho não era facto de ele realmente saber fazer massagens, o que mais me perturbava era que não senti repulsa do seu toque, era quente e suave, as suas mãos realmente eram agueis e delicadas. Aquela mistura de sensações que me envolveram e deixaram relaxada, conjuntamente com o meu cansaço,era perigoso, as minhas defesas estava em baixo e os meus olhos começaram a pesar, eu sabia da forma como estava cansada se eu pegasse no sono, não, seria algo leve, que ao primeiro sinal de perigo iria acordar, ia dormir que nem uma pedra, o que me deixaria vulnerável, suspirei fundo e forcei os meus olhos a ficarem abertos.
— Onde te aprendes? — a minha voz saiu rouca, devido ao sono que me assolava.
— A minha irmã tinha problemas de circulação de sangue, a Jordana sábia, para castigar deixava a horas e horas em pé no me mesmo lugar, aquilo dava-lhe umas dores horríveis. — franzi a testa confusa irmã? Aquela imprestável da Jordana não podia ter filhos, pelo que eu investiguei, era então impossível ser filha biológica dela, nem sabia da existência de uma quarta pessoa naquele mokifo que eles chamavam de casa. — Então eu fui aprendo, via alguns vídeos e lia sobre, para aliviar as dores dela.
— Qual Irmã? — algo me escapara, como que eu não sabia da existência dessa menina. Olhou para mim preocupado e parou de massajar os meus pés.
— Não mandei parar, não usas as mãos para falares então continua — resmunguei mal-humorada pelo sono.
— Ela, não tem nada ver com... — respirei fundo e puxei pela minha paciência, sendo irmã dele biológico ou não já tinha a noção que eram unidos, só pelo brilho no olhar ao falar nela era percetível a sua adoração, não sabendo qual era minha intenção a perguntar sobre a mesma, normal que não se sentisse seguro a responder, queria a proteger.
— Não foi isso que perguntei. — não deixei que termina-se a sua fala, vi quando engoli-o e as suas mãos começaram a suar, a sua expressão facial de mostrava toda a ansiedade e angustia que sentia naquele momento, hora ai estava a minha a oportunidade de vingar das suas provocações, eu estava simples curiosa em relação aquela historia, não iria fazer nada com a irmã dele até porque a mesma realmente não tinha a ver com assunto dos pais, nem o Danillo, nem o conselho sabia da sua existência, e em quanto assim fosse ela não teria problemas.
— Helena por favor ela não tem... — O pânico chegava quase a dar-me dó, segurei o meu sorrio e fiz uma cara bem seria não o deixando acabar o argumento.
— Responde à porra da pergunta. — falei rude, os olhos dele encheram de agua, mas segurou as lágrimas, então garoto onde esta a tua língua afiada agora? — pensei.
— Um pouco antes deu nascer eles adoram uma menina de 4 anos. Jordana perdera a esperança de ter algum filho. — respondeu quase num sussurro. Devia parar de o atormentar, só mais um pouquinho não faria mal não é? O meu lado sádico gritava dentro de mim para continuar para ir mais profundo, era só uma pequena brincadeira uma pequena, mas doce vinhaça, mas da mesma forma que divertia algo dentro de mim, deixou-me incomodada de ver toda aquela angustia nos seus ainda mais por ser eu aprovadora do seu medo.
- Onde ela está ? — continuei a provocar.
- Eu não sei, ela foi se embora quando fez os 15 anos, ela fugiu assim que pode e deixo-me para trás com uma duvidosa promessa de voltar, para me tirar daquele inferno, mas a verdade é que ela nunca voltou. — As lágrimas escorrem-lhe pelas bochechas, aquele incomodo cresceu dentro de mim ao vê-lo chorar por alguém que o abandonou— Eu fique espera aguentei tudo agarrado a esperança que ela ia voltar, ano após ano eu esperei, todas a vezes que eu metia em problemas ela estava lá, ela era o meu refugi-o, tínhamos jurado sermos nós contra mundo, mas quando eu mais precisei ela falhou-me. — Limpou as suas lágrimas com a ponta dos dedos, abriu um pequeno sorriso — Mas eu não a culpo eu teria feito o mesmo se tivesse a hipótese de fugir.
Fiquei calada a minha brincadeira perdera completamente a graça, ainda mais por saber que era mentira, ele nunca abandonaria, mesmo que ela o tivesse feito ainda a tentava proteger e isso merecia o meu respeito.
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O perigo do teu toque
RomanceHelena, uma mulher enigmática e ameaçadora , surge misteriosamente na vida de João Miguel, obrigando-o a ir morar com ela e a seguir suas ordens. Essa narrativa é repleta de assassinatos, violência e suspense. Este texto ficcional aborda uma narr...