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[ Por João Miguel ]


 Tradução: Entregue Noite de Domingo, em Roma
[ Por João Miguel ]

Quando Helena saiu do meu colo, tentei levantar-me, mas fui empurrado pela sua mão no meu peito:
- Não, fica deitado. - Saiu da cozinha, mas logo voltou com um saco preto de papel nas mãos, encolhi-me com a sua proximidade.
- Junta as mãos! - Mesmo relutante, obedeci. Helena retirou uma corda do saco e amarrou-me, em seguida prendeu o resto da corda no balcão, deixando os meus braços esticados, ela acomodou os joelhos na bancada de pedra negra e sentou-se sobre o meu corpo.
- Confortável? - Perguntou, divertida com o meu notável desconforto. Suspirei.
- Não! - Disse desviando o olhar do dela, que se abaixou até o meu ouvido e sussurrou:
- Vou contar-te um segredo, garoto, sou uma pessoa cruel, divirto-me com o sofrimento alheio... — Ela lambeu a minha bochecha, estava apavorado, a minha respiração ficou mais pesada e escapou-me um suspiro. - Mas posso abrir uma exceção para ti... — Engoli em seco quando ela passou a língua sobre os meus lábios. - Vou com calma, posso fazer de uma forma diferente. — Beijou o meu pescoço, provocando um pequeno gemido quando senti os seus lábios gelados na minha pele. - Se não queres que seja impiedosa contigo, só tens de cumprir três regras: Quero sempre a verdade, sê obediente e fiel e terás muito a ganhar de mim. — Ela mordeu de leve o meu lábio inferior. - Mas a partir do momento em que as quebrares, vou-me tornar o teu carrasco e não haverá clemência ou piedade.
Ela debruçou-se e esticou-se para apanhar alguma coisa.
- Helena eu... - Senti as lágrimas se formarem, ela vendou-me, um soluço fugiu, eu já estava amedrontado por estar amarrado, mas o pavor abateu-se em mim quando ela impossibilitou a minha visão, os fantasmas de um passado não muito distante consumiram-me, fazendo-me suar frio e debater-me. - Por favor, tire, se... eu fiz algo errado, perdão, a venda...
- Shhh, calma. — Suas mãos foram pousadas sobre o meu peito. - Garoto, não te vou magoar, pelo menos não quando fores obediente, calma, respira... — Soltei o ar. - ... Isso. A venda é só para meu prazer, não a estou utilizando com algum tipo de castigo... — Comecei a relaxar com as suas palavras e carícias.

[ Narradora ]
Quando mais calmo, Helena rasgou a t-shirt que o mesmo estava a usar, a morena retirou uma faca da gaveta da bancada e passou a lâmina de metal fria sobre o peito nu do garoto, que se assustou com a movimentação do metal gelado e cortante junto ao seu corpo, fazendo-o encolher-se.
- Helena... - A sua voz soou como uma súplica de forma que apelasse pela piedade de Helena.
- Quieto! - Ordenou num tom rude, dando uma palmada bem forte na coxa do garoto, que com o susto deu um pequeno pulo, levantando um pouco o seu corpo da bancada e deixando sair dos seus lábios carnudos e rosados um grito mais pelo susto do que pela dor. Os 5 dedos de Helena ficaram tatuados num tom vermelho na pele pálida do loiro. Caminhou até o frigorífico e tirou uma garrafa gelada e gasosa de champanhe, uma taça de morangos doces e chocolate negro líquido e meteu tudo em cima da bancada. Encheu um copo de cristal com champanhe e bebeu de um golo, marcando o copo com o seu batom vinho.
- Agora, voltando ao ponto, eu disse que quando voltasse era para estar deitado. Qual a parte que não entendeste??
-Eu... vim à cozinha beber água, não achei que iria ficar zangada por isso... - Helena revirou os olhos, pegou num morango e mergulhou no chocolate.
- Abre a boca! - Mandou. O loiro engoliu em seco, vulnerável era a palavra certa de como estava a sentir-se no momento, não se conseguia mexer, não conseguia ver, e sabia que tinha de obedecer. Era triste pensar que o seu livre-arbítrio tinha sido roubado e a sua liberdade morta, a sua esperança estava a ser destruída aos poucos e poucos.
Fechou os olhos com força, tomou coragem, e separou os lábios, Helena mordeu o morango e em seguida, deu uma pequena mordida no lábio inferior do garoto. O amargo do chocolate negro com o doce do morango deu um sabor suculento ao beijo. Sem afastar os seus lábios, subiu sobre o corpo do loiro. Deixou um rasto de chupões e beijos pelo seu pescoço, e por fim, deu mais uns goles no copo de champanhe e derramou o resto do líquido sobre o loiro, que ao sentir o líquido frio sobre a sua carne quente contorceu-se.
Helena encaixou os dois corpos um no outro, movimentando-se em cima do garoto com uma elegância e destreza dignas de uma rainha.
Os dois corpos suados e quentes estavam unidos numa completa perfeição como se fossem parte um do outro, o corpo de João Miguel dava espasmos pelo prazer que sentia, dando grandes puxões nas cordas...
A respiração de ambos estava ofegante, os gemidos, os murmúrios e as súplicas do loiro para que pudesse tocá-la ou pelo menos vê-la eram a coisa mais excitante que a morena já tinha ouvido... Por fim, explodiram os dois num orgasmo quente.

O perigo do teu toqueOnde histórias criam vida. Descubra agora