Perigo? Não sei (part2)

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Por Helena B.


- Garoto, isso é uma tentativa de me comparar com sexo? - Perguntei enquanto sentia os seus lábios moverem-se lentamente pela minha pele até minha buceta.

- Se não for inoportuno e estiver funcionando, talvez?! - ajeitei-me na cama e controlei minha vontade de rir de suas palavras.

-Verdadeiramente   não me importaria se as circunstâncias fossem diferentes, mas como o panorama não é favorável, então  tens  duas opções: ou paras de provocar e vamos agora para a escola, ou vais até ao fim e chegas atrasado a escola.

-Então, em nenhuma das duas eu fico sem ir à escola?

-Vou repetir pela última vez, não é negociável.-  Seu olhar deixava transparecer toda sua indignação. Fui pega de surpresa quando ele voltou a beijar minha pele, seus interesses não seriam atendidos, não haveria promessa de recompensa. Logicamente, pensei que ele ia parar. Tremi quando sua língua passou por cima da renda. Para ajudá-lo, retirei a fina e transparente peça que separava sua petulante língua da minha pele quente e molhada. Seus movimentos, sugadas e lambidas, estavam me deixando atordoada. Ondas de prazer começaram a viajar pelo meu corpo. Tentei fechar as pernas, mas os braços do garoto envolveram minhas coxas, impedindo-me.

-Vou arrancar... ahhh - minha ameaça morreu a meio, dando lugar a um gemido que não consegui controlar mais. Meu corpo começou a tremer e ele segurou minhas coxas com mais força, impedindo o movimento dos meus quadris. Fechei os olhos e respirei fundo. O que diabos tinha acabado de acontecer? Além de estar descontrolada. Mesmo depois do meu orgasmo, ele não parou de me chupar. Minha pele tornou-se sensível às suas investidas.

-Chega. - Minha voz saiu rouca e baixa. Ao ouvir minha ordem, ele soltou minhas pernas e afastou-se de mim. Eu não conseguia me mexer, estava imersa nos pensamentos do presente e tentando segurar os fantasmas do passado. Definitivamente, aquilo não era algo que eu estava esperando e não conseguia lidar. Eu devia sentir repulsa, nojo, ódio, qualquer coisa que não fosse o sentimento bom que nascia dentro de mim. Algo foi roubado de mim, arrancado com toda a brutalidade. Eu era uma sobrevivente, mas com marcas, marcas bem profundas que tentei enterrar, memórias que tentei fingir que não existiam. Eu já não era a pequena Helena, mas ainda assim, sempre que um homem me tocava de maneira mais bruta ou íntima, meu controle sobre meu lado sanguinário desaparecia, não havia mais razão nem lógica, só a minha vontade de matar e ver sangue. Fechei os olhos e as imagens começaram a vir. Obriguei-me a abri-los para não me deixar consumir. Eu não podia me deixar levar. Se eu sucumbisse ao meu lado sombrio, o garoto sofreria as consequências de algo que não tinha culpa, algo que era meu dever lidar e não descarregar nele.

-Helena, eu... desculpe, foi... - ele falava e falava, conseguia ver sua agonia, sentir o desespero, mas não conseguia entender metade do que falava. Minha mente começou a afundar, eu precisava de ar. Eu tinha que me segurar.

-Cala-te! Vai se despachar. Depois das aulas nós nos acertamos. - Falei, concentrando-me em não perder a cabeça.

-Mas...- Pelo amor de Deus.

-Sai, eu mandei sair. - Desta vez eu falei furiosa, enquanto ainda olhava para o teto do quarto, deitada sobre a cama, imóvel.

Suspirei quando a porta bateu.

O perigo do teu toqueOnde histórias criam vida. Descubra agora