Obbedire

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-Bom, depois desta patética cena, vamos a um assunto mais interessante, o quarto agrada-te?! -

Olhei para ela sem entender.

Quem é esta mulher?

Eu sentia que realmente não era uma boa ideia desafiá-la.

- O quê? - perguntei confuso, acho que a panca foi forte demais.

- Estou a perguntar se gostas do quarto.

- Eu acho que não estou a entender, você trouxe-me até aqui para me perguntar se eu gosto do quarto ? — É impressão minha ou esta mulher é completamente louca? Ela passou a língua pelos seus lábios.

- Vamos esclarecer aqui uma coisa... — Olhou séria para mim.

- Quem faz aqui as perguntas sou eu. E quem as responde és tu. — Eu respirei fundo.

- É um belíssimo quarto. - Respondi a olhar para os meus velhos tênis.

- É teu. - Disse encostada à parede.

[Narradora]

O loiro ficou ainda mais confuso.

- Como assim, eu... — O garoto engoliu em seco. - Eu não sei o que... — A morena não o deixou terminar, desencostou-se da parede e foi até ao garoto, que com a proximidade moveu-se para trás à medida que a morena avançava, acabando por cair sentado na cama que estava atrás dele. A morena, ao ver a reação do garoto, esboçou um sorriso maldoso:

- Com medo? — Perguntou com um sorriso perverso, como se tivesse prazer em ver o garoto naquele estado, ela voltou a passar a língua pelos lábios.

- Eu estou bem humorada hoje, então estou a pensar seriamente em relevar o teu erro de não abrires a porta quando eu te mandei. Amedrontado, ele subiu o olhar até a morena, analisou tudo por uns segundos. Ele não poderia admitir que estava com medo, mais do que isso, estava aterrorizado com a situação.

- Onde estou ?? E o que quer de mim??! - O garoto aumentou o seu tom e quase gritou para a mulher à sua frente.

Isso fez com que o sorriso da morena se desfizesse em segundos, dando lugar a uma expressão de ódio. Num movimento rápido, descruzou os braços até agora cruzados e segurou bem forte no couro cabeludo do loiro, puxando-o para trás com força. A sua cabeça tombou brutalmente para trás e os seus rostos ficaram frente a frente um com o outro e bem próximos. O rapaz gemeu de dor, a sua respiração acelerou e agora sim o medo apoderou-se totalmente de seu corpo.

Flashes das torturas que aqueles nojentos faziam com eles vieram à tona da sua memória.

- Para quem estava assustado há minutos atrás, agora quer dar uma de macho alfa... Ah, mas como eu odeio quando os homens querem assumir esse papel! Nunca, mas mesmo nunca retorne a falar assim comigo. Se não, eu juro que corto a tua língua e dou para os porcos comerem! — O aperto da sua mão ficou mais forte, o garoto engoliu seco mesmo sendo um tom de voz calmo e baixo sem se exaltar, foi tão dura nas suas palavras que fez com que o garoto, preso pelos cabelos, tremeu nos dedo da mais velha. Os olhos azuis mar cruzaram com os olhos cristalinos e frios dela.

Em que enrascadas aqueles dois demônios o tinham metido desta vez? - Pensou ele.

- Estamos entendidos? — Como o garoto não respondeu, ela apertou ainda mais. - Estamos entendidos?!

- Sim. — Sussurrou ele. Ela o libertou do aperto.

- Agora responde à porra da pergunta, garoto insolente! — Ordenou.

- Eu deveria ter ? - O tom do garoto foi bem baixo e a sua voz voltou a ficar trêmula, a morena analisou o garoto. Hummm, aquela pergunta fez-a perceber o quão perdido o garoto estava.

O perigo do teu toqueOnde histórias criam vida. Descubra agora