Ódio e Canela a melhor mistura

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Sem correção 

[ Por João Miguel]

- Não te preocupes garoto, não vou fazer nada de mal com ela.- falou com a voz completamente rouca do sono, recostou-se na cama  e os seus olhos começaram a fechar aos poucos e poucos parei de fazer a massagem no seus pés e chamei o seu nome, mas já dormia profundamente .

Porque fazia aquilo comigo? Porque que fazia sofrer daquela maneira? Só de pensar na minha irmã na mesma situação que Jordana, era como se o meu coração fosse rasgado em dois. Deixei as minhas lagrimas escorrem, chorei sem imitir nenhum som deixei que choro limpa-se qualquer vestígio  de magoa dentro te mim, chorar aliviava a minha dor o meu sofrimento e as minhas angustias.  Olhei para ela os seus cabelos pretos ainda molhados estavam  espalhados pela fronha rosa pastel da sua almofada, o seu rosto estava sereno como nunca, parecia um anjo quem olhe-se para sua figura neste momento nunca e acreditar no que aquela pequena mulher  tinha um lado tão obscuro e mortal. 

Levantei com cuidado da cama para não acordar e deitei-me  no divã de estava aos pés da cama. 

(...)

Uma semana, a uma semana que não sai daquele quarto, estava a dar em doido sem telemóvel, sem livros, sem nada para distrair a minha mente, suspirei cansado.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH - gritei frustrado.  A porta do quarto foi aberta por Dora.

- O que foi ? Esta tudo bem ?- perguntou  preocupada.

- Já não aguento mais, não posso mais olhar para estas paredes rosa pastel. Porque são rosa pastel ? Desde quando ela gosta de Rosa pastel ?

- Acho que desde sempre, mas a porta não esta trancada nunca esteve por que simplesmente não sai ? 

Suspiro fundo 

- Não posso sair, deixa a porta destranca para me torturar...

Dora começou a rir, ótimo agora  estava se a rir da minha desgraça. 

- Deus, aquela menina é igualzinha ao pai, tenho certeza que se for dar uma volta pela casa, ela não vai ...

- Estas a incentiva-lo a me desacatar  de novo ? - assim que ouvi a voz de Helena os meus olhos foram diretos para a porta do quarto, onde a mesma estava. 

- Estava mesmo é um absurdo um dia interior aqui fechado .- Dora respondeu passando pela Helena em direção  a porta do quarto. 

- Se não estas agradada com  a forma que eu trato as minhas coisas podes fazer as malas e ir embora.- Helena falou de  forma arrogante, ela estava a demitir Dora ? Era isso mesmo? 

Dora parou abruptamente a meio do  caminho , o  ar brincalhão, com que provocou Helena  a minutos atrás desapareceu, a sua face estava seria. 

- Repete de novo ?-  Dora falou enfurecida, fiquei tenso deus novamente eu era a causa desentendimento.- Fala-.se tiveres coragem de convidares a sair  da tua casa  de novo .

- Se voltares  te intrometer podes ir embora.- Helena falou fria. Dora abriu um sorriso.

- Espero mesmo que tenhas estomago para lidar as consequências das tuas  ações, não precisas voltar a repetir porque nunca mais volto a interferir na tua vida, mas tens a minha palavra se  isto sair do controle eu mesma dou um fim. -  falou e saiu  batendo a porta  com força. O que tinha acabado de acontecer? Eu tinha ouvido direito ? Dora tinha ameaçado diretamente Helena ? 

Eu estava a perder alguma coisa ?! Helena pegou numa estatueta que estava em cima da cômoda e jogou-a contra a parede desfazendo em pedaços. Fazendo me arregalar os olhos. 

Estava muito fodido. 

- De joelhos agora.-  eu simples cai de joelhos no chão, não me ia atrever a disser nada com o estado em que ela estava .

(...)

Jogou-me sobre a cama e deitou-me de barriga para baixo e como só tinha os pulsos algemados consegui arranjar uma posição confortável.

O pânico nasceu dentro de mim quando os meus olhos foram cobertos por uma venda, ser impossibilitado de utilizar a visão é algo que  agonizava, assustei-me quando o som de uma melodia espalhou-se pelo quarto a cada acorde de violino parecia que o meu coração ia saltar pela boca.

Senti um cheiro forte a canela, era um cheiro bom não sei explicar bem mas...

- Aahhh!! -

Soltei um grito quando algo quente foi derramado nas minhas costas, senti a minha pele arder, pelo cheiro a canela e textura líquida eu tinha quase a certeza do que era...

Soltei outro gemido assim que senti de novo a ardência na minha pele, ela estava a derramar cera de vela derretida pelo meu corpo, não tinha total certeza do que era por estar vendado.

Helena intercalava entre derramar cera  e beijar, morder e deixar chupões na minha pele, eu mordia com força a almofada para abafar os meus gemidos quando as gotas de cera tocavam no meu corpo.

Eu estava em combustão com tudo aquilo, eu sentia as mãos dela percorrer o meu corpo junto com a sensação da cera, a mistura do cheiro da canela e do perfume amadeirado dela deixavam-me entorpecido, sentia o meu corpo leve como se tivesse sido drogado, a música de fundo antes assustadora fazia-me viajar pelo prazer e eu sentia-me completamente perdido e dormente, já não conseguia distinguir a dor do prazer, era uma mistura perfeita dos dois, tinha encontrado um novo ópio para a dor da minha alma.

Naquele momento não havia mais nada para além da Helena, de mim, e do que estava a sentir, os meus problemas, as minhas memórias ruins, as minhas angústias, os meus medos, tinham evaporado ali naquele delicioso momento.     




O perigo do teu toqueOnde histórias criam vida. Descubra agora