[ Por João Miguel ]
Não a fiz esperar, despi a minha blusa, ela sorriu só com os lábios. Jogou uma coleira em cima do balcão, arregalei os olhos quando vi objeto em cima da mesa, já tinha visto aquele modelo. A potência das suas descargas e a voltagem era bem alta, capaz até de deixar uma pessoa inocente.
Engoli seco.
- Coloca.- ordenou.
Eu sabia o meu comportamento a tinha deixado irritada, mas nunca esperei por aquilo.
- Helena vamos...- tentei argumentar com facto de ter-me prometido não usar mais descargas elétricas.
- Não quero negociar, põe a coleira, não vou repetir.- Falou seria em quanto olhava diretamente para mim.
Fugir das consequências, só iria piorar a situação. Dei por vencido e segurei a coleira com os meus dedos, 'trêmulos' e fechei em volta do meu pescoço, sabendo que só era possível abrir com a chave. Ela mordeu o lábio inferior. E depois abriu um sorriso e que sorriso.
- Pensei que teria de ser eu mesma a colocar.- A minha vontade de chorar era grande, mas mantive o controle.
- Vamos para o meu quarto. - Mandou novamente. Eu simplesmente assenti positivamente com a cabeça.
(...)
- Senta na cama. - obedeci, também não tinha muitas opções.
— Helena...- a frase morreu em meus lábios quanto Helena se sentou sobre o meu colo e colocou o seu indicador sobre os meus lábios, ordenado de forma silenciosa que me cala- se. Fechei os olhos quando senti os seus lábios sobre os meus, as suas unhas arranharam levemente a pele nua do meu peito. Segurou o meu maxilar de o modo firme, mas sem me magoar.
- Olha para mim.- olhei diretamente nos seus olhos.- Para de tremer.
Mordi o meu lábio inferior, os meus nervos já estavam fora do meu controle, olhei para as suas esferas azuis em busca de algum aconchego, mas seu olhar intenso só exalava uma chama da luxúria mesclada com a sua devassidão.
Como algo tão belo podia ser tão perigo e mortífero?
Conformado por não encontrar o que necessitava no seu olhar para anular os meus temores, expus a verdade como a minha última cartada da noite. Olhei diretamente nos seus olhos e roguei:
- Eu... eu não consigo. - Fechei os olhos com força.
- Estou apavorado, Helena, por favor eu não irei aguentar as descargas...- confessei, envolto em constrangimento e receio. Ao revelar-lhe tão abertamente o meu medo, a minha fraqueza o sentimento de humilhação começar despontar em mim como uma erva daninha e venenosa, que podia facilmente intoxicar as minhas palavras e ações isso punha-me abeira de um penhasco fatal, a última coisa que precisava neste cenário era o meu ego prepotente a agravar a minha condição.
As suas unhas subiram arranhando leve o meu abdómen, deixado-me arrepiado, a sua mão parou perto da coleira, encaixou o dedo indicador na argola da mesma puxando-me de maneira que os nossos rostos ficassem bem próximos. A minha respiração ficou ofegante e descompassada. Passou a sua língua sobre os meus lábios, o que me estremecer o sorriso que exibia nos lábios era um lembrete de como me adorava ver como um coelho encurralado e assustado, saber que se deleitava ao ver-me assim criava dentro do meu coração uma revolta imensa a qual eu teria de atenuar e não deixar vir átona.
- Não tenho nenhuma pertençam de te eletrocutar...- mexi diversas os meus lábios em buscas de palavras para dar resposta a sua fala, mas a confusão que se criou na minha cabeça não permitiu me advogar.
- Todavia, se for necessário, não irei pensar duas vezes em apertar este botão. - balançou o comando a minha frente. O alívio tomou conta de mim quando entendi que não era um castigo, não estava a ser punido por esta manha, queria jogar, relaxei o meu corpo.
- Quais são as regras?- Entrar num jogo com Helena sem regras era como jogar a cabra-cega na beira de um abismo, a probabilidade de morrer era alta.
Abriu um sorriso maldoso quando o ouvi as minhas palavras.
Chegou bem perto do meu ouvido e sussurrou:
- Quero que me toques a garoto, mas cada vez que fizeres algo que me desagrade eu aperto o botão.- sussurrou agarrando as minhas mãos que estavam apoiadas na cama e as posicionando em cima da sua coxa, por baixo do tecido da camisa branca que tinha vestida. Retirei rapidamente as minhas mãos da sua pele, o seu olhar desaprovação fez-me retrair, mas não ia jogar sem saber exatamente no que me metia, não ia cair nesse erro novamente.
- O que exatamente a desagradaria? - Perguntei.
- É exatamente isso que vais descobrir quando levares o choque.- respondeu secamente.
- Disse que não pretende usar das descargas, mas se eu a desagradar vai usar, se eu não sei o que a desagrada no final de contas vai acabar por usar então não a veracidade na sua primeira premissa. Não a lógica na suas palavra a menos que...- Calei-me a meio eu e a minha grande boca de novo, arregalei os olhos na mesma frase consegui dar entender que era mentirosa e louca.
- A menos que o quê? — o clima sensual tinha murchado, a sua arrogância era notável.
- Vamos acaba a tua conclusão!- ordenou rude. Neste momento estava com mais medo de não lhe responder do que as consequências que adviriam da minha resposta.
- A menos que não sabia o que a desagrada. - sabia que tinha acertado precisamente quando tentou segurar a sua expressão neutra e a máscara de inatacabilidade, mas por míseros segundos não consegui-o segurar as suas falsas emoções de "nada me abala ". A minha mente só conseguia cogitar um único pensamento se ela não sabia de que forma gostava de ser tocada por outra pessoa, isso queria dizer que ou nunca deixou ninguém se aproximar tanto assim ou há muito tempo que não deixava, mas as duas conclusões iam levar ao mesmo final eu era a pessoa que em muito tempo ela permitia tocar-lhe, criava uma dúvida na minha cabeça porquê? Qual seria o seu problema com afetos e toques físicos? Isto claro se a minha equação mental não estivesse errada.
- Pela primeira vez em muito tempo tenho quase a certeza do que afirmei. - completei.
O seu olhar mortífero sobre mim só previa duas coisas, uma ela queria-me esfolar vivo segunda isto era um tema sensível que a deixa vulnerável, fazer perguntas agora não me iria ajudar em nada, só atiçaria a sua raiva. Ela sentia-se vulnerável e a sua raiva nascia dai, para eu a conseguir amenizar teria de deixar-me numa posição também de vulnerabilidade, e esclarecer que de forma alguma estava rejeitar o que me pedia.
- Não a quero desafiar ou afrontá-la se é isso que está a pensar, não ousaria fazer isso nem nos meus sonhos mais aventureiros, aceito os seus termos porque, no fundo, também desejo tocá-la, só queira entender as regas e porque delas para saber se posso negociar uma pequena alteração.
O clima assim com a sua expressão facial ficara mais amigáveis, ler Helena com tempo estava se a tornar fácil.
- Qual é a barganha?- Perguntou.
- No lugar de ser punido por fazer algo que a desagrada, dada a situação, acho que seria mais adequado e produtivo usar das descargas se eu não parar após o seu aviso.- Negociar o jogo em si era impossível já que me impingiu a coleira, mas podia tentar negociar as suas regras.
Ainda sentada sobre o meu colo, voltou a beijar o meu pescoço.
— Concordo com esta pequena alteração.- Concordou
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O perigo do teu toque
RomanceHelena, uma mulher enigmática e ameaçadora , surge misteriosamente na vida de João Miguel, obrigando-o a ir morar com ela e a seguir suas ordens. Essa narrativa é repleta de assassinatos, violência e suspense. Este texto ficcional aborda uma narr...