[Por Helena ]
Os meus pés estava dolorido e inchados, agua quente que escorria pela minha pele, atenuava as dores do meu cansaço físico, encostei as minhas costas parede de azulejos gelada quando senti a sua língua chupar-me, fechei os olhos e relaxei. Era exatamente o que eu precisava após ter passado a noite toda a caçar um por um daqueles animais. A mão que lhe oferecei era do porco que o visitava como mais frequência, o que lhe causava mais dor, não é muito difícil descobri onde estão as frutas podres é só seguir o cheiro de podridão. Ontem de madrugada sai obstinada em fazer eles sentirem uma dor superior a que fizeram o garoto passar, então eu fiz a minha arte, ontem eu pintei uma das minhas melhores telas:
"Persegui o porco durante uma boa meia hora, conseguia ouvir os seus passos e a respiração acelerada e ofegante, ver homens como ele neste estado dá me um sentimento de diversão mórbida, adoro uma boa caça.Por mais divertido que fosse ver este animal em pânico , eventualmente tive de o por a dormir , um simples dardo tranquilizante serviu, levei-o até um velho armazém a uns quilómetros da cidade, costumava servir para guardar produtos agrícolas, hoje em dia serve como o meu pequeno "parque de diversões". O porco foi amordaçado e atado a uma cadeira, enquanto esperava que acordasse fui preparando os meus "brinquedos" .Quando ele finalmente acordou, a diversão começou, presumi que estivesse a pedir misericórdia mas com a mordaça não dava para perceber, e eu não me importava de qualquer uma das maneiras, isto era um castigo merecido e eu ia deleitar me com todos os seus gritos. Comecei com uma simples faca, nada grandioso... com todo o cuidado e precisão cortei-lhe a orelha direita, tal como se faria a um bife de alta qualidade, ahh os gritos, quase que lhe tirei a mordaça só para os puder ouvir melhor, mas eu preciso de um ambiente minimamente silencioso para criar as minhas peças de arte... com a mesma faca livrei-me da outra orelha e num momento de puro gênio decidi livrar me também do seu nariz, ele não iria precisar dele quando eu terminasse.Tinha tantos "brinquedos" para usar, tantas possibilidades, havia um deles que parecia estar a chamar por mim, um velho martelo, tinha o usado várias vezes e nunca me tinha falhado, é um dos meus favoritos e tenho lindas memórias de o usar. Com apenas um movimento contra o joelho, a perna esquerda dobrou-se por completo, acho que foi um dos melhores da minha vida, senti um orgulho enorme, isto foi uma daquelas coisas que só se consegue fazer uma vez , devia de ter filmado.Só mais alguns ajustes e esta seria a minha Magnum Opus ... com uma velha serra ferrugenta cortei a perna direita do porco, muito sinceramente não sei se ele já estaria morto ou não, deixei de tomar atenção á muito tempo, com o mesmo instrumento fui cortando o braço esquerdo, as falanges foram cortas uma por uma , depois o pulso , fazendo a mão cair mesmo em cima do meu salto alto... como se eu não odiasse já este filho da puta , ele tinha de me arruinar os meus saltos... bom agora já estava , o antebraço caiu após algum esforço da serra e por fim , um corte pelo ombro retirou por completo o braço esquerdo, estava quase perfeito, com a mesma serra cortei-lhe a mão direita, iria servir perfeitamente de presente por garoto... e agora sim podia terminar.Uma faca ferrugenta seria o meu último instrumento, com o seu gume retirei os lábios, os olhos e a pele da cara do animal, mas continuava a faltar algo... ahhh claro , uma incisão no abdômen e as vísceras caíram para fora , só mais uma coisa e estaria terminado, com um único golpe arranquei lhe os genitais.Agora sim estava perfeito, definitivamente a minha melhor peça de arte, a minha Magnum Opus , estava na altura de voltar pra casa e descansar..."
(...)
[ por João Miguel ]
Quando sai da casa de banho Helena já estava deitada sobre a cama, não pude deixar de reparar no inchaço dos seus pés, tinha passado a noite toda atrás de... nem me queria lembrar, tinha os eliminado, mas eu não tinha a ilusão de que as suas ações eram por mim, não era por ter algum apego emocional a minha pessoa, não era porque gostava de mim, a verdade é que os matou porque tocaram na propriedade que achava ser dela. Olhei de novo para os seus pés, devia estar com dores no mínimo deviam estar dormentes.
- Queria saber se...- as minhas bochechas avermelharam quando os seus olhos azuis abriam na minha direção tentei manter firme - ... se..se poderia fazer uma massagem nos seus pés.
- Não.- arregalei os olhos com a sua negação iminente.
- Mas eles estão inchado e...- ela interrompeu-me.
- Eu já disse que não.- Comprimi o lábio um contra o outro.
Tudo bem então morre de dores então teimosa -pensei comigo.
- Como é que é?- olhei para ela confuso.- vem aqui que eu vou-te mostrar quem é a teimosa.
Merda eu tinha falado aquilo em voz alta? Eu estava louco?

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O perigo do teu toque
RomanceHelena, uma mulher enigmática e ameaçadora , surge misteriosamente na vida de João Miguel, obrigando-o a ir morar com ela e a seguir suas ordens. Essa narrativa é repleta de assassinatos, violência e suspense. Este texto ficcional aborda uma narr...