O jogo começou.
Já estava no camarote do estádio, sem problemas pra chegar e nem pra entrar. Acesso ao bar e desconto nas camisetas. Muitas famílias e muitos torcedores comuns. Percebi que em vários momentos houveram celulares apontados pra mim. O que me fez pegar o boné que havia trago na bolsa pra completar com o óculos e parecer menos chamativa.Mas eu sabia que fotos minhas com manchetes sensacionalistas sairiam na mídia no dia seguinte, ou mais tarde se os jornalistas forem tão rápidos quanto aquele nerd. Mas o jogo estava sendo bem legal, o ambiente foi perfeito pra analisar como os londrinos frequentavam estádios. Com blusas de segunda pele, casacos lindos e midsized. As mulheres sempre com touquinhas ou chapéus, os homens de calça moletom e bonés.
Enquanto reparava, não percebi o primeiro gol do Chelsea saindo. O camisa 11, Félix, tinha feito gol de cabeça. O estádio inteiro foi a loucura, a maior torcida era azul naquele dia. Pulei de felicidade junto com uma senhora desacompanhada do meu lado. E depois ficou um clima radiante no estádio.
Mason não tinha começado jogando, estava esperando no banco. Mas o técnico decidiu colocar ele pra jogo quando o segundo tempo começou.
Ele entrou sendo vaiado por uns e aplaudido por outros. Acho que a torcida tava revoltada pela má atuação dele. Toda vez que Kai Havertz está na linha, ele não consegue continuar a jogada. Bom, foi isso que eu li nos jornais. Mas hoje, Kai não estava. Só o Félix, que fez o primeiro gol.
E Mason estava indo muito bem, mesmo que eu não tenha assistido os outros jogos, fiquei me perguntando o motivo de dar ruim quando o atacante é o Kai. Será que ele sente algo pela ex?
Pensando bem, não quero ser um ponto de desencontro de ex.
E foi nesses pensamentos perdidos que percebi uma figura importante perto de mim. A esposa do Thiago Silva. Me reconheceu de longe e tava junto com uma criança. Acenou e virou de volta.
Nos minutos de jogo seguinte, algum jogador do Chelsea deixou a bola chegar até a pequena área do nosso time. Quase foi um gol mas Mason e Thiago estavam no momento certo e a bola estourou no meio dos dois parando no pé do meu "namorado".
Ele iniciou a jogada e o time do Chelsea inteiro foi rápido em chegar na grande área do adversário. A bola de novo no pé de Mason. Ele driblou o jogador a sua frente, fez a jogada na direita e deu um chute no ângulo rápido. O goleiro pulou e se estendeu o máximo. O time adversário inteiro olhou o movimento da bola e provavelmente torceu pra que o goleiro pegasse. A torcida se inclinou pra frente esperando pra ver se o grito seria de decepção ou de emoção. E então, Mason abriu um sorriso. O goleiro não chegou a tempo. A rede balançou e a explosão no estádio com certeza fez tudo o que estava em volta tremer um pouco.
Ele tinha feito um gol. Correndo até a torcida e as câmeras, fazendo um coração e apontando pro camarote. Eu sabia que era "para mim". Mas talvez os que não acompanham tanto as fofocas não saberiam. E uso as aspas porque, vocês sabem, não era exatamente pra mim porque ele quer. Era uma ótima jogada de marketing pra rebater o que os jornalistas tinham falado. Mas eu tava morrendo de vergonha de qualquer jeito.
— Obrigada por existir na vida desse menino!!! O amor salva tudo. O amor vai salvar o Chelsea e o futebol do Mount. - um torcedor disse me abraçando com muita euforia. Gritando o nome do Mason por todo o camarote.
A verdade é que foi MUITO engraçado, hilário na verdade, acho que ele estava bêbado. Mas eu fiquei feliz porque nunca tinha sentido essa euforia e gratidão por algo tão simples. Simples pra mim, que não entendia muitas coisas nesse mundo futebolístico.
Quando o jogo acabou, fui direcionada ao local das famílias. E depois de alguns minutos Mason apareceu no corredor procurando por alguém, que supôs que fosse eu. Então acenei discretamente e ele veio em minha direção.
— Oi campeão! - eu falei rindo.
— Oi pé quente. - ele respondeu e sorriu fraco. - Gostou do jogo?
— Eu adorei. Foi muito legal e seu gol foi o melhor do jogo.
— Acho um pouco duvidoso você falar isso, está querendo me agradar! O gol do Félix foi muito melhor. - ele falou enquanto caminhávamos pro carro.
— Foi nada. Não preciso te agradar, estou falando sério.
— Obrigada então. Mas acho que namorados agradam um ao outro. - ele disse.
— Quando se namora de verdade. No nosso caso a gente combinou de ser 100% verdadeiro. - eu falei.
Ele ficou quieto e deu uma risadinha. No carro ele perguntou como estava a minha coleção.
— Você acredita que eu já conhecia seu ateliê desde que chegou em Londres? - ele falou. Só não conhecia a dona.
— Sério? Como você sabia?
— Uma amiga gosta muito de moda e um dia me mostrou seu perfil. Quer dizer, o do ateliê. Você quer passar no HealthyMeal? Estou com fome.
— Você tá de dieta? - ele respondeu que sim, o time todo estava. - Ah, então vamos lá.
— Você não é desse tipo de dieta? - ele perguntou.
— Não, eu odeio dieta. Mas tenho uma boa alimentação. Só falta voltar a treinar. - respondi.
O resto do caminho foi ouvindo músicas que eu selecionei. Era um pouco estranho esse completo silêncio entre a gente, mas era normal porque tem pouquíssimos dias que a gente se conhece né. É como se fosse um encontro com uma pessoa qualquer, com uma simples diferença: ele não era alguém qualquer e todos achavam que namorávamos.
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fake dating | mason mount
Teen Fictiongiovanna romano é uma estilista brasileira que vive em Londres para fazer sua carreira mas se vê encurralada quando a alta moda pede a ela que faça o alcance da sua marca chegar a ramos esportivos também. do outro lado, mason mount, jogador do chel...