quarenta e três

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  E Anaya estava certa, a gente precisava de um tempo. A chegada até o meu apartamento foi silenciosa. Apenas quando nos acomodamos no sofá que conseguimos falar alguma coisa.

— O que você tá sentindo? - Mason perguntou me trazendo para perto dele.

— Acho que é alívio. Só estou um pouco assustada com isso. Nunca vivi uma coisa dessas. - eu falei. - Eu sabia que esse tipo de gente existia, mas não que eu seria uma vítima.

— Me desculpa por ter te colocado nessa situação. - ele falou.

— Você não precisa se desculpar. Eu estou aqui com você porque eu quero.

— Tenho que te falar uma coisa. - ele disse. - Há um tempo atrás eu comprei passagens pro Brasil, para irmos nessas minhas férias. Mas achei que a loucura de Lindsay ia impedir isso.

— O que? Você está falando sério? - eu disse desacreditada e triste porque eu teria adorado essa ideia. - Não acredito que aquela rata acabou com essa viagem.

— Na verdade, ela não acabou. As passagens são pra embarcar no sábado. Esse sábado agora. E ainda temos dois dias. - Mason falou. - Se você topar ir, é claro.

— TÁ BRINCANDO? É CLARO QUE EU ACEITO. - eu pulo no sofá e me jogo em seu colo dando muitos beijos.

— Gio, calma! Você vai acabar caindo. - Mason diz rindo. - Gostou da ideia né?

— Só você pra fazer minhas emoções diferirem tanto. Eu não tô acreditando nisso, meus pais vão ficar loucos. Eu amei, é simplesmente a melhor coisa que você podia ter planejado nesse tempo.

— Seus pais já sabiam. Mas ficaram com medo de não embarcarmos, precisamos confirmar nossa chegada.

— Mason! Você pensou em tudo! Eu amo homens que exalam masculinidade e que resolvem tudo sem precisar ficar perguntando a mesma coisa mil vezes, sabia?

— Não sabia, mas fico feliz que acertei. - ele sorri. - Fale a eles que iremos ao Rio!

  E eu fiz. Eu liguei para os meus pais e confirmei tudo, eles choraram de felicidade. Agradeceram muito a Mason e enfim, todas as coisas que pais perguntariam a filhos nessas ocasiões.

  Quando desliguei, puxei Mason para o quarto e já tirei uma mala enorme do guarda-roupa pra separar todas as peças. Eu estava radiante, e em alguns momentos até parei pra perguntar a Mason se era realmente real. Ele ria e dizia que sim, me preenchia de beijos e me ajudava a dobrar as roupas.

  Separando meus produtos de higiene pessoal no banheiro, acabei me lembrando de uma coisa.

— Mason, coloca a mala aí no chão do quarto e vem aqui no banheiro, por favor. - eu gritei.

— O que precisa? - ele disse quando chegou a porta do cômodo.

— A gente tem assuntos pendentes nesse banheiro, precisa pagar sua dívida. - eu disse me aproximando da sua boca e colando nossos corpos. - Já tá na hora de um banho?

— Ai caralho, não faz isso comigo. - ele disse meio bobo já. - Giovanna, pelo amor de Deus, você tem efeito rápido no meu corpo.

— Que bom, acho que agora é um ótimo momento pra gente resolver esses assuntos.

Sexta-feira foi radiante, vamos ver o que fizemos? Ah, arrumamos a mala de Mason, fizemos compras pra levar para família brasileira e fomos na delegacia assinar a ordem de restrição.

Agora já estávamos no aeroporto prontos pra embarcar. Mason deu atenção a muitos fãs, mas precisamos dizer apenas tchau a alguns pois iríamos perder o voo.

Ao entrar no avião, estava preparada pra longas horas nesse transporte um tanto quanto duvidoso. Eu sei da segurança dele, mas fico pensando em como deve ser montar um treco que literalmente voa. E não suficiente, voa carregando pessoas e malas.

Enfim, tentei não pensar muito nisso enquanto estava no voo. Tiramos algumas fotos para enviar para as fãs, comi muito e bati muito papo com uma querida de meia idade da classe executiva.

Chegamos em solo brasileiro, em São Paulo, pra fazer uma escala. E corremos pelo aeroporto para embarcar no próximo voo. Em pouquíssimas horas estávamos no Rio. Sentia cheiro e atmosfera completamente diferente. Mason estava se disfarçando um pouco, com óculos, boné, casacos discretos e coisas do tipo.  Mas havíamos marcado um ponto no aeroporto para encontrar com meus pais e assim que os avistei, sai correndo para finalmente tê-los em meus braços depois de tanto tempo.

Eles sorriam e faziam mil perguntas enquanto Mason se aproximava meio desajeitado (ou melhor, com vergonha). Meu pai fez cara de sério e cruzou os braços quando Mason foi cumprimentá-lo mas logo depois riu e o abraçou.

— Ele é bonitão mesmo, hein, filha. - minha mãe falou rindo.

A tradução simultânea ia ser um pouco difícil em certos momentos, mas meus pais sabiam o básico da comunicação em inglês. Eu os apresentei devidamente, meu Mason estava todo vermelho de vergonha e a todo momento tentava se comunicar de forma fácil com meus pais mesmo que eu tenha falado que faria todo o trabalho da comunicação deles.

— Deixe-me pagar o táxi para casa? - Mason disse pra mim.

— Não, Mase, vamos de carro. Meus pais dirigem. - eu disse e ele apenas concordou.


Chegar em casa depois de anos foi como um baque. Fred e Nina, os cachorrinhos dos meus pais, reconheceram meu cheiro assim que chegaram perto de mim e pularam por todo lado. Meu antigo quarto agora já não tinha mais a identidade de quando eu era adolescente - e pouco rebelde nas decorações -, na verdade só tinha o mural de fotos que eu havia deixado lá.

— Não chora, você já tá aqui com a gente... - meu pai disse me abraçando e só ai eu percebi que estava chorando.

Mamãe também se juntou num abraço gostoso e puxou Mason pra se encaixar. Ali eu percebi que mesmo depois de todo o trabalho que fiz pra construir minhas coisas em outro país, meu lar eram pessoas. E devo muito a essas pessoas que serviram de apoio em algum momento da minha vida.

— Chega de choro, vai tomar um banho e vamos pra sala comer um almoço delicioso que vou terminar de fazer. - Minha mãe disse. - Mason, fique a vontade. Hoje a casa é sua também.

A comida feita pela minha mãe foi Strogonoffe, fazia tanto tempo que não comia um bom strogonoffe. Os ingredientes, os temperos, o preparo. Tudo era tão diferente aqui no Brasil e eu estava tão feliz por ver nossa originalidade de novo.

Mason e meu pai - que fala inglês um pouco melhor que mamãe - falavam sobre futebol. Papai queria saber sobre os jogadores mais chatos no vestiário que ele já conheceu e como Mason é um ótimo fofoqueiro, ele falou vários nomes famosos.

— Pouco se fala de como o homem é mil vezes mais fofoqueiro que a mulher. - eu disse. - Vamos falar da programação para os próximos dias?

E assim foi o almoço e o resto da tarde, com muitas conversas e muito amor. Eu estava radiante. Feliz porque as coisas começaram a dar certo de forma rápida ou eu mesma ia perder um amor incrível pra minha vida.

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formatação um pouco diferente porque fiz por outro dispositivo.

tive que dividir o capítulo em dois porque achei que ficou grande kkkkkkk e são os momentos finais🥹 aproveitem com amor

fake dating | mason mountOnde histórias criam vida. Descubra agora