Não sei qual era a sensação que deveria sentir ao visitar o Cristo Redentor pela primeira vez, mesmo sendo brasileira e carioca. Mas fiquei assustadoramente surpresa, não imaginava a altura, o vento e o cansaço pelas fotos da internet. Mason estava como uma criança que acabou de ganhar pirulito, e eram apenas 10h da manhã do domingo.
Eu ainda estava um pouco sonolenta porque o voo foi na madrugada de Londres, chegamos no Brasil com -4 horas de diferença, ainda reacostumando com o fuso. Mas ficaríamos apenas uma semana aqui, então não sabia se valeria a pena o esforço pra lembrar do fuso. Acho que a animação de Mason pra ver tudo o que a cidade tinha a oferecer foi maior do que qualquer coisa, então seu sono sumiu em instantes. Obviamente ele teve alguns fãs de futebol parando pra sessão de fotos e autógrafos, mas fizemos bem rapidamente e fomos embora de lá.
Depois disso visitamos um Museu de Artes no Centro do Rio. Aquilo definitivamente já não era minha cara, eu conhecia aquele lugar perfeitamente por conta de algumas visitas que eu já havia feito, mas para Mason tudo era tão novo e diferente que sua animação me fez feliz.
Ainda seguimos para um mega restaurante na região, onde avistamos duas camisas de times tradicionais do Rio: Fluminense e Flamengo. Meu pai explicava pra ele um pouco sobre esses times.
— Eles não vão jogar nesses dias que estaremos aqui no Rio? - Mount perguntou.
— Vão, o clássico Fla x Flu acontece nessa terça pelo campeonato brasileiro. - meu pai disse.
— Como podemos ir? - meu namorado pergunta.
— Bom, eu vejo isso mais tarde. - eu disse respondendo a ele.
Não é novidade para ninguém que Mason, um jogador futebol, gostaria de acompanhar um jogo brasileiro.
Nesse dia, fizemos um churrasco com alguns tios, tias, primas e avós meus também. Para que eu apresentasse Mason a todos. Com muito pagode de qualidade, cerveja, carne boa e felicidade. Ele estava amando aquilo e eu podia apostar.
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Segunda-feira de manhã de outubro. Para a maioria dos trabalhadores brasileiros, era o começo da semana trabalhando. Para mim, de férias, apenas um dia de praia junto com alguns ricos, estudantes matando aula e professores de vôlei, futevôlei e futebol de praia para senhoras e senhores de meia-idade que são donos ou sócios de empresas ou aposentados.
Hoje apenas eu e Mason, minha mãe odeia praia e meu pai foi trabalhar pra folgar o resto da semana. Ele não havia parado de sorrir desde que chegou aqui no sábado.
— Você está gostando mesmo do Rio né? - eu perguntei a ele.
— Estou, esse lugar tem uma atmosfera diferente de qualquer lugar que eu já fui. - ele disse. - É essa praia que inspirou aquela música famosa né?
— Sim, Ipanema. - sorri.
— Posso dizer algo? - eu concordei com a cabeça. - Quando eu percebi que estava apaixonado por você, comecei a pensar se não era loucura da minha parte.
— Por que pensou isso? Não estava claro que eu estava apaixonada por você?
— Estava, e a gente foi quase que um amor a primeira vista, você sabe. É impossível que nossa história se repita com facilidade com outras pessoas. - ele diz. - E acho que esse é o ponto, eu achei que seria muito louco fazendo uma coisa que só acontecia em filmes ou livros. O que vão pensar de mim? Os que realmente sabem da verdade vão me julgar? Será que a gente vai viver uma mentira? E aí eu entendi o que eu sentia sobre mim, antes de pensar em "nós".
— Qual foi a conclusão? - eu perguntei.
— Que eu queria ser louco. Eu deveria ser louco. As pessoas loucas não tem medo de arriscar a vida fazendo o que querem, não tem medo de amar, de fracassar, de chorar e de viver intensamente. O que seria de nós dois se não fôssemos loucos de mentir descaradamente para aquele jornalista? Tudo bem que não é o melhor exemplo de algo a se fazer, mas foi o que nos trouxe até aqui, certo?
— Certo, você pensou muito, Mase. - eu disse sorrindo pela sua conclusão.
— É nítido que eu quero te contar todos os detalhes do meu dia porque sei que você vai me ouvir. Você, em poucos meses, me viu tão bem em pequenos detalhes que poderia jurar que somos amores de infância. Sua voz me encanta, teu cuidado é especial pra mim, sua vontade de compartilhar tudo comigo me faz cada dia mais feliz. Não me importo se há diferença num food truck da rua ou no melhor restaurante argentino se eu estiver com você. Eventos futebolísticos ou baladas com os amigos só tem graça quando eu posso olhar pra você e receber aquele sorriso gostoso ou um beijinho, em alguns casos até beijões. Eu sinto que consigo me apaixonar por você todos os dias, criar boas memórias a todo momento. Somos a maior loucura que eu já fiz e eu quero mais, porque a gente tem um pouco mais de dois meses juntos e já é incrível.
— Mason, você tá me deixando até um pouco emocionada. Eu não sei se a perseguição de Lindsay me fez ficar mais coração mole de saudade ou se você sabe exatamente como me emocionar. - eu disse sorrindo de ponta a ponta e com os olhos marejados.
— Acho que um pouco dos dois. A perseguição daquela maluca durou uma semana e me mostrou que você não pode ficar mais nem um segundo longe de mim. - ele mexe no bolso. - Por isso, eu queria oficializar o que a gente já tem. Queria saber se você aceita ficar comigo de verdade, tipo, de aliança.
Ele mostrou a caixinha com alianças pratas lindas. Eu coloquei a mão na boca e levantei na areia sem acreditar, dei alguns pulinhos de felicidade e um abraço apertado no meu namorado.
— Eu aceito tudo o que você me propor e aceitaria milhões de vezes. - eu disse.
— Eu juro que o pedido de casamento vai ser melhor do que esse. Mas eu precisava fazer esse momento especial.
— Mason, eu não exigiria nada melhor do que isso. Eu quero ser louca com você a todo instante. Você pensa em tudo e eu amo como você faz isso.
— Você não sabe como foi importante estar comigo nesse tempo. Sinto que finalmente consegui o apoio, o "vamos" que eu precisava pra me encontrar e seguir. - ele disse. - Obrigada pela intensidade.
— Eu deveria te agradecer por tanto, mas agora eu só quero que você conheça o mar do Rio. Vem! - eu o puxo pela areia e pulo na água com ele.
— E a bolsa? Não tem risco de alguém mexer?
— Não trouxemos nada de valor, além do mais, carioca sabe viver no Rio. - eu dou uma piscadinha e dou um beijo.
Eu acho que sou a pessoa mais feliz nesse momento. Entendendo finalmente como é o amor, nenhum dilema pra enfrentar sozinha.
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o que vocês acharam?
vocês são de qual estado? acho que o meu ficou claro né
- postando pelo computador gente, ahh odeio.
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fake dating | mason mount
Teen Fictiongiovanna romano é uma estilista brasileira que vive em Londres para fazer sua carreira mas se vê encurralada quando a alta moda pede a ela que faça o alcance da sua marca chegar a ramos esportivos também. do outro lado, mason mount, jogador do chel...