quinze

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Fazia uns dias que Mason e eu não nos comunicávamos. A única coisa que tenho feito é mandar uns posts sobre nosso namoro pra ele.

Não fui nos jogos que tiveram essa semana, simplesmente não sei se fiz algo de muito errado ao beijar ele. Quer dizer, a gente se beijou. É estranho dizer isso. Queria saber se ele se arrependeu tanto a ponto de mal querer falar comigo? Ou será que ele estava muito bêbado? Mas eu não estava assim.

Agora a reunião com o pessoal já passou, é sexta a noite. Decidimos que vamos continuar a coleção, a chefe da produção disse que elas aceitariam um atraso e receberiam o pagamento assim que as peças forem vendidas. Ajustei um valor maior do que elas receberiam. Na segunda, a costura voltaria e eu poderia ter uma semana para experimentar as peças nos modelos e fazer a fotografia.

Enquanto eu terminava de preparar minha salada para comer com o resto da comida, a campainha tocou. Imaginando ser Anaya, pelo horário, disse para entrar.

— Nay, tô aqui na cozinha. - eu grito - Tá com fome? Tem comida para nós duas aqui.

— Oi Giovanna. - uma voz masculina me assusta e me faz virar rapidamente com a faca apontada em direção a pessoa.

— Mason? - eu abaixo a faca. - O que você tá fazendo aqui? Uma hora dessas.

— Eu... - ele fica mudo - Eu queria uma companhia boa para passar a noite.

— Ah, entendi. Então, é.... - agora eu fico muda e percebo que eu tô vestida com um short de pijama, blusa curta amarela e meias. - Quer jantar comigo?

— Quero. - ele fala.

— Acho que eu vou trocar a roupa, tô meio ridícula assim. - eu digo.

— Não precisa, você tá linda. - ele responde. - Muito linda.

Eu rio e estendo o prato a ele. Tinha arroz, salada e frango com molho. Na geladeira, um resto de coca que serviu para nós dois. Quando nós sentamos a mesa, o silêncio continuou. Não sabia o que dizer.

— Como foi a reunião que você tinha falado? - ele pergunta.

Como um pedaço do frango, como se estivesse formulando uma resposta. — Nós vamos prosseguir com a coleção, de forma mais econômica. Fiz alguns acordos que o Artur sempre coloca como documento oficial. Acho que vamos conseguir algo, espero que dê certo. Já fiquei bem chateada em não poder desfilar.

— Sinto muito. - ele fala. - Mas se você precisar, pode contar comigo. Sabe que consigo ajuda financeira para você e não me importo nem um pouco de me ajudar. Você tá fingindo um namoro em troca da minha modelagem pra coleção.

— Eu sei, Mason. Não quero abusar. Só isso.

— A comida estava muito boa. Você cozinha bem.

— Não tanto quanto meus pais, eles são os melhores cozinheiros do mundo. Falando em pais, semana que vem vou conhecê-los né?

— Vai, eles vão te amar.

— Quer escovar os dentes? Eu tenho escova descartável e mania de escovar toda vez depois que como.

— Pode ser. - ele fala e me segue.

Tem que passar pelo meu quarto para chegar no banheiro particular, mas não me importo, está arrumado. Entrego a escova pra ele e começamos a escovar os dentes, juntos. E é engraçado, não consigo conter o riso então em alguns segundos isso vira uma das coisas mais engraçadas do dia.

— Você mal sabe escovar os dentes! Eca.

— Giovanna!!! É claro que sei, você tá me fazendo rir.

Eu cuspo e lavo a boca para continuar rindo dele. Enquanto ele faz o mesmo.

— Você tá se achando super engraçada né. - Ele diz.

— Sim! - eu olho nos olhos dele.

E de novo, aquela sensação específica passa pelo nosso corpo. Sei que passou pelo dele só pelo espasmo involuntário na boca.

— Vamos? Podemos ficar na sala. - eu digo nervosa enquanto dou as costas, mas ele me puxa pra perto.

— Não. - ele diz. - Quer dizer. Deixa eu te beijar de novo?

Ele diz tão próximo que não consigo nem dizer, seu lábio praticamente já encosta no meu. Eu só afirmo e ele é rápido em nos juntar.

Muito mais rápido do que a primeira vez. Os lábios umedecidos parece que pedem pelo beijo. Ele coloca a mão na minha nuca, me deixando tão desconcertada, que não sei como agir. A respiração ofegante enquanto ele pede espaço pra língua dele passar e eu deixo.

  Ele dá dois passos para trás, me fazendo encostar na parede. Coloca a mão na minha cintura e me segura tão forte que não penso, nem por um segundo, em me mover dali. E aos poucos, ele para. Me deixando confusa novamente, porque, para ser sincera, é isso que tem acontecido todas as vezes que estou com ele. Confusão.

— Eu acho melhor a gente parar. - ele fala ainda bem pertinho de mim. - Acho que vai começar a ficar sério.

— Você tem medo? - pergunto a ele, dando alguns beijos na bochecha.

— Eu tenho desejo. Mas o desejo pode ser o pior inimigo do homem.

  Eu não falo nada, apenas continuo o beijando. Ele me segura no colo e me coloca em cima da bancada do banheiro. Distribui beijos no meu pescoço enquanto eu me contorço, minha respiração tava ofegante, eu já estava absurdamente excitada.

— Não, desculpa. A gente não pode continuar. - Mason falou e se afastou de uma só vez

— Por que? - eu disse.

— Melhor não, Gio. - era a primeira vez que ele me chamava assim.

— Tudo bem, não vamos continuar então. - eu desço da bancada. - Quer ir na sala?

— Pode ser. A gente pode assistir um filme.

— Sim, eu escolho.

  E então ele vai atrás de mim, sua respiração era forte atrás de mim e ele não parecia arrependido. Parecia assustado. Mas não iria me iludir com essas suposições. Que porra que tá acontecendo?

fake dating | mason mountOnde histórias criam vida. Descubra agora