doze

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  A mensagem de boa sorte não adiantou, eles perderam. Mas não foi vergonhosa, foi 2x1. E eu sabia que o adversário era difícil. Rashford quase fez um gol, e óbvio que Anaya ficou toda feliz com a boa atuação dele.

  Penso, será que dá pra confiar em jogadores de futebol? Será que ele fala pra Anaya a mesma coisa que ele fala pra várias outras meninas?

  Não dá pra saber, mas da pra não se envolver. Parece contraditório vindo de mim, mas temos que lembrar que o que eu tenho não é pra valer.

  Uma hora e meia depois que o jogo acabou, Mason me mandou a primeira mensagem.

" Obrigada pelo seu "boa sorte", se não fosse isso, teríamos sido goleados
Até estranhei o fato da gente não tomar mais de 3 gols. Mas quando cheguei em casa e vi sua mensagem, sabia que o amuleto da sorte era você"

E a gente começou a conversar até ele me ligar.

— Oi. - ele falou. - Só pra ouvir sua voz.

— Oi Mason. - eu disse claramente escondendo sorriso. - Bom, está aqui ouvindo.

— Sim. - E silêncio absoluto. - Vai na terça-feira né? É muito importante.

— Claro que vou. Já desenhei e mandei o vestido pra costura. - eu disse. - Espero que tenha escolhido um bom terno.

— Escolhi o melhor deles. - ele ri - Se não me destacar pela temporada, vou me destacar pela moda.

— É a melhor opção considerando sua não-namorada estilista. - eu falo - Sabe que não pode fazer feio, eu tenho um nome a zelar.

— Eu nunca faria feio, sou seu maior aliado na divulgação da sua imagem.

— Menos mal. Já está em casa né? - eu pergunto.

— Claro, não sou irresponsável de estar mandando mensagens e em ligação enquanto pego a estrada. - ele fala.

— Tá certo. Eu vou dormir, amanhã preciso ir numa reunião de checagem com a equipe do desfile. Só faltam 3 meses.

— Eu to ansioso pra me ver com as peças.

— Eu também, juro que estou.

— Bom, não quero atrapalhar. Acho que precisava ouvir sua voz já que estamos uma semana sem se ver. Boa noite.

— Boa noite, Mason. Até terça.

— Até.

Quando ele desligou, não demorou muito para eu dormir.

-
Acho que a única parte que realmente importa nessa segunda-feira é a reunião a qual eu acordei já pensando. Muito nervosa pelo o que pode acontecer.
Precisa de mais um pouco de financiamento para terminar o pagamento dos meus funcionários, e isso vai ter que entrar em questão na minha reunião que hoje conta com Anaya e Artur. E quando eu autorizei a entrada das equipes e dos patrocinadores, minhas mãos já começaram a suar.

— Bom dia, podemos começar? - Anaya disse quando percebeu que eu estava nervosa demais.

— Então, hoje a reunião é para dar andamento a produção das peças do desfile. Certo? - eu disse - E precisamos ajustar alguns pontos.

— Certo, Senhorita Romano, antes disso, gostaríamos de avaliar certos pontos. - O diretor financeiro disse. - Já vimos como sua produção está no ateliê e pedimos que as costureiras parassem a produção por hoje até essa reunião acabar.

— Desculpe, senhor. Mas não me lembro de ser informada disso, minhas costureiras estão dentro de todas as observações. - eu falo. - Há algum motivo para paralisar a produção?

— Sim. Foi decidido que essa coleção não é mais sua, quer dizer, que não vamos mais financiar esse projeto pois os patrocinadores não estão mais interessados. - ele fala como se fosse simples. - Então, por enquanto, vamos paralisar essa produção. Não será necessário ter pressa para o desfile.

— Senhor, mas estamos tão avançados. Já estamos finalizando as peças modelos, nessa altura do campeonato, depois de toda divulgação, vocês querem cancelar nosso projeto? - Anaya diz.

— E, acho que mesmo sem alguns patrocinadores, seria bom pelo menos não paralisar a produção. Minhas costureiras precisam ser pagas e não tenho como tirar isso do bolso.

— Senhoritas, entendo a indignação, mas não há o que fazer. O patrocinador oficial já não tem interesse em fazer esse projeto porque recebeu outra proposta e achou mais interessante. Então vamos levar esse estilista pro desfile.

— Sabe me dizer qual seria esse patrocinador e porque ele decidiu não me patrocinar ao invés de outros? - eu perguntei.

— Não posso revelar o patrocinador, mas ele acha que sua execução pode ser vaga já que provavelmente não entende de futebol. - o diretor, que se chama Charlie Rehi, disse.

— E ele supôs que eu e Anaya não entendíamos por sermos mulheres?

— Acredito que sim, senhorita. E não anunciei que havia uma segunda estilista nessa coleção, esse patrocinador é bem exigente. Não me entendam mal, eu estou gostando da coleção, mas não tem como tirarmos dinheiro de outros setores agora para terminar de financiar seu projeto.

— E, eu sou representante de uma das patrocinadoras, não posso ajudar nesse quesito. Meus superiores já liberaram o máximo possível para essa coleção, pois assim como vocês, estamos interessados em entrar no mundo do futebol. Mas, se não conseguirem finalizar esse projeto, vamos ter que parar com as ações também. - Uma mulher disse. - O melhor, nessa altura do campeonato, é fazer o lançamento da coleção por fora.

— Então, nesta parte eu tenho algumas questões. - Artur começa a falar. - Como advogado de toda essa ação, sei que não existe vínculos registrados da coleção das meninas com o desfile que leva o nome de vocês e dos patrocinadores. O que nos autoriza a lançar essa coleção sem necessariamente ser no desfile. A única coisa que precisaria é de uma certeza de que vocês não vão querer dar andamento com o projeto, e se for o caso, farei nesse exato momento um documento para assinarem isso.

— A senhorita Romano pretende lançar essa coleção agora? - Rehi pergunta.

Eu olho para Anaya e ela diz que sim com a cabeça.

— O senhor tem certeza que não vão querer nos lançar? - eu pergunto novamente. Chateada.

— Na verdade, é de meu querer que lancem sim. Mas não posso financiar.

— Então significa que não vão lançar. - Anaya conclui.

— Artur, pode preparar os documentos. - ele afirma, digitando em seu computador e colocando pra imprimir o mais rápido possível quanto o silêncio mortal reina na sala e eu seguro meu choro.

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me deem um feedback? o que vocês estão achando da história?
eu queria fazer uma história curta, mas quero que fique legal também, talvez desenvolvendo mais fique bom...

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