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Entramos por uma floresta, as árvores enormes e bem podadas enfeitavam a estrada. Contudo, andar por ali, com um salto de quinze centímetros, não era uma tarefa nada fácil.

Estava longe de ser, na verdade.

E eu tinha certeza que esse salto carregava uma espécie de maldição, porque eu sempre me estatelava pelo chão quando o usava.
Ele me odiava, eu sentia.

A estrada era cheia de pedras, de modo que me desequilibrei e pisei em falso, torcendo, de leve, meu pé. O grito de dor veio sem que eu pudesse impedir.

Viu? Eu disse!

Lucas me olhou, todo preocupado.
Como Marcus e Alice iam na frente, não viram nada que tinha acontecido.

- Que houve, Larah? - Ele quis saber, aflito.

- Acho que torci o pé - contei. - Eu juro, Lucas, que vou tacar fogo nesse salto assim que voltar pra casa. Eu juro.

- Tira ele - soou mais como um pedido.

- Não - me recusei -, eu não vou andar descalça, não vou mesmo.

Lucas suspirou e se agachou, ficando de costas para mim.

- Suba- ele pediu.

- Não precisa, Lucas.

- Esse salto tá te matando, e eu te conheço o suficiente pra saber que você não vai mesmo tirá-lo. Então, sobe, Larah. Por favor.

Acabei atendendo seu pedido, e fui carregadabna cacundabpor Lucas, durante o percurso.

Do alto, tudo ainda era mais bonito. Eu podia, por exemplo, ver os raios de sol, que refletiam em nós. A desvantagem era que eu tinha que me esquivar dos benditos galhos que se enroscavam em meus cabelos.

- É longe pra caramba - comentei.

- É, mas vale a pena. Há muita beleza por lá, pela praia. A natureza é fascinante.

- Então é disso que gosta? Da natureza?

- Sou louco por ela - admitiu -, eu amo lugares tranquilos, paisagens, tudo que remete ao ambiente. Isso sempre resulta uma boa fotografia.

Franzi o cenho.

- Fotografia?

- É, é o meu trabalho - falou todo orgulhoso -, sou fotógrafo. Paisagista.

- Você nunca fotografou pessoas?- Eu quis saber, curiosa.

- Já - sua voz saiu melancólica.- Eu costumava fotografar modelos, em desfiles famosos e bem renomados. Mas eu gosto mesmo é de captar o momento perfeito da natureza, do pôr-do-sol, da lua. A propósito, a lua é a minha modelo favorita.

- Sabe, é bom te conhecer um pouco mais- confessei.

Lucas não disse nada, mas eu imaginei que ele sorriu, e, como sonhar não custa, o sorriso veio acompanhado de suas duas covinhas.

***

Lucas estava certo; valia muito a pena a caminhada.

A praia era magnífica. Águas tranquilas e claras, tão azuis como seus olhos. Areia branca. Brisa suave. Poucas nuvens no céu.

Um verdadeiro paraíso!

Desci e observei aquilo tudo ao meu redor.

- Uau! - Exclamei, extasiada.- É perfeito.

Lucas sorriu.

- É, é sim - concordou e puxou minha mão.- Vem! Vamos encontrar nossos mais novos amigos.

O Noivo Sumiu - em busca de respostasOnde histórias criam vida. Descubra agora