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— Larah? Que coincidência você aqui. — Eduardo disse, surpreso.

Finja, Larah. Finja.

Abri um sorriso, o mais natural que consegui.

  — Eu vim com um amigo. Quer dizer, ele nem é tão meu amigo assim. Na verdade, ele é meio prepotente.

E lindo, divertido, sexy, charmoso e beija muuuuuito bem.

  — E por que veio com ele? — Quis saber, avaliando meu rosto.

  — Ah, eu — não segure o pingentinho. — Só vim.

  — Estranho, foi tão ruim assim?

— Sabe quando você está perto de uma pessoa, mas não se sente confortável?

— Tá falando do seu amigo?

Não, tô falando de você, babaca!

  — Sim, Edu. Eu tô falando dele.

Eduardo sorriu, por fim.

  — Então você decidiu casar.

  — É, mas...

  — Mas...? — Instigou, com expectativa.

  — O que acha de eu falar sobre isso enquanto voltamos pra casa?

Fui andando, mas ele segurou meu braço.

  — Antes de irmos, e o bombom que eu te dei?

Cerrei os punhos. Queria socá-lo. Ao invés disso, fingi tristeza e olhei mais uma vez para ele.

  — Não comi — lamentei —, eu estava me sentindo enjoada, Edu, acabei dando ele pra um mendigo que estava na rua. Sinto muito.

  — Tudo bem, foi melhor assim. Agora podemos ir.

E enlaçou o braço no meu, naquela possessividade que eu costumava achar normal.

Nunca foi.

Ele me guiou para o carro, abriu a porta para mim, e eu entrei.

Não havia gentileza em seus gestos, não parecia ser algo corriqueiro. Eduardo não era como Lucas, que ajudava o próximo de um jeito tão natural que eu apostaria minha vida que ele sequer percebia isso.

Eu te amo, mocinho. E é por você, tudo que estou fazendo e tudo que farei a partir de hoje, será sempre por você.

  — E aquele seu amigo, como se conheceram?
Engoli em seco. Eu precisava tirar o Lucas da reta, nem que isso significasse me colocar ainda mais na frente do perigo.

  — Quando Ricardo sumiu, achei que era melhor ir atrás dele, pra acabar tudo de vez. Gustavo, meu irmão, sugeriu que o insuportável do Lucas fosse comigo.

  — Não aconteceu nada entre vocês então? — Seu olhar estava fixo na direção.

Tantas e tantas coisas...

  — Deus me livre! — Me benzi. —Além do mais, meu coração pertence a outro.

  — Ao meu irmão — concluiu, maxilar rígido.

Segurei em sua coxa, sutilmente.

  — Sabe quando você procura por algo e está ali, na sua frente, o tempo todo?

Ele me encarou e sorriu.

  — Eu sempre soube — foi se aproximando de mim, prestes a me beijar.

Deus, não!

O Noivo Sumiu - em busca de respostasOnde histórias criam vida. Descubra agora