O Noivo Sumiu - em busca de respostas

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Cinco dias antes do casamento...

Dávila quase teve um treco quando eu liguei — dois dias atrás — anunciando novamente meu casamento e solicitando seus serviços outra vez.

Pedi tudo do jeito mais simples possível, ela disse que, como já tinha planejado esse meu grande momento anteriormente, seria um pouco mais fácil organizar tudo.

E, depois de eu e Ricardo garantirmos que nada daria errado agora, ela, por fim, aceitou.

Nesse período tentei não pensar em Lucas, prometi que não sofreria mais, porque, se ele estava feliz e se meu amor era tão puro e grandioso, eu deveria estar contente e na torcida por sua felicidade.

Fiquei meia hora inteirinha sem chorar, dez minutos sem pensar nele.

E nenhum segundo sem amá-lo.

Toda vez que olhava meu pulso, lá estavámos nós.

Me ocupei em cuidar dos detalhes da festa, organizar a lista de convidados, coisas de noiva que antigamente me deixavam eufórica, mas que já não surtiam o mesmo efeito.

Lucas era minha saudade constante, e estava em tudo. Na minha lista de desejos, em meu livro favorito, nos momentos em que achei que meu coração saltaria do peito só de cogitar a hipótese de que nos beijaríamos.

Em nossas discussões, bobas e muitas vezes sem sentido.

Em nossas pazes, bonitas e cheias de compreensão.

Em minha pele.

Em cada parte de mim. Que era dele, ainda que não tivesse reivindicado.

Eu sou sua, mocinho. Eu sempre vou ser sua.

A campainha tocou, papai estava na cozinha, preparando o almoço.

Larguei o pingentinho, e fui atender.

Lá estava ela.

Os cabelos presos no topo da cabeça, usando um vestido bem florido e longo, que ressaltava a protuberância da sua barriga.

  — Madá — sussurrei, tapando a boca.

Ela me abraçou bem apertado.

  — Bambina — sussurrou de volta —, eu me senti tão culpada quando você foi embora. Eu realmente pensei que iria te perder. Poderia.. Poderia ser um estranho e...

Desatou a chorar.

  — Shhhhh, eu tô bem. Você não teve culpa da minha irresponsabilidade, Madá. E Lucas é o cara mais bacana que eu conheci, ele preferiria morrer a me fazer algum mal.
Ela aquiesceu.

Papai surgiu. Quando avistou a esposa (ou seria ex?) ficou surpreso. Emocionado eu diria.

  — Oi — sua voz embargou.

  — Oi, eu vim ver a Larah. Não pretendo entrar em sua casa.

  — Ela é sua também, cara.

  — Não é — Madá rebateu. — Não mais. Você me expulsou.

  — E você me acusou de ser ruim de cama.

Tossi, envergonhada.

  — Eu preciso mesmo ouvir isso?

  — Por que vocês são assim, hein? Por que tudo gira em torno do maledito pene?

  — Sobe, Larah.

  — Fica, Larah.

Deus! Como são teimosos!