Lucas foi levado às pressas, em cima duma maca, direto para a emergência.
Segurei em sua mão gélida durante todo o percurso, mas, quando foi para entrar na sala, um enfermeiro me impediu.
Ramon e o pai voltaram para buscar os documentos de Lucas — que na pressa, eu esqueci de trazer —, eu os agradeci por tudo, eles disseram que nos colocariam em suas orações e foram embora.
Então eu me vi ali, naquela sala de espera, sozinha e desamparada.
Desatei a chorar.
Fraca, fui levada — não sei por quem — para uma das cadeiras metálicas. Eu queria gritar até que o nó insuportável se dissipasse da minha garganta.
Queria implorar para que Lucas não me deixasse. Queria contar para ele o que meu coração havia descoberto. Queria dizer que o L gravado em meu pulso era de Lucas.
Sempre seria de Lucas.“— Se eu ficasse do seu lado por uma semana, eu tenho certeza que acabaria parando no hospital.”
A fala de Lucas, quando furei seu pneu, veio em minha mente e eu desatei a chorar.
— Você estava certo, mocinho — murmurei, agarrada em meu pingente. — Não que eu vá admitir isso outra vez, mas você sempre esteve certo.
— É a acompanhante de Lucas Sartóri? — Um homem baixo, de meia idade e parrudo perguntou.
Fiz que sim com a cabeça.
— Pode me acompanhar?
A muito custo, me levantei e segui, com o médico, para a sala. Ele sentou-se na cadeira de frente para mim, todo sério.
— Larah, o quadro dele é bastante grave — contou, eu não queria ouvir. — Foi encontrado em seu organismo, uma taxa quase letal de arsênico.
— Lucas foi envenenado?
— Sim.
— Mas... Como?
Comemos as mesmas coisas. Os almoços, a janta, bombons e...
Espera.
Eu não comi do bombom que Eduardo me entregou.
Você vai me pagar, seu cretino! Você vai me pagar!
— Você sabe de algo? Qualquer informação é valiosa, Larah.
— Não sei — menti.
— Você não entendeu ainda, não é? A polícia será acionada, você é a principal suspeita, se não conseguir provar inocência, poderá ser presa.
— Me mandem à lua, doutor, mas salvem o Lucas. Salvem o Lucas.
Ele soltou um suspiro, cansado.
— Farei o possível. Pode voltar à sala de espera.
Fiz o que o médico ordenou e saí. Não fui para a sala de espera, fiquei no corredor mesmo.
Eu queria entender o porquê de Eduardo ter me dado um bombom envenenado.
Afinal, era pra mim.
Mas, por qual razão?
Deslizei o corpo contra a parede fria e jurei que aquele monstro iria pagar pelo que fez.
Ninguém mexeria em Lucas e sairia ileso.Lucas.
— Fica comigo — pedi bem baixinho —, por favor. Não vai, a vida não tem sentido sem você.
Os médicos iam e vinham. Um burburinho tomou conta dos corredores de repente.
Com a mão em minha correntinha, me levantei.— Chamem o doutor, o paciente está morrendo — gritou um dos enfermeiros.
Ao ouvir aquilo, corri em total desespero.
Meu Lucas estava sendo levado para a sala de reanimação, eu fui junto. Me seguraram, mas eu me debati.Tentaram me impedir, mas foi em vão.
— Ele não pode ir — gritei, ainda me debatendo —, ele não pode ir sem saber que eu o amo!
Eu o amo.
Eu o amo.
Essa era minha única certeza naquele momento.
Consegui me desvencilhar e invadi a sala. Pelo vidro da janela, avistei os enfermeiros tentando reanimá-lo.
O doutor pousou a mão em meu ombro.
— Sinto muito.
— Não — bati com uma força que eu nem sabia que tinha — Não, não, não!
Continuei a socar o vidro, desesperada, lágrimas rolavam pelo meu rosto, dificultando minha visão.
Mas eu vi o monitor cardíaco.
As linhas verdes subiam e desciam gradativamente, até ficarem bem fininhas.
E retas.
O som de um bip apitou.
E o coração de Lucas parou de bater.
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O Noivo Sumiu - em busca de respostas
Romance.."Larah está feliz da vida. Depois de tantos altos e baixos em seu relacionamento com Ricardo Albuquerque - seu namorado de longa data -, as coisas finalmente parecem se ajeitar assim que ele a pede em casamento. Ela está tão perdida em seus sonhos...