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Beija! Beija! Beija!

Esses eram os gritos que ecoavam na fila atrás de nós. Lucas estava aterrorizado, como se me beijar fosse a pior coisa do mundo ou algo assim.

Mas aí ele me encarou, um desejo puro e carnal tomou conta de seu olhar. Tinha um fogo acendendo-se nas suas duas turquesas, e embora parecesse que ele não queria, seu corpo, seu rosto, seu modo de me olhar me diziam o contrário.

  — Não quero ser inconveniente — falou a supervisora —, mas precisam ser rápidos.

“Posso?” , ele sussurrou, num tom quase inaudível, e eu, nervosa e agitada, fiz que sim com a cabeça.

Lucas tocou meu rosto, bem vagarosamente, e acariciou minha bochecha, como se tivesse esperado por aquilo há muito tempo.

Em seguida, com uma faísca de adoração cruzando seu rosto, passou o polegar pela minha boca, para só depois se aproximar de mim.

Ágil, segurou firme minha cintura, trazendo-me mais para si, seus lábios roçaram de leve nos meus.

E então ele me beijou.

Foi um beijo urgente, afoito, em total desespero, como se estivéssemos aflitos para sentir o sabor um do outro.

Como se estivéssemos loucos por esse momento desde o instante em que nos vimos.

Eu estava.

Lucas me soltou, aturdido, entretanto, se recompôs.

  — Satisfeita? — Perguntou para a supervisora.

Ela sorriu, contente.

  — Pra caralho! Foi digno de cinema.

A supervisora nos entregou um adesivo e nós entramos.

Eu me sentia estranha, parecia que, depois desse beijo — que eu cataloguei como o melhor da minha vida — , meus sentimentos por Lucas tivessem sido solidificados.

Por outro lado, eu me sentia mal, pois eu estava comprometida. E ao contrário de Ricardo, trair não era meu forte, não condizia com meu caráter.

Eu beijei Lucas.

Deus, eu beijei Lucas!

— Não precisa segurar seu pingente, Larah — ele disse, um pouco ressentido. — O que rolou lá fora não vai se repetir. Eu prometo.

  — Melhor assim — falei —, eu sou noiva.

Pelo menos ainda.

  — Certo. Vamos nos concentrar em nossa missão.

Eu estava maravilhada. Tinha gente de todo tipo, cor e estilo. Era uma bagunça boa, o som fez meu corpo, automaticamente, se deixar levar.

  — Você é muito boa nisso — Lucas elogiou.

  — Ah, valeu. É só um hobbie.

  — Não deveria ser. Não pra alguém que dança como se fosse um anjo flutuando.

As pessoas dançavam, pulavam, gritavam, e eu e Lucas até que nos permitimos nos divertir um tiquinho.

Só encontraríamos Alice e Marcus na última prova, então, que aproveitássemos ao menos um pouco da Passeata.

Tudo estava ocorrendo bem, e melhorou quando, o apresentador — vestido de Pantera cor-de-rosa — subiu ao palco e anunciou que haveria uma surpresa.

Arion apareceu, tímido.

As engrenagens do meu cérebro começaram a funcionar e eu agarrei a mão de Lucas, emocionada.

  — Arion vai pedir a mão de Lizandra em casamento! — Vibrei. — Ele vai se declarar!

O Noivo Sumiu - em busca de respostasOnde histórias criam vida. Descubra agora