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Bela me passou uma mensagem para que eu fosse à sua casa, pois estava tendo uma festa por lá.

Eu precisava mesmo encher a cara.
A carta de Ricardo somada à falta absurda que sentia de Lucas faziam meu coração se encolher e lágrimas ensoparem meus olhos.

Mas eu não chorei.

Estava com a cabeça a mil, pensamentos se formando em minha mente, me indicando o quê eu deveria fazer em relação ao bombom envenenado.

Eu tinha um plano um pouco arriscado talvez, mas tinha.

Decidi não pensar nisso também e pedi para papai me levar até lá.

Ele nem questionou, só entrou no carro e seguiu.

Ao chegarmos, olhei bem para ele e apertei sua mão, num gesto de consolo.

  — Sinto muito pela Madá.

  — Sinto muito pelo seu noivo.

Não o desmenti, se eu dissesse que o dono do meu coração,agora partido, não era Ricardo, papai saberia então de quem eu estava me referindo, já que conhecia Lucas e sabia que ele tinha me acompanhado naquela viagem.

Aí papai falaria com Gustavo, que por sua vez contaria a ele o quão sofrendo eu estava.

Por mais que eu o amasse com todo meu ser, não permitiria ser digna de pena.

Se tinha algo que os Alves eram especialistas, além de jogarem bisca e apostar, era manter o orgulho em dia.

Dei um beijo na bochecha de papai e desci.

Bati na porta.

  — Entra, flor — Bela meio que ordenou, séria, e me estendeu uma taça cheia de vinho —, achei melhor ser de plástico. Você vai entender o porquê.

Peguei a bendita taça e entrei.

  — Ué, onde tá todo mundo? Que festa mixuruca é essa, Belinha?

  — Senta, Larah. — apontou para o sofá.
Anabela não costumava ser tão séria assim, diversão era seu nome do meio praticamente.

Ainda assim, me sentei.

  — Eu menti, não tem festa nenhuma. Mas pode ter uma comemoração, se você estiver disposta. Há uma pessoa que quer falar com você.

Foi aí que Linda veio, toda sem jeito, em minha direção.

Me levantei, Bela me impediu.

  — Não vou ficar no mesmo ambiente que ela! — Protestei.

  — Me escute, por favor.

Eu a ignorei.

  — Vou embora.

  — Não vá. Fique.

  — Não se preocupe, flor. — Bela tranquilizou Linda. — Eu tranquei a porta.

Arriei os ombros e, magoada, encarei a pessoa que um dia eu considerei minha irmã.

  — O que você quer comigo?

  — Te explicar tudo.

  — Chegou tarde, não acha? O casamento foi cancelado. Por que mesmo? Ah, lembrei, porque o noivo sumiu, cacete!

  — Larinha...

  — Você sabia, você sabia e não me contou! — acusei. — Você não tem ideia do quanto eu sofri com as malditas mensagens, vendo sua aproximação com Ricardo, pra no fim saber que você estava sendo a psicóloga dele porque...

O Noivo Sumiu - em busca de respostasOnde histórias criam vida. Descubra agora