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Voltamos em silêncio.

Eu me sentia tão rejeitada, nem conseguia olhar nos olhos de Lucas.

Como olharia?

Eu tinha praticamente me oferecido para ele e ele simplesmente não me quis.

Tudo bem que Lucas não queria me magoar e tal, mas eu não estava propondo nada sério.

Era só uma transa, caramba!

  — Larah — ele chamou tão logo eu desci.

  — Irei para o quarto. E dessa vez não é um convite.

Subi as escadas, apressada, bati a porta e me joguei na cama.

Quando eu já ia adormecendo, o telefone tocou.

Atendi, já sabendo quem era.

  — O que você quer?

  — Quero entender você. Por que de repente isso, Larah?

Suspirei.

  — Prometemos que iríamos jogar limpo, não foi?

É, foi.

  — Faz muito tempo que eu não transo — contei —, Ricardo andou... broxando ultimamente. Eu nunca fui assim, Lucas, tão atirada. Mas eu queria que alguém me desejasse, melhor, eu queria que você me desejasse.

  — Você acha que eu não te desejo?

— Você está em minha cama agora?

  — Eu te desejo, Larah — garantiu, convicto —, você não tem ideia do quanto! Não há algo que eu queira mais do que entrar em você e te fazer ser minha.

  — Então faz.

  — Então volta.

— De novo essa conversa, Lucas?

  — Não irei, por mais que eu queira tanto, ficar com alguém comprometida.

Soltei um suspiro, cansada.

  — Você está carente, Larah — voltou a falar.— Vulnerável. Por mais que diga que desistiu do seu noivo, eu sei que ainda quer procurá-lo. Eu sei que ainda se sente presa a ele.

  — Ricardo é passado.

— Você me garante isso? Me garante que quando o vê-lo, ainda que haja uma explicação plausível pra isso tudo, vai ser pros meus braços que voltará?

Fiquei em silêncio.

  — Tá vendo?

  — Mas...

  — Vamos permanecer na costa.

  — Okay —cedi. — Boa noite, mocinho.

  — Você vai ficar bem? — Quis saber. — Nós seremos amigos acima e apesar de tudo?

  — Sim, Lucas — respondi. — E... Foi mal.

  — Quando eu vou conseguir um pedido de desculpas melhor, hein?

Eu ri.

  — Quando eu roer todas as minhas unhas.

Ele gargalhou.

   — Ou seja; nunca.

  — Esse é o cara que eu sequestrei.

Nos despedimos em seguida e encerramos a ligação.

Sorri, aliviada.

Já não me sentia mais tão rejeitada assim, eu o entendia.

Nós dois acreditamos no amor um dia, mas entregamos nossos corações para as pessoas erradas.

O Noivo Sumiu - em busca de respostasOnde histórias criam vida. Descubra agora