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O jantar estava perfeito. Em silêncio, comíamos a moqueca de camarão acompanhada de um risoto.

No centro da mesa, a latinha de bombom dava um ar ainda mais romântico.

  — Eu ia me gabar que fiz a comida. Mas o selo do restaurante acabaria me dedando.

Eu ri.

  — Obrigada, Lucas. Eu vou guardar esse momento pra sempre em meu coração.

  — Promete?

  — Prometo.

Vai ser difícil te dizer adeus.

Começamos a conversar sobre todo esse período que passamos juntos, rimos muito, relembramos nossas aventuras, uma sensação de nostalgia se abateu entre nós, e eu precisei segurar o choro diversas vezes.

Era isso, a nossa despedida.

Meu peito apertou quando olhei o L, que nunca seria de Larah, gravado em meu pulso.

  — Um brinde — propôs, erguendo a taça — à mocinha que me sequestrou com uma arma falsa.

Eu ri e levantei a minha também.

  — E ao mocinho que teve seu carro roubado duas vezes. — adicionei, risonha.

  — A nós — e tilintou sua taça na minha.

  — A nós — repeti, sentindo uma dorzinha insuportável se alojar em meu coração.

  — Eu disse que iria gastar com algo especial.

Franzi o cenho.

— O dinheiro que Alice deixou e você me deu. Segui seu conselho, não gastei com drogas, prostitutas ou qualquer coisa ilícita.

Levei a mão ao peito, emocionada.

  — Agora você pode jogar sua listinha fora.

  — Ainda não. Não tive um orgasmo.

Ele abriu um sorriso charmoso.

  — Se quer me levar pra cama, mocinha, ao menos crie um clima.

  — Cala a boca, Lucas — e joguei o guardanapo nele, ainda rindo.

Ele levantou-se e mexeu num controle remoto, em seguida, veio até mim, a mão estendida, como se estivesse me fazendo um convite.

  — Dança comigo?

  — Danço.

Pus a mão sobre a sua e me levantei. Fomos para o centro do bosque, One de Ed Sheeran, começou a tocar.

Deitei minha cabeça em seu ombro e nós fomos nos balançando lentamente.

  — Vou sentir sua falta, Larah — confessou. — Do seu sorriso, de ouvir suas baboseiras, da maneira como se importa com as pessoas em sua volta. Da sua doçura. Das suas respostas afiadas. Do som da sua voz.

Funguei.

  — E sempre que chover — prosseguiu —, eu vou sentir vontade de dançar com você.

   — Ah, Lucas...

— Vou sentir vontade de te ligar só pra saber como foi seu dia. E de te contar como foi o meu. Quando eu estiver preso no trânsito, vou torcer para que me sequestre de novo com uma arma falsa comprada por menos de cinquenta reais.

  — E se as coisas derem errado...

— Nós consertamos — completou. — Porque somos bons nisso. Somos muito bons juntos.

O Noivo Sumiu - em busca de respostasOnde histórias criam vida. Descubra agora