24.2 | Sem querer

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N/A: Demorei, mas apareci. Antes de qualquer coisa, peço desculpas pelo atraso.

Prometo que não vou sumir novamente! Mas acontece que ultimamente eu ando com um bloqueio enorme e odiando absolutamente tudo o que escrevo.

Espero que seja só uma fase e que vocês gostem do capítulo! Conto com os comentários e estrelinhas!

Até a próxima (ainda essa semana)!

A L I C E

Confesso que eu estava esperando uma reação um pouco diferente de Enzo.

Não sei exatamente o quê. Talvez algo como olhos arregalados, expressão de desgosto e comentários infelizes sobre como o assento do ônibus era pequeno e desconfortável.

Afinal de contas, era notável para qualquer pessoa que a poltrona era, de fato, pequena demais para ele. Principalmente levando em consideração o seu porte físico.

Mas acontece que Enzo não agiu como eu esperava.

Ele não abriu a boca nenhuma vez para reclamar, nem pareceu incomodado com a falta de espaço para as suas pernas, que neste exato momento encontravam-se apertadas entre a sua poltrona e a poltrona da frente.

Ao invés de reclamar, ele simplesmente se sentou e, em silêncio, afivelou o cinto de segurança e começou a jogar... Candy Crush.

É. Isso mesmo.

Um cara enorme, de quase dois metros de altura e ombros tão largos que ocupavam toda a sua poltrona e quase metade da minha, estava jogando o mesmo jogo que minha mãe, no auge dos seus cinquenta e três anos, amava jogar.

E o mais chocante de tudo é que ele parecia verdadeiramente concentrado no que estava fazendo. Estudando as peças coloridas, analisando quantos movimentos ainda tinha e... Droga, ele estava mordendo o lábio inferior de uma forma tão sedutora que eu precisei me forçar a desviar o olhar.

Era tão injusto que ele ficasse bonito até jogando Candy Crush.

Isso não devia ser sedutor. Muito menos atraente. Mas Deus definitivamente tinha seus favoritos e Enzo conseguia ficar másculo até mesmo assim.

— Quer jogar? — ele pergunta depois de alguns minutos, quando percebe que falhei miseravelmente na missão de afastar meus olhos e voltei a encará-lo.

Ele já tinha passado mais de dez níveis nesse meio tempo e eu estava quase enlouquecendo com a nossa proximidade.

Dividir o espaço ridiculamente pequeno do ônibus com ele era... Demais. Simplesmente demais.

E a verdade é que eu não estava sabendo lidar muito bem com isso.

— Não. — nego, me encostando na janela e tentando me afastar o máximo possível. — Minha mãe também joga esse jogo, sabia?

Enzo desvia o olhar da tela do seu celular por uns três segundos, buscando por meus olhos na penumbra que toma conta do ônibus.

— É um bom passatempo.

— Sim. Para senhoras de meia idade.

Uma risada baixinha escapa por seus lábios e ele me fita por mais do que três segundos.

— Qual o problema? Eu não posso jogar Candy Crush?

— Pode. É claro que pode. Eu só não imaginava que você... — dou de ombros. — Você sabe. Não faz muito o seu estilo.

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